tag:blogger.com,1999:blog-20093787163490592762023-11-16T03:18:00.089-08:00UM UNIVERSO PARA CHAMAR DE MEUResenhas e críticas de obras literárias.Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/10693598089182906965noreply@blogger.comBlogger72125tag:blogger.com,1999:blog-2009378716349059276.post-75753742083754642632018-10-17T11:39:00.002-07:002018-10-17T11:44:50.996-07:00"Eu estava no único lugar do mundo onde poderia estar." Resenha do livro "Ainda sou eu" - Jojo Moyes<div style="text-align: justify;">
"Ainda sou eu", é uma sequência dos romances "Como eu era antes de você" e "Depois de você", que arrebataram o coração de milhares de fãs pelo mundo afora.</div>
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Para quem precisa de um overview das histórias, vale relembrar por aqui que o "Depois de você" termina com Louise Clark aceitando um novo emprego em Nova York, para trabalhar como assistente pessoal da esposa de um multi milionário. E é assim que "Ainda sou eu", começa, com Lou chegando em Nova York pronta para recomeçar a sua vida, confiante de que pode abraçar novas aventuras e manter seu relacionamento com Sam a distância. </div>
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Lou conhece primeiramente Leonard, e depois sua muito mais jovem esposa Agnes, e uma infinidade de empregados e puxas -sacos. Nossa querida e sempre muito bem humorada protagonista, tenta extrair o máximo dessa experiência, levando a ferro e fogo aquilo que Will Traynor deixa como lição de vida para ela antes de tomar a derradeira decisão de se matar: "Viva bem Louise Clark."</div>
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Sem que perceba, Lou está inserida na alta sociedade nova-iorquina, onde sem querer conhece Joshua Ryan, um homem que traz consigo um sopro de seu passado. Extremamente parecido fisicamente com Will, Lou tenta manter unidos os dois lados de seu mundo tão avesso. Fora isso, Agnes divide com Lou um segredo que pode mudar totalmente a vida de todos ao seu redor. </div>
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É neste emaranhado de acontecimentos e confusões que acompanhamos uma protagonista mais forte e mais madura, pronta para seguir com a sua vida, sem se culpar por um passado que a atormentou por muito e muito tempo até ela conseguir chegar onde chegou. </div>
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É difícil falar desta história sem mencionar Will. O jovem esteve presente apenas no primeiro livro, se tornando a base para as histórias seguintes. Ao chegarmos na terceira etapa desta linda e comovente história, vemos o quanto a presença dele foi um divisor de águas na vida de Lou. Me peguei refletindo ao longo do livro, o quanto a presença de uma pessoa pode ser extremamente marcante em nossas vidas, independente dela estar presente no hoje ou não, ela nos conduz de forma positiva ou negativa por toda a estrada que encontramos pela frente. E com Louise Clark não foi diferente. </div>
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Além da presença constante de Will, nesta etapa de sua vida Louise vai conhecer uma senhorinha bastante rabugenta e teimosa, dona de um cachorrinho igualmente tão rabugento e teimoso. Logo Louise vai se apaixonar por esta senhora, pois ambas tem algo em comum, a fixação por roupas de época. Quem aqui não se lembra das roupas extravagantes que Louise Clark usa desde o primeiro livro? Além desta senhora, Louise também vai conhecer a esposa ativista do porteiro que trabalha no mesmo prédio que ela, uma mulher forte e destemida, que batalha com todas as unhas e dentes para que a biblioteca pública de seu bairro não seja destituída pelo governo. Não preciso nem mencionar que Louise também se apaixona por esta mulher, que carrega consigo um senso de justiça e propósito muito grande. </div>
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Claro que não poderia deixar de lado a excêntrica família de Louise, que também tem alguns capítulos dedicados a eles, com uma revelação por parte da irmã de Louise bastante peculiar e interessante, que vai mudar totalmente a dinâmica desta engraçada família. </div>
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Sem entregar muitos detalhes deste livro, ao finaliza-lo, pude perceber que Louise sempre esteve a procura do auto conhecimento, e depois de um longo caminho tortuoso, nossa querida protagonista encontrou em cada uma das mulheres relatadas neste livro, um pouco dela mesma, e foi assim que finalmente percebendo e enxergando de verdade quem ela é, ela descobriu qual caminho finalmente deveria seguir em busca de sua merecida felicidade. </div>
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Costumo dizer que para encontrarmos o pote de ouro no final do arco-iris, devemos primeiro passar por um imenso furacão, e claro que não poderia ser diferente com a história de Louise, que retrata na verdade aquilo que sempre quebramos tanto a cara para entender: quem nós verdadeiramente somos. </div>
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Quem sou?</div>
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De que gosto de verdade?</div>
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O que me faz feliz?</div>
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<br /></div>
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Todos nós em algum momento de nossas vidas, nos fizemos estas perguntas. Alguns insistiram na busca destas respostas, outros simplesmente desistiram ou deixaram de lado por um tempo. Mas porque temos tanta dificuldade em nos encontrar? Talvez por confundirmos quem somos com o que temos ou fazemos, ou ainda, porque aceitamos definições de outros a nosso respeito, e verdadeiramente aceitamos o que dizem que somos. </div>
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<br /></div>
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Se conhecer é uma prática que é infinita e deve ser constante, afinal, nós não somos os mesmos e nunca passamos pelas mesmas situações todos os dias. Tudo que nos acontece de novo serve para nos ensinar uma lição. Por um lado, se esta realidade parece trabalhosa e árdua, os resultados depois são com certeza gratificantes. Para cada qualidade que descobrimos em nós mesmos, vamos melhorando nossa confiança e nossa auto estima, além de sabermos exatamente como agir de acordo com a natureza de cada situação de nossas vidas. E é este o ponto principal do autoconhecimento: descobrir a nossa natureza e saber como agir de acordo com o que o nosso coração sente, e desta forma, encontrar a nossa felicidade. </div>
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Existem milhares de formas de nos encontrarmos com nós mesmos. Algumas pessoas precisam de ajuda médica, ou de um período sabático para pensar na vida, ou até mesmo, como no caso de Louise Clark, experimentar o novo e se desafiar constantemente, para no meio de tantos desencontros, se encontrar através dos outros, e conseguir enxergar em si própria o que sempre esteve ali, mais por algum motivo não deixamos revelar.</div>
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<br /></div>
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Ironicamente penso que Louise Clark, ao finalmente se enxergar, se tornou aquilo que Will Traynor sempre viu nela, e quis arduamente fazer ela também enxergar. Felizmente ou infelizmente, um longo caminho foi preciso ser percorrido para que finalmente Louise pudesse se tornar o que em essência ela sempre foi, e finalmente compreender que o único lugar que ela deveria estar, é o lugar onde ela poderia ser ela mesma. </div>
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Termino ressaltando que se todos buscarmos o auto conhecimento, independente de como, todo o universo vai conspirar para que a felicidade desperte dentro de nós. Talvez se ainda sim não conseguirmos sozinhos, quem sabe tenhamos a mesma sorte que Louise de conhecer alguém que nos mostre o caminho. </div>
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Minha nota: 9,0</div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjiIXFTDR9vqSlHsDAWw2QSDhUIsOI9MfIQ5bjzDyzZGRi7e8fFBFdNzn23sYls3h5yeXgd1zVQlrWYGjr6BBNYg6uYPeFjxyjWxPRzD7yGGPyuHhveND_2iV9yF3rlD5f1nB1mX1FpBmLe/s1600/download.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="617" data-original-width="430" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjiIXFTDR9vqSlHsDAWw2QSDhUIsOI9MfIQ5bjzDyzZGRi7e8fFBFdNzn23sYls3h5yeXgd1zVQlrWYGjr6BBNYg6uYPeFjxyjWxPRzD7yGGPyuHhveND_2iV9yF3rlD5f1nB1mX1FpBmLe/s400/download.jpg" width="278" /></a></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/10693598089182906965noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2009378716349059276.post-71576257713879626052018-10-02T13:27:00.004-07:002018-10-02T13:30:41.617-07:00“Algumas mulheres não nascem para ser mães. E algumas mulheres não nascem para ser filhas.” Resenha do livro "Objetos Cortantes" - Gillian Flynn<div style="text-align: justify;">
Para quem acompanha minhas resenhas, sabe muito bem que eu sou fã de romances e histórias que arrancam uns bocados de lágrimas, mas poucas pessoas sabem que meu estilo preferido para séries televisivas sempre foram os suspenses, aqueles que te deixam sem entender nada no começo, criam milhões de teorias da conspiração em nossas cabeças, e nos levam a refletir que o mundo é realmente muito, muito doido.</div>
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Eis que cheguei ao livro Objetos Cortantes através de uma série da HBO "Sharp Objects", que tem como protagonista e produtora a atriz Amy Adams. Gostei tanto da série, que fui descobrir mais tarde, que a mesma foi baseada no livro de estreia da autora Gillian Flynn, e claro que não pude deixar de correr para ler esta obra para adentrar ainda mais no mundo estranho e intrigante de Camille Preaker, personagem principal deste livro aterrorizante. </div>
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Camille é uma jornalista de um pequeno e pouco lido jornal de Chicago, e logo no primeiro capítulo ela é escolhida para cobrir uma série de assassinatos que começaram a ocorrer em sua cidade natal, Wind Gap. A primeira vista, Camille parece uma jovem mulher atravessando uma seria crise existencial e depressiva. Solitária e insatisfeita com o rumo de sua vida, acompanhamos logo nas primeiras páginas, Camille beber excessivamente copos e mais copos de vodka desde o café da manhã até madrugada adentro. </div>
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Em um olhar ainda mais profundo, descobrimos que seus problemas são muito mais graves que o vicio em álcool. Nossa protagonista tem problemas de autoestima, e se automutila, cortando palavras em sua pele que geralmente simbolizam momentos e/ou coisas das quais ela precisa e quer escapar e esquecer. Palavras como "desconfortável", "nociva" e "sumir" estão marcadas em quase toda a extensão de seu corpo que pode ficar coberta com roupas largas e cumpridas. As únicas partes de seu corpo que não são cortadas, são as partes que ela ainda não conseguiu alcançar e cobrir, como por exemplo o seu rosto e parte de suas costas. </div>
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Camille passou um grande tempo em uma clinica de reabilitação para pessoas que se mutilam, porém a única luz em sua vida parece ser Curry, seu chefe na redação, que serve o tempo todo como uma figura paterna e ombro amigo, além de ter sido como podemos descobrir mais tarde, uma peça importante em seu processo de recuperação. </div>
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Chegando a Wind Gap, oito anos após ter ido embora, conhecemos mais sobre a cidade que Camille tanto odeia. À medida que ela vai fazendo entrevistas para a sua matéria, somos apresentados a seus antigos amigos e vizinhos, em sua maioria pessoas mesquinhas e fofoqueiras, extremamente preocupadas com aparências, ostentando casamentos fracassados e crianças histéricas e mimadas. Os assassinatos recentes trouxeram uma certa movimentação na pacata cidade, e em um ponto Camille afirma que os moradores parecem querer que o assassino seja alguém de Wind Gap, para ter ainda mais sobre o que falar e fofocar.</div>
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<br /></div>
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A família de Camille é uma das mais ricas da região, donos de um abatedouro de porcos. Em uma mansão vitoriana, moram Adora, Allan e Amma, respectivamente mãe, padrasto e meia irmã de nossa atordoada protagonista. Enquanto Allan serve como uma marionete para os caprichos de sua mulher e filha, o maior destaque é por conta de Adora e Amma, duas personagens bastante conflitantes e interessantes. </div>
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<br /></div>
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Adora é extremamente controladora, fria, distante e psicótica, e não tem vergonha em deixar explícito o fato de que ela considera que Camille destruiu a sua vida. No passado, ela se apaixonou por um homem que a abandonou ainda grávida, e toda sua frustração e raiva por este fato, foi direcionada para Camille, que cresceu com a dor e a rejeição de sua mãe. Mais tarde, Adora se casa com Allan, e dá a luz a Marian, o grande amor de sua vida, mas a infância da menina foi marcada por doenças inexplicáveis e constantes visitas a hospitais, até finalmente falecer ainda muito criança. O vazio que Marian deixou para trás foi se tornando cada vez mais insuportável, junto do sentimento de culpa que acompanha Camille até os dias atuais. Após conhecer esta parte da história, começamos a entender a origem e a causa de todos os problemas de Camille, e sua relutância em voltar para Wind Gap, mesmo depois de todos os anos longe de casa. </div>
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Já Amma é a princesinha da casa. Com 13 anos de idade, finge ainda brincar com suas bonecas, e deixa sua mãe vesti-la como uma. É rodeada de mimos e cuidados, mas apesar de parecer um anjo perto de seus pais, se torna um verdadeiro demônio no minuto que cruza os portões de sua casa. Usando roupas provocantes, jogos perigosos de sedução, festas regadas a álcool, drogas e sexo, Amma é uma criança problemática, que ao mesmo tempo que quer tentar tomar o lugar da falecida irmã, quer também provar para a sociedade que pode fazer o que bem entender. A relação de Amma e Camille é estranha, visto que as duas não tiveram muita convivência antes de Camille se mudar para Chicago. Com a chegada da meia irmã, Amma resolve mostra-la de forma bastante sádica as rédeas da situação, fazendo jogos psicológicos e humilhando Camille sempre que tem a oportunidade. </div>
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À medida que as investigações prosseguem, Camille se envolve romanticamente com Richard, o galanteador detetive responsável por encontrar o assasino de Wind Gap. Fica bem óbvio que essa é uma situação onde um tenta tirar proveito das informações que o outro possui, mas Camille tem uma necessidade tão grande de agradar as pessoas, que ela acaba metendo os pés pelas mãos. Enquanto seu relacionamento esfria, começa a ficar claro quem é o culpado. Ou será que não? É preciso chegar até o final para saber...</div>
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<br /></div>
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Objetos Cortantes é um livro bastante tenso, apesar de a leitura ser fácil e rápida. Neste livro você vai se deparar com temas como rejeição familiar, automutilação, depressão, e a evidência de como a maldade humana pode carregar diversos formatos. Sentimentos como ciúmes, orgulho e inveja recheiam as páginas, e nos fazem ficar o tempo todo em dúvida do que realmente levou uma pessoa, ou pessoas, a matar duas adolescentes aparentemente normais, que não foram violentadas sexualmente, mas tiveram todos os seus dentes arrancados, e foram de certa forma cuidadas pelo seu assassino, que pinta suas unhas e as arruma antes de mata-las. Intrigante, não?</div>
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Falar mais sobre este livro é entregar de bandeja a solução de um crime que carrega um baita plot twist no final. Vale ressaltar, que para quem assistir a série primeiro como eu, vai se surpreender como a adaptação é 98% fiel ao livro. Recomendo que você não apenas leia o livro, mais se permita se aventurar pela série também.</div>
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Para deixar você leitor, ainda mais curioso sobre o final, quero deixar agora a minha impressão sobre a mensagem ou os questionamentos que este livro quer passar. </div>
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Primeiro de tudo, vamos definir o que é possessividade. Sentimento autodestrutivo, relacionado ao medo, a desconfiança e a insegurança. A possessividade está intimamente ligada ao ciúme. É necessário fazer a distinção entre o amor e a possessividade, porque enquanto no amor existe confiança, desejo de compartilhar, comodidade e liberdade para cada membro da relação, na possessividade existe egoísmo, aprisionamento e destruição. </div>
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Pessoas possessivas possuem antecedentes que vão desde a solidão à discriminação na infância, formando assim uma imagem ruim de si mesmo, entendendo que nunca serão amados se não forem necessitados por outra pessoa. </div>
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É preciso ressaltar que independentemente da causa ou antecedentes, as pessoas possessivas sofrem ataques de paixão e ira em relação as pessoas, fazendo com que essa junção de emoções negativas sejam dolorosas e simbióticas para todos os envolvidos. </div>
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A possessividade pode se mascarar como uma demonstração de amor e preocupação em excesso, mas quando se converte em uma traço persistente e negativo, acabam surgindo fissuras nos relacionamentos humanos, onde a pessoa possessiva não só quer tomar conta de tudo, como confunde suas ações com amor e dedicação. </div>
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Além da questão da possessividade mascarada de amor, existe o autoconceito, maneira pela qual uma pessoa concebe a si própria, e a autoestima, quantidade de apreço que uma pessoa sente por si mesma. Estes dois fatores em crianças é bastante suscetível ao modo como as inter-relações se estabelecem em sua família. Conforme as percepções desse grupo, quanto mais expostos estão os filhos a críticas negativas, xingamentos, ameaças ou até mesmo o aposto, ao excesso do cuidado transformado em possessividade, mais negativamente tendem a se desenvolver seu autoconceito e sua autoestima. </div>
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Resumidamente, já que não podemos escolher em que família nascemos, o questionamento final que faço após ler Objetos Cortantes é: temos o poder de escolher como vamos amar, nos aceitar e nos conceber?</div>
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Se não, devemos ser culpados por nossas ações? </div>
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Se sim, devemos ser culpados por nossas decisões?</div>
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"Algumas vezes, minhas cicatrizes pensam sozinhas." Camille Preaker. </div>
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A se pensar...</div>
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Minha nota: 9,5</div>
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Nota: Deixo abaixo o trailer da série para quem ainda está pensando sobre as perguntas a cima e buscando as respostas:</div>
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<iframe width="320" height="266" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/VU9cY8hE62M/0.jpg" src="https://www.youtube.com/embed/VU9cY8hE62M?feature=player_embedded" frameborder="0" allowfullscreen></iframe></div>
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Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/10693598089182906965noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2009378716349059276.post-7373926364997058552018-09-11T06:48:00.000-07:002018-09-11T06:48:05.875-07:00"A luta pela sobrevivência é uma questão de persistência. Mesmo que pela desistência se entregue a dor e ao sofrimento, a alma anseia pela luta." - Resenha do livro "A Amante do Oficial" - Pam Jenoff<div style="text-align: justify;">
A Amante do Oficial começa a sua história nos apresentando a judia Emma Brau, de apenas 19 anos, e recém casada com o também jovem Jacob durante o período do domínio alemão na Polônia. A vida e a fé de Emma são logo colocados em risco quando Jacob é obrigado a cair na clandestinidade para trabalhar com a resistência, deixando Emma prisioneira do decrépito e abandonado gueto de Cracóvia junto ao seus pais. </div>
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<br /></div>
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Somos apresentados nas demais páginas a difícil vida dos judeus morando precariamente nos guetos construídos pelos alemães, e já podemos desde este momento sentir a dor, a tristeza e o pesar de dias repletos de escassez de alimentos, saúde e conforto. </div>
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<br /></div>
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Na calada de uma noite, Emma é misteriosamente resgatada e levada para morar com Krysia, dama da alta sociedade e também a tia católica de Jacob. Ao assumir uma nova identidade como Anna Lipowski, uma gentílica, a vida de Emma passa por uma nova reviravolta ao ser apresentada ao comandante nazista Georg Richwalder, oficial alemão e maior autoridade na cidade.<br />
<br />
Durante um jantar oferecido por Krysia, Emma/Anna conhece o comandante Richwalder, um verdadeiro gentleman, e um homem também bastante atraente, que rendido aos encantos da judia, a convida para ser sua secretária no governo de Cracóvia. Com o objetivo de manter o disfarce e ajudar a resistência, Emma/Anna aceita o cargo e passa a espionar os planos secretos da ocupação, colocando em risco a sua vida e também a de todos que ama.<br />
<br />
A medida que as atrocidades da guerra se intensificam, a relação entre Emma/Anna e o comandante se torna mais íntima, e um dilema em nossa protagonista se aloja. Ela pensa que se deixar seduzir pelo comandante é uma oportunidade para ajudar ainda mais a resistência, enquanto luta internamente contra a realidade de que ela realmente se sente fortemente atraída por ele, e dá vazão aos seus desejos mais secretos como mulher, se rendendo a encontros cada vez mais apaixonados. Desejo e culpa pairam sobre todos os capítulos, enquanto compartilhamos junto a nossa protagonista sentimentos como perseverança, luta e confiança de que tudo no final dará certo, apesar de tudo aparentemente estar dando errado.<br />
<br />
A Amante do Oficial abordou com muita proeza a ocupação da Polônia pelos Nazistas. É duro ler a forma como os alemães perseguem os judeus, e estes aos poucos somem diante dos nossos olhos. Emma é uma personagem forte, que apesar da traição e culpa, não se torna uma vitima, e sim uma grande protagonista. O livro se vende como um romance digno de lágrimas, mas vou descreve-lo como um livro focado na sobrevivência, e principalmente na resiliência.<br />
<br />
Resiliência é a capacidade das pessoas de superar a dor e as situações adversas da vida, que em muitos casos são extremas. Traduzindo de maneira clara, a resiliência é a capacidade que um material tem de se deformar por inteiro, quase "morrer", para então conseguir ir voltando ao formato que era antes, se refazendo e se reconstruindo o tempo todo. Este termo passou por muitas adaptações cientificas, e hoje representa a capacidade de um ser humano de sobreviver a um trauma, a resistência de um individuo, não só a resistência física, mas a visão positiva para se reconstruir.<br />
<br />
A resiliência é uma companheira que não te dá espaço para lamentar. Está ali, a cada minuto do seu dia, no passar das semanas, ao longo dos anos, nos lembrando constantemente que não há tempo para se perguntar o porquê de certas coisas terem acontecido, mas sim de olhar para a frente, para o resultado final de todas as nossas ações perante as dificuldades e desafios da vida.<br />
<br />
Foi ela, é ela, e continuará sendo a resiliência que segurou as mãos de Emma nos momentos mais difíceis, que lhe deu o entendimento necessário para compreender que o importante não é ser forte, mas sim ser flexível. É na resiliência que aprendemos que não importa o quanto conseguimos bater, mas sim o quanto conseguimos apanhar.<br />
<br />
É ela que nos faz florir mesmo nos períodos mais secos, que nos cerca de primavera para que esqueçamos as pedras no meio do caminho. Que alivia os dias chuvosos com algumas boas idéias para não esquecer de seguir em frente. Ela que nos dá paciência para suportar os intempéries da vida, riscando do calendário os dias mais desgastantes. Resiliência que nos acompanha mesmo quando não queremos companhia. Um colo na hora da solidão. Um afago nos momentos de pressão. A decisão de ficar mesmo quando você quer apenas fugir.<br />
<br />
Para muitos de nós resiliência não é mais uma opção, mas para Emma foi o pilar para sustentar o turbilhão de dúvidas e sentimentos ruins que a circundavam.<br />
<br />
Uma de minhas frases preferidas ditas por Emma é: "Precisamos assumir a responsabilidade por nossas ações. É a única maneira de evitar que nos tornemos vítimas, e de manter a nossa dignidade."<br />
<br />
A história de Pam Jenoff é bastante conclusiva, não deixando nenhum detalhe em aberto. Sim, caro leitor, você saberá o que acontece com Emma/Anna, mas o mais importante de se saber e entender após esta dura leitura, é que independente do desafio que nos é colocado em mãos, e por mais sorte ou azar que possamos ter, sempre dependerá apenas de nós tirar o melhor de cada experiência, e esperar que nossas ações e principalmente, nosso instinto para sobreviver ao caos, tragam resultados ainda mais surpreendentes do que os esperados.<br />
<br />
"Quem quiser viver será constrangido a matar. Martelo ou bigorna, minha intenção é preparar o povo alemão para ser o martelo." - Adolf Hitler.<br />
<br />
"Que esta ocasião solene faça emergir um mundo melhor, com fé e entendimento, dedicado à dignidade do homem e à satisfação de seu desejo de liberdade, tolerância e justiça." Segunda Guerra Mundial - 1939 - 1945.<br />
<br />
Minha nota: 9,0<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7ELwBtb0ESEyqXTYhqh8PIo89T9-vK-0Ek_aVMpa_c9IALu5CV8nOu9o92ZC0JxnGOLs5gE7pnJrRpCxhKBtqLQqap4A6jXKcBR7wVEXovnM1rLouqYCtvTZsEjbfU-cFRJ2QXYSRBA8y/s1600/download.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="636" data-original-width="430" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7ELwBtb0ESEyqXTYhqh8PIo89T9-vK-0Ek_aVMpa_c9IALu5CV8nOu9o92ZC0JxnGOLs5gE7pnJrRpCxhKBtqLQqap4A6jXKcBR7wVEXovnM1rLouqYCtvTZsEjbfU-cFRJ2QXYSRBA8y/s400/download.png" width="270" /></a></div>
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Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/10693598089182906965noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2009378716349059276.post-42271355718855262892018-04-12T12:45:00.003-07:002018-04-12T12:45:27.137-07:00"Amar os outros é a única salvação individual que conheço: ninguém estará perdido se der amor e às vezes receber algum amor em troca." - Resenha do Livro "O menino do vagão" - Pam Jenoff<div style="text-align: justify;">
"Que essa ocasião solene faça emergir um mundo melhor, com fé e entendimento, dedicado à dignidade do homem e à satisfação de seu desejo de liberdade, tolerância e justiça." Segunda Guerra Mundial (1939 -1945). </div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O menino do vagão é uma história de ficção que se passa em um dos períodos mais sombrios da humanidade, a Segunda Guerra Mundial. Retratado como pano de fundo, nos deparamos capítulo a capítulo com os medos e horrores de uma guerra onde o mundo conheceu e viveu o que há de pior nos seres humanos. Onde a simples diferença de raças servia como pretexto para fuzilar ou jogar pessoas em uma câmara de gás, pessoas essas que eram "eleitas" inferiores por uma classe que se achava acima de tudo e de todos. </div>
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<br /></div>
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Apesar de contar com uma sinopse até certo ponto dramática e um pouco romantizada, O menino do vagão mergulha de maneira profunda nos sentimentos, e nos faz refletir e sentir na pele o drama, o medo e o pavor que pessoas inocentes eram submetidas pela escolha dos outros. </div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
O livro de Pam Jenoff conta a história de duas mulheres, Noa e Astrid. <span style="text-align: justify;">Noa é uma jovem holandesa de apenas dezesseis anos, que depois de engravidar de um soldado alemão, é expulsa de casa pelo pai, sem dinheiro e sem nenhuma pessoa com quem ela possa contar. Perdida em uma estação de trem, Noa conhece uma senhora que lhe dá um "bom" conselho. Nossa protagonista é instruída a doar seu bebê ao Reich, já que é branca, loira e tem uma aparência bem parecida com a raça ariana. Noa então pede ajuda a uma instituição alemã que acolhe mães solteiras, as alimenta e cuida durante suas gestações. Porém no momento de dar a luz ao seu bebê, Noa entra em pânico ao perceber que seu filho não tem olhos claros e nem cabelos loiros. A criança é arrancada de seus braços e literalmente descartada pelas enfermeiras. Assim, sem dinheiro e nenhuma perspectiva, Noa continua na Alemanha limpando banheiros em uma velha estação de trem.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="text-align: justify;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas o destino sempre nos reserva uma segunda chance, e é quando em um determinado dia, Noa escuta um barulho vindo de um vagão, e ao abri-lo se depara com muitos bebês, alguns incrivelmente ainda vivos largados em cima de outros bebês já roxos e mortos pela fome e pelo frio. Levada pelo instinto materno, Noa foge com um dos bebês, e percebe durante sua fuga que ele é circuncidado. Em pânico, Noa começa a correr e desmaia devido ao frio intenso com a criança enrolada em seu casaco. Quando ela acorda, ela está deitada em uma cama em um lugar completamente desconhecido. E é aqui que ela conhece Astrid. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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Astrid foi criada no mundo circense e é de origem judia. Excelente trapezista, foi casada com o soldado Erich, porém tudo desaba quando a guerra é declarada, e seu marido sendo um soldado de Hitler, é obrigado a se divorciar dela por sua origem judaica. Sozinha e sem amparo, Astrid volta para a casa dos pais, que infelizmente se encontram desaparecidos. Em busca de seus paradeiros, ela bate na porta de um antigo dono de um circo rival de seu pai, e para sua surpresa, ele lhe oferece ajuda a empregando como trapezista de seu circo. </div>
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<br /></div>
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Acontece que Noa desmaia no perímetro onde está instalado o circo que Astrid trabalha, e a mesma recebe a incumbência de se tornar uma trapezista para ajudar na apresentação de sua nova parceira e professora. A condição é essa, se ela quiser abrigo para ela e para o bebê, que inicialmente ela mente dizendo que é seu irmão. No começo, Astrid não enxerga Noa com bons olhos, mas aos poucos as dificuldades que a guerra vai impondo faz com que as duas criem um forte laço de amizade, e as verdades sobre suas vidas e escolhas são colocadas a prova, como ato de confiança que uma pode ser a fortaleza da outra. </div>
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<br /></div>
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Pam Jenoff conta uma história incrível, nos apresentando o mundo do circo e suas dificuldades durante a Segunda Guerra Mundial. Mesmo sendo julgados pela sociedade da época, o circo ajudava muitos judeus que tentavam se esconder, como era o caso de Astrid que precisava se refugiar toda vez que soldados alemães vinham fazer suas rondas pelo circo. Também vemos como os animais sofreram com a guerra sem alimentos nem para si próprios e nem para os humanos, que acabavam ou emagrecendo demais, ou morrendo. </div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas o que mais nos toca são os cenários tristes que nossas protagonistas enfrentam, e mesmo perante tantas dificuldades, sempre havia espaço para o amor. Sim, o amor. Ambas conseguem amar de novo e confiar de novo, e é aqui que mora toda a beleza desta dramática história. Sim, se prepare para ficar boquiabertos em alguns momentos de sua leitura, e derramar algumas boas e pesadas lágrimas. </div>
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<br /></div>
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O menino do vagão é um livro tenso e dramático, que lembra muito os livros sobre guerra da autora Kristian Hannah. Apesar de se passar em um cenário pesado e triste, a autora nos entrega uma escrita cadenciada, com capítulos que fluem muito naturalmente para conhecermos cada ponto de sua história, tornando quase impossível nos cansarmos deste livro. Durante toda sua narrativa, somos surpreendidos com revelações que vão se completando e aliviando um pouco o ar sombrio da vida de segredos de cada personagem em meio a guerra, fazendo com que o leitor se aproxime cada vez mais de cada um destes incríveis personagens. </div>
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<br /></div>
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O desfecho desta obra é bastante improvável, e quase não conseguimos estar preparados para os acontecimentos que seguem a etapa final, nos deixando em estado de profunda reflexão. </div>
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<br /></div>
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Mas sem entregar o final desta bela história, eu gostaria de falar sobre salvação.</div>
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<br /></div>
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Salvar é continuar a acreditar no outro, mesmo sabendo que alguns valores muito estranhos permeiam pelo mundo. Salvar é continuar otimista mesmo sabendo que o futuro que nos espera nem sempre é tão alegre. Salvar é continuar com vontade de viver, mesmo sabendo que a vida é em muitos momentos uma difícil lição de ser aprendida. Salvar é permanecer com vontade de ter grandes amigos, mesmo sabendo que com as voltas que o mundo dá, eles vão indo embora das nossas vidas. Salvar é realmente ter a vontade de ajudar as pessoas, mesmo sabendo que muitas delas são incapazes de sentir, entender ou utilizar a sua ajuda. Salvar é manter o equilíbrio, mesmo sabendo que muitas coisas que vemos no mundo nos escurecem os olhos. Salvar é ter garra, mesmo sabendo que a derrota e a perda são ingredientes tão fortes quanto o sucesso e a alegria. Salvar é atender a nossa intuição, que sinaliza sempre o que há de mais autêntico em nós mesmos. Salvar é praticar o sentimento de justiça, manifestar amor por nossa família. Salvar é acima de tudo lembrar que todos nós fazemos parte desta maravilhosa teia chamada vida, e que as grandes mudanças não ocorrem por grandes feitos de alguns, e sim, nas pequenas parcelas cotidianas de nós todos. </div>
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<br /></div>
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Noa e Astrid nos dão uma bela lição do que significa salvar colocando o que todos nós temos de melhor para oferecer a nós mesmos e aos outros ao nosso redor: o amor.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
"Nós, pessoas do circo, não vemos nenhuma diferença entre raças ou religiões."</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Minha nota: 10 com louvor. </div>
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<br /></div>
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Ecos da Segunda Guerra Mundial:</div>
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<br /></div>
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"Meglio vivere un giorno da leoni che cento anni da pecore." (Melhor viver um dia de leão, do que cem anos de cordeiro) - Benito Mussolini</div>
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<br /></div>
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"Vocês se arrependerão por terem sido tão amáveis" Adolf Hitler, a seus generais, poucos dias antes do fim. </div>
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<br /></div>
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"Isso não é o fim, não é nem o começo do fim, mas talvez seja o fim do começo." - W. Churchill, após vitória dos aliados na África. </div>
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<br /></div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj21kLt8Qyn8f9mIDDJcyMGUnHftmpJzPStLwwwfNJxCt75wOGv4eJt7uzCvw3p00G0fIc_lKi8iOGDid3wWOhGl1QuggX-qFg_mm6jGUvGs3ok6SlP4mR8HwkRFj9yioytr7wARIp4BxYS/s1600/46583988.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="500" data-original-width="337" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj21kLt8Qyn8f9mIDDJcyMGUnHftmpJzPStLwwwfNJxCt75wOGv4eJt7uzCvw3p00G0fIc_lKi8iOGDid3wWOhGl1QuggX-qFg_mm6jGUvGs3ok6SlP4mR8HwkRFj9yioytr7wARIp4BxYS/s400/46583988.jpg" width="267" /></a></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/10693598089182906965noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2009378716349059276.post-32618184875445374642018-03-12T07:46:00.001-07:002018-03-12T07:46:07.157-07:00“Às vezes não somos nós que estamos no leme, e não podemos fazer mais do que confiar que tudo vai dar certo" - Resenha do livro "Baía da Esperança" - Jojo Moyes<div style="text-align: justify;">
"A esperança não murcha, ela não cansa, também como ela não sucumbe a crença, vão-se sonhos nas asas da descrença, voltam sonham nas asas da esperança."</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
É com essa premissa que escrevo sobre a nova obra de Jojo Moyes, Baiá da Esperança, que já inicia em seus primeiros capítulos a apresentação de um lugar mágico nos confins da Austrália, repleta de belezas naturais, e com habitantes cativantes que fazem de Silver Bay um verdadeiro paraíso. </div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Conhecemos logo de cara Kathleen, uma senhora que administra um hotel que outrora já conhecera muito luxo e glória. Ela é famosa por ter pescado o maior tubarão de todos os tempos quando era pequena, mas atualmente dedica seus dias a administrar sua hoje precária e pouco procurada pousada. Alguns capítulos depois, conhecemos sua sobrinha Liza, uma mulher séria, fechada e que passou por um grande trauma em sua vida. Liza dedica seus dias a trabalhar em um barco levando turistas para observar baleias e golfinhos, e é a mãe de Hannah, uma garotinha inteligente e perspicaz, que adora o mar, mas que estranhamente não pode se aventurar nele, já que sua mãe não permite tal feito. Todas moram no hotel de Kathleen e vivem do que a baía basicamente oferece. </div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Depois de acompanharmos a rotina destas três gerações tão diferentes de mulheres, somos apresentados a Mike, um empreendedor que vive em Londres, e que está prestes a se casar com a filha de seu ambicioso chefe. Mike é enviado a Baía da Esperança para avaliar o local, a fim de construir um grande e imponente resort de luxo no lugar. </div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
É desta forma que a vida desses quatro personagens se cruzam, quando Mike se hospeda na pousada de Kathleen, e lá conhece vários habitantes da ilha, seus trabalhos e o amor incondicional que sentem por aquele lugar, sua flora e fauna, e claro, suas baleias. </div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A narrativa é feita sob o ponto de vista dos personagens principais: Hannah, Kathleen, Liza, Mike e alguns personagens secundários, numa espécie de mosaico de vivências e sentimentos, que vão construindo a história e oferecendo ao leitor uma perspectiva ampla dos fatos. O ponto alto desta obra são os personagens, muito bem construídos individualmente. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Conforme vamos conhecendo de maneira mais profunda cada um deles, Mike se sente cada vez mais próximo de tudo o que vê, e a razão pela qual ele veio parar naquele lugar, começa e a se tornar cada vez mais secundária. Contudo, os habitantes da ilha descobrem que um resort está prestes a ser construído, colocando em risco a vida das baleias, e principalmente, que Mike está envolvido nisso tudo. </div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Capítulo a capítulo vamos percebendo que Mike começa a pensar em tudo que está fazendo e como isso afetará a população e os animais marinhos. Ele acaba se aproximando muito de Liza e sua filha, e Kathleen é a personagem que se torna mais amiga de nosso possível anti herói. Então o dilema está instalado: O que é mais importante? Ganhar uma promoção no trabalho por causa da construção de um super empreendimento, ou defender essa cidadezinha tão pequena mas ao mesmo tempo tão especial?<br />
<br />
A ambição é uma caraterística exclusiva do ser humano. Só o ser humano tem o desejo intrínseco de poder. Os animais lutam quando estão em risco de vida, mas os humanos lutam por razões muito menos categóricas. A razão fez o homem perceber que se for mais forte que o outro terá poder sobre ele. E da mesma forma que a "lei da selva" na natureza determina que o mais forte vence sempre, também na subentendida lei da competição, da concorrência ou do desejo permanente de poder, o mais forte vence sempre o mais fraco. A diferença existente entre a lei da selva natural e a "lei da selva humana", é que na primeira existe apenas uma força, bruta e natural, enquanto que na segunda existem forças que nem sempre são claras e objetivas. Entre os animais as regras são claras e definidas de uma forma só mutável pela evolução natural das espécies. Entre os homens as regras são permanentemente mutáveis e muitas vezes obscuramente definidas. As mais diversas estratégias são usadas para conseguir o mesmo objetivo, cada um conforme as suas diversificadas, naturais, adquiridas e artificiais capacidades. <br />
<br />
A inteligência humana, ou apenas a sua esperteza, transformou o homem, retirando-o da natureza e modelando-o de uma forma artificial, em direção por um lado a perfeição sublime, e por outro, a existência trafico - cômica. De fato, o homem não é um animal, ou é um "animal superior", mas quando comparado com todos os outros animais, apresenta diferenças que foram originadas na sua linguagem, devido ao seu cérebro superior, que por um lado são extraordinárias, como a capacidade de criação, de adaptação, de imaginação, de compreensão, mas por outro lado são muito desmotivantes. O homem é o único animal que tem tabus, é o único animal que mata sem necessidade, que engana, que mente, e que infelizmente mascara suas ações.<br />
<br />
E a ambição é um dos defeitos do ser humano, por ser a principal causadora de atos de baixo nível, que levam a indecência, a desonra, a desonestidade, a infâmia, a ignorância, a falta de respeito, de caráter e de orgulho, que o diminuem para além dos próprios animais irracionais.<br />
<br />
E se é certo que a ambição também contribui para o desenvolvimento humano, considerando que os ambiciosos são os que não tem quaisquer escrúpulos para ultrapassarem qualquer tipo de barreiras, não será menos certo que a vida de muitos seres humanos foi e continua a ser insuportável devido a exagerada ambição de outros.<br />
<br />
Será também, desta forma, a ambição, uma prova de que existe uma espécie de dualismo na evolução humana, no sentido de que para existir o bom tem que existir o mal, pressupondo que a evolução humana partiu do animal não no sentido ascendente, mas num sentido alargado, tornando-se por um lado superior, por outro lado inferior ao próprio animal.<br />
<br />
Mas nem de total ambição vive o homem. Quando ele percebe que está exagerando ou mesmo errando, vem o sentimento de esperança de que ele pode mudar, pode fazer diferente e melhor. E é este impasse que Mike e os demais personagens vivem capítulo pós capítulo, outrora ambiciosos ou medrosos até demais, nossos queridos personagens começam a perceber que precisam mudar, não só pelos outros ao seu redor, mas por eles mesmos. E então nasce a jornada da esperança, e é nela que foca o livro.<br />
<br />
A esperança é o combustível da vida, a forma de mantê-la viva é não prender os olhos nas tragédias, pois a cada desgraça que contemplamos corremos o risco de perdê-lo. Existe na mitologia grega a presença de uma figura interessante: uma ave chamada fênix, que quando morria entrava em autocombustão e passado algum tempo depois, renascia das próprias cinzas. A fênix, o mais belo de todos os animais fabulosos, simboliza a esperança e a continuidade da vida após a morte. Revestida de penas vermelhas e douradas, as cores do sol nascente, possuía uma voz melodiosa que se tornava triste quando a morte se aproximava.<br />
<br />
A impressão causada em outros animais por sua beleza e tristeza chegava a lhes provocar a morte. Nossa vida passa por este processo várias vezes em um único dia, ou seja, sair das tragédias para contemplar a beleza que não morreu, a vida que existe ainda, como fazia essa ave mitológica. Alguns historiadores dizem que o que traria a fênix de volta a vida, seria somente o seu desejo de continuar viva. O desejo de continuar a viver era sua paixão pela beleza, que é a vida.<br />
<br />
A medida que perdermos ilusões e incompreensões, temos o espaço real no qual pode crescer a esperança, que nada mais é do que a certeza de que tudo pode ser melhor do que o que já vemos e vivemos.<br />
<br />
O homem pode ser resistente as palavras, forte nas argumentações, mas não sobrevive sem esperança.<br />
<br />
Ninguém vive se não espera por algo bom, que seja melhor do que o que já acontece, já possui ou já experimentou. É o desejo de caminhar no caminho certo.<br />
<br />
Agora resta apenas saber se Kathleen, Liza, Hannah e Mike optaram no final por trilhar este certeiro caminho.<br />
<br />
Minha nota: 8.5<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/10693598089182906965noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2009378716349059276.post-2898198465758151352017-12-15T03:47:00.001-08:002017-12-15T03:47:05.575-08:00"São as palavras e as fórmulas, mais do que a razão, que criam a maioria de nossos julgamentos." - Resenha do livro "Em busca de abrigo" - Jojo Moyes<div style="text-align: justify;">
Definitivamente Jojo Moyes está entre minhas autoras favoritas, mas nem eu sabia que Em Busca de Abrigo foi seu primeiro livro publicado. Por já ter lido algumas de suas obras, confesso que é notável como sua escrita e criatividade evoluiu. Embora a história, quanto a construção das personagens tenha me agradado, seria mentira dizer que foi uma leitura frenética, dessas que não conseguimos desgrudar do livro. Na realidade, demorei bastante tempo para concluir a leitura, porque encontrei nela algumas dificuldades, que se deu em certos momentos de forma bastante lenta e monótona. Contudo, os últimos capítulos ganham um novo ritmo de forma que me senti mais envolvida pela história em suas últimas páginas. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Em seu livro de estreia, conhecemos três mulheres da mesma família e de gerações diferentes. A primeira personagem a nos ser apresentada é Joy nos anos 1953 na noite de coroação da Rainha Elizabeth II. Joy está reunida com a comunidade de expatriados de Hong Kong, em uma festa para celebrar o acontecimento da coroação e acompanhar a cerimônia. Ou pelo menos, tentar.<br />
<br />
Joy para inicio de conversa, não queria estar ali. Aos 21 anos, ela não é como as outras mulheres da sua idade, que sonham em se casar e usar vestidos extravagantes. Joy odeia reuniões de alta sociedade e não suporta o fato de ser tão alta que precisa olhar para baixo ao falar com qualquer pessoa da cidade. Acontece que aparentemente não só Joy parece não estar interessado na cerimônia. E este alguém digamos de passagem, se torna seu futuro marido no dia seguinte. Sim, no dia seguinte. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Depois de conhecer Joy, somos transportados para mais de 20 anos depois, e conhecemos Kate, uma garota de 18 anos que foge do Condado de Wexford na Irlanda com uma filha. E então, 15 anos mais tarde, conhecemos Sabine, que está a caminho de Wexford para passar um tempo com a avó que nunca conheceu. Entendemos enfim que Sabine é filha de Kate, que é filha de Joy. Conhecemos então a família Ballantyne. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Capítulo a capítulo acompanhamos três histórias diferentes, que juntas são a história de uma família. O que resta saber é se essas três mulheres que tem seus segredos e personalidades diferentes conseguirão se relacionar como uma família. Coisa que elas nunca fizeram questão de fazer antes. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Joy que ama mais seus cavalos e seus cachorros de caça do que ela própria, tem uma personalidade bem difícil de lidar, apesar de ser uma mulher extremamente forte e destemida. Kate em contrapartida ama sua filha incondicionalmente, mas parece em um primeiro momento uma mulher muito carente e insegura, que vive pulando de relacionamento em relacionamento, deixando Sabine sempre confusa e sem entender o verdadeiro conceito de família. A adolescente por sua vez, critica constantemente as atitudes de sua mãe e de sua avó, não compreendendo porque uma parece não ter amadurecido, e o porque a outra ser tão rígida, reclusa e fechada em seu universo paralelo. </div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Kate vê um abismo enorme e crescente entre ela e Sabine. Às vésperas de fazer uma jornada de volta a Irlanda para ver seus pais e resgatar seu passado, Kate se pergunta como elas chegaram a essa situação, e o que ela pode fazer para mãe e filha se reconectarem. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Para Joy, ver sua neta é a realização de um sonho. Após uma dolorosa separação de sua filha Kate, ela aguarda ansiosamente a chegada de Sabine. Porém após a chegada da neta, a conexão que ela esperava não acontece, diminuindo desta forma seu grande entusiasmo. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E quando o impetuoso temperamento de Sabine força Joy a encarar fantasmas do passado, ela percebe que talvez seja a hora de fechar antigas feridas.<br />
<br />
O interessante é que conforme vamos tomando conhecimento sobre as histórias destas três mulheres, percebemos que a vida tem uma maneira engraçada de se repetir. Elas na verdade não são tão diferentes assim. Cada uma carrega na verdade um pouco da outra, e o que bastava para se tornarem de verdade uma família era a capacidade de compreenderem seus passados, e o porque muitas vezes usamos artifícios para gritar ao mundo qual realmente é a nossa dor.<br />
<br />
O livro não apenas te envolve com estas três personagens, como te faz entender vários pontos de vista da mesma história. Muitas vezes me peguei confusa por não conseguir optar por um lado, já que todos os sentimentos de cada personagem fazem sentido. Mesmo que sejam inadequados algumas horas, são sempre compreensíveis e humanos.<br />
<br />
Joy, Kate e Sabine nos mostram que relacionamentos são complexos, e que as pessoas não são simplesmente boas ou más, e que muitas vezes tentam fazer o seu melhor e acabam sendo incompreendidas. Por terem medo, desistem e optam por esconderem seus sentimentos dentro de uma carapuça falsa. E o que basta para esse jogo virar é algo muito simples de se fazer: ouvir e tentar entender atitudes que até então achamos imperdoáveis.<br />
<br />
Por mais razões que supostamente se tenha em relação a outras pessoas, por mais que elas estejam em dificuldade ou inseridos em erros, a grande lição é: evite julgar. Ninguém tem informações suficientes para fazer um excelente veredito e colocar-se acima dos fatos e da verdade. Quando se julga alguém, normalmente nos baseamos em nossas réguas, e nem sempre elas estão alinhadas em um nível superior para saber o que é o melhor, o que é o certo e o que é o errado.<br />
<br />
Neste comportamento ainda geramos uma energia que não nos é nada positiva. No lugar de julgar, talvez seja mais prudente oferecer uma ajuda ou um apoio. Defeitos são parte integrante das pessoas, o que é defeito aos olhos de um, pode não ser defeito aos olhos do outro. O que é veneno para um, pode ser remédio para outro. Julgar é tirar os olhos de nós mesmos, esquecer daquilo que realmente somos, e também dos erros que inserimos em nossas vidas.<br />
<br />
Entre um erro e outro, algumas pessoas se encontram, entre um erro e outro se reconhece aliados, entre um erro e outro ficamos diante de nossa verdade ou de nossa mentira. Assim é o caminho de quem erra, mas pior é o caminho de quem julga, pois se coloca acima de todos esses erros.<br />
<br />
O que esta obra quer nos ensinar é que quando perceber que está julgando alguém, tente inverter os polos, transforme este julgamento em disponibilidade de prestar um auxílio dentro de suas possibilidades.<br />
<br />
Ao final, ao mesmo tempo em que me emocionei com algumas conclusões e aprovei o modo como as três acharam de se entender, também fiquei com uma sensação de algo ter ficado incompleto. Alguns conflitos foram resolvidos sem que houvesse uma conversa suficiente para isso, ou até mesmo que outros pontos acabaram permanecendo em aberto.<br />
<br />
No final, tudo se resume a uma história de três gerações de mulheres frente as verdades fundamentais do amor, dever e o inquebrável elo que une mães e filhas.<br />
<br />
Deixo aqui uma frase que para mim resume basicamente do que o livro se trata, e deixo para vocês refletirem, como eu refleti ao terminar a leitura, o que de fato significa família:<br />
<br />
"A família é como um barco no mar tempestuoso deste mundo. Quando todos remam juntos, com amor e compreensão, ela sempre chega ao cais da felicidade."<br />
<br />
Minha nota: 5,0</div>
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O que aconteceria se um dia você acordasse ao lado de sua esposa, e ela simplesmente te dissesse que não quer mais estar casada com você?</div>
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É desta forma que "Nós" de David Nicholls inicia. </div>
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Douglas Peterson, um bioquímico de 54 anos, totalmente apaixonado por sua profissão, por organização e limpeza, é acordado por Connie, sua esposa há 25 anos, quando ela lhe diz que quer o divórcio. O momento não poderia ser pior. Com o objetivo de estimular os talentos artísticos do filho, Albie, que acabou de entrar na faculdade de fotografia, Connie planejou uma viagem de um mês pela Europa, uma chance de conhecerem em família as grandes obras de arte do continente. </div>
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Connie imagina que não seria o caso de desistirem da viagem por conta de sua repentina vontade de não estar mais casada com o seu marido, e Douglas secretamente acredita que estas férias vão reacender o romance dos dois, e quem sabe também fortalecer os laços entre ele e seu filho, que digamos de passagem, não é lá muito bom. </div>
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A esperança é o mote que caminha lado a lado conforme os capítulos vão se desenrolando, em uma história totalmente narrada pelo nosso protagonista Douglas, onde acompanhamos página por página como o romance entre ele e Connie começou, entendendo desde o princípio a complexidade do sentimento amor. </div>
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Douglas e Connie se conheceram em um jantar promovido pela irmã do nosso protagonista, e por ser completamente anti social, Douglas honestamente nem queria estar ali. A princípio quando colocou seus olhos em Connie, ele não achou a moça nem um pouco interessante, mas depois de algumas conversas, eles foram ficando cada vez mais próximos. Logo estavam passando mais e mais tempo juntos, e descobrindo que as diferenças podem sim ser um alavanca para uma bonita história de construção do sentimento mais cobiçado do mundo, o amor. </div>
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O inicio de suas histórias foi um tanto quanto estranha: ela uma artista, popular e liberal, enquanto ele um bioquímico centrado e acuado, somaram estas diferenças para resultar em um casamento precoce, mas cheio de empolgação por parte dos dois, visto que ambos começaram a ter contato com vidas totalmente opostas a que estavam acostumados a ter. </div>
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Nos primeiros anos de um casamento repleto de descobrimentos, Connie e Douglas engravidaram e tiveram uma menina, que não resistiu e morreu logo após o nascimento. É neste momento que acontece a primeira grande crise do casal. Acompanhamos de perto a luz de Connie sendo apagada pela dor de uma perda tão significativa, mas também acompanhamos Douglas sendo a melhor pessoa que ele poderia ser, mesmo sofrendo tão igualmente a sua mulher.<br />
<br />
Como sempre após a escuridão, vem o pote de ouro no final do arco íris, e Albie nasce, para que desta forma eles pudessem viver plenamente felizes...Ou não...<br />
<br />
Para infelicidade de Douglas, Albie é exatamente como a sua mulher, uma pessoa com espírito livre, visão artística e nem um pouco interessado em números e métodos de organização. Como boa relação familiar, muitos conflitos acontecem entre Albie e seu pai, com Douglas sempre saindo com o papel de vilão no final. </div>
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<span style="background: #fafafa; color: #333333; font-family: "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
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Todo o livro acontece durante a viagem dos três a Europa, e enquanto acompanhamos o itinerário construído em minucias por Douglas cair por água baixo por constantes brigas entre a família, e a decisão repentina de Albie em continuar a viagem sozinho, deixando Douglas e Connie completamente a deriva.<br />
<br />
Seguindo as pistas para descobrir o paradeiro do filho, nosso protagonista cruza Alemanha, Itália e Espanha. Durante esta verdadeira saga, somos levados as lembranças do início do casamento, as conquistas e a solidificação de uma família. Um estrutura de capítulos curtos e textos objetivos, que tem como intenção nos revelar até que ponto a esperança pode nos levar, e que portas ela pode abrir.<br />
<br />
Não há nada de muito inédito ou espetacular, mas a visão aguda de David Nicholls para os dramas cotidianos é o que torna o romance especialmente envolvente. "Nós" se revela uma leitura prazerosa, mas totalmente esquecível. Romance de viagem tragicômico, sobre um protagonista em crise de meia idade. O bom humor é um ponto positivo na obra, que traz leveza a um livro que surpreende no final por um desfecho não esperado em romances de prateleira.<br />
<br />
Mas a lição que o livro quer nos passar é que o amor é o caminho que nos leva a esperança. E esta não é uma espécie de consolação, enquanto se esperam dias melhores. Nem é sobretudo expectativa do que virá. Esperar não significa projetar-se em um futuro hipotético, mas saber colher o invisível no visível, o inaudível no audível.<br />
<br />
Descobrir uma dimensão outra dentro e além desta realidade concreta que nos é dada como presente. Sim, nem tudo que vem em formato negativo, de verdade é ruim. Todos os nossos sentidos são implicados a acolher, com espanto e sobressalto, a promessa que vem, não apenas num tempo indefinido futuro, mas já hoje, a cada momento. A esperança nos mantém vivos. Não nos permite viver macerados pelo desânimo, absorvidos pela desilusão, derrubados pelas forças da negatividade. Compreender que a esperança floresce no instante é experimentar o perfume do novo.<br />
<br />
Através do olhar esperançoso de Douglas, entendemos que absolutamente tudo é um presente, por mais que em determinado momento não é possível enxergar desta forma.<br />
<br />
Dizem que quando uma porta se fecha, uma janela sempre se abre, e acho que depois de ler este livro, finalmente compreendemos que esta premissa é sim totalmente verdadeira.<br />
<br />
Minha nota: 6,5<br />
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Jojo Moyes já declarou algumas vezes que gosta de criar personagens femininas fortes, mas foi durante uma despretensiosa conversa com a sua avó, que ela teve a inspiração para escrever O Navio das Noivas. A autora já era adulta quando descobriu a travessia que a avó australiana encarou para encontrar o marido após a Segunda Guerra Mundial. </div>
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A partir desse bate papo, Jojo começou a imaginar um livro que falasse sobre a viagem dessas mulheres, que corajosamente embarcaram em um porta - aviões para rever os seus amores. Betty Mckee, avó de Jojo, tinha 22 anos quando decidiu abandonar a Austrália para reencontrar o namorado Eric, um oficial da Marina Escocesa com quem tinha convivido por apenas duas semanas. Betty viajou por quase dois meses com mais de 600 mulheres, que dividiam com ela o mesmo sonho: retomar a vida e encontrar os soldados por quem haviam se apaixonado antes do fim do conflito.</div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjc5pKEUoGV7KobE_2hGXGGhuz2UPNqv7wlQ22D1rxTWOMH92_S9Ii2R45qf5oOQVMNHQxUUY45xMcd9HmwNUdGTIR5YLlAfeu-mM1xkyCxZUh_oNuS2NNs1msytnCqfbN-7NYBTfkBKVz2/s1600/Shropshireprincespiermelbourne1946-768x584.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="584" data-original-width="768" height="243" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjc5pKEUoGV7KobE_2hGXGGhuz2UPNqv7wlQ22D1rxTWOMH92_S9Ii2R45qf5oOQVMNHQxUUY45xMcd9HmwNUdGTIR5YLlAfeu-mM1xkyCxZUh_oNuS2NNs1msytnCqfbN-7NYBTfkBKVz2/s320/Shropshireprincespiermelbourne1946-768x584.jpg" width="320" /></a></div>
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Com o relato da avó na cabeça, Jojo pesquisou o nome do navio (HMS Victorious), mas não conseguiu encontrar nada. Alguns dias depois, mesmo achando que talvez a avó estivesse equivocada, Jojo descobriu um livro sobre a embarcação e assim a trama de O Navio das Noivas começou a tomar forma. </div>
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A autora deu início então a uma grande pesquisa. Coletou jornais de época que noticiaram a partida dessas mulheres, leu diários de bordo das viajantes, passou horas dentro da Biblioteca Nacional Inglesa e visitou o Imperiam War Museum, museu em Londres que reúne memórias da guerra. Assim surgiu a obra que vamos falar nesta resenha, originalmente publicada em 2005. </div>
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O livro reúne as citações não ficcionais das esposas e dos oficiais que inspiraram Jojo a contar a história de quatro personagens fictícias que tiveram a mesma coragem de sua avó em 1946. O Navio das Noivas é um emocionante romance sobre o amor nos tempos de guerra. </div>
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Em 1946, após o término da segunda guerra mundial, a Marina Real finalizou a etapa do repatriamento das esposas de guerra, aquelas mulheres e meninas que haviam se casado com oficiais ingleses em serviço no exterior, e que os tinham visto apenas algumas vezes, o suficiente para se apaixonarem perdidamente e idealizarem um futuro romântico juntos. </div>
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A maioria dessas esposas deixadas para trás seguiram para o seu novo destino em navios de transporte de tropas, que foram transformados em cruzeiros de luxo para atenderem às suas necessidades femininas. No entanto, cerca de 655 australianas fizeram essa travessia a bordo do porta-aviões HMS Victoria. E é exatamente sobre este Navio e estas mulheres que o livro trata. </div>
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Elas tiveram a companhia de mais de mil e cem homens, além de dezenove aviões, em uma viagem que durou aproximadamente seis semanas. Para comportar a nova tripulação, modificações foram feitas na embarcação que se encontrava decrépita. Os antigos elevadores foram transformados em novos dormitórios onde beliches foram instalados e um salão de beleza construído. Além disso, diariamente eram oferecidos cursos de pintura, corte e costura. Filmes eram transmitidos em um cinema improvisado e o capelão do local ministrava palestras ensinando àquelas mulheres como serem boas companheiras para os seus esposos. </div>
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A histeria coletiva iniciou no momento em que elas embarcaram no Victoria. Enquanto umas demonstravam extrema felicidade, outras caíam aos prantos se dizendo estarem arrependidas. Quem afinal lhes garantiria uma vida plena e feliz assim que pisassem na Inglaterra?</div>
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<br /></div>
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Margaret era uma delas. Grávida e quase dando à luz, não se conformava de ter deixado o pai sozinho com os irmãos mais novos, sendo que morria de medo de ser mal recebida pela sogra, que não a conhecia. Para amenizar seu sofrimento, ela cometeu uma irregularidade muito grave ao levar a sua cachorrinha consigo. Tendo que lidar com as suas mudanças de temperamento em razão dos hormônios a flor da pele, o excesso de peso devido a gravidez e o estranhamento sentido em relação a si mesma, Margaret terá muito tempo para repensar acerca da gravidez, enquanto faz de tudo para deixar a sua cadelinha escondida e a salvo dentro do navio. </div>
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<br /></div>
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Jean, por sua vez, está realizada. Finalmente livre das guarras da mãe, se sente muito a vontade em meio a tantos homens e não resiste em cantá-los o tempo todo, quando a sua pouca idade e postura sedutora em demasia a coloca em extremo risco. </div>
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<br /></div>
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Avice está horrorizada com o cenário à sua frente. Vinda de uma família nobre, jurava que viajaria em um dos cruzeiros de luxo, e fez questão de levar todos os seus sapatos novos para causar inveja nas demais. Quando se viu presa em uma minúscula cabine com outras três caipiras e uma cachorra, enlouqueceu. Mas é claro que Avice não deixaria transparecer sua desgraça aos seus pais, a quem escrevia com frequência inventando mil mentiras sobre a sua "maravilhosa" estadia em alto mar. Para quem estava com um futuro traçado na ponta do lápis, Avice tem seu tapete arrancado debaixo de seus pés, e é uma das que terá o maior aprendizado nesta literalmente viagem da vida. </div>
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Já Frances, esconde um grande segredo por trás de seu comportamento ilibado e reservado. Findada a guerra, estava indo para a Inglaterra em busca de um novo emprego, como enfermeira, e carrega na bagagem uma vasta experiência por conta dos campos de batalha. Mal sabia ela que o maior desafio que iria enfrentar seria ali, naquele navio, e que para recomeçar, teria que de uma vez por todas fazer as pazes com o seu passado. </div>
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<br /></div>
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Narrado em terceira pessoa, O Navio das Noivas começa com um prólogo interessante, em que conhecemos uma senhora que está viajando nos dias atuais com a neta pela Índia, e em um dos passeios, se depara com a carcaça do Victoria e passa muito mal. É a partir deste incidente que a história é contada e mergulhamos no ano de 1946 e somos apresentados a Margaret, Jean, Avice e Frances. </div>
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<br /></div>
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Durante a leitura acompanhamos a rotina e o funcionamento do Victoria, bem como tomamos conhecimento sobre a sua trajetória, ganhos e perdas. A sensação é que também estamos a bordo, sentindo o calor escorrendo pelo corpo devido as altas temperaturas relatadas, ouvindo as incessantes instruções e anúncios no alto-falante, operando os gigantes motores na sala de máquinas e curtindo noites de bebedeiras e pôquer nas cabines dos subalternos. </div>
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<br /></div>
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Outro ponto interessante de atenção é o relacionamento que vai sendo construído entre os homens e as mulheres, que são obrigados a dividir o pequeno espaço do navio por muitas semanas. De inicio, as jovens senhoras eram vistas com olhos de preconceito, como objetos e cargas a serem transportadas. É nítido como elas são inferiorizadas, ridicularizadas e não levadas a sério, apenas por terem nascido com o sexo feminino. </div>
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Enquanto eu rumava para o final do livro, consegui identificar afinal quem era a protagonista da história, a senhora do começo do livro que entra em choque na Índia ao ver um destroço do navio, e tudo vai se encaixando de uma maneira muito simples, porém extremamente carregada de sentimentos. O Navio das Noivas nos mostra, de maneira muito delicada, profunda e inteligente, o quanto as guerras são capazes de transformar pessoas, para o bem e para o mal, deixando muitas ocas por dentro, sem rumo e sem esperanças. </div>
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Mas, mas do que isso, o livro fala exatamente sobre esperança. </div>
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A esperança corresponde à aspiração de felicidade existente no coração de cada pessoa. Interessante observar que quem perde a esperança mais profunda perde o sentida de sua vida. A esperança é a vacina contra o desânimo e contra a possibilidade de invasão do egoísmo, porque apoiados nela nos dedicamos a construção de um mundo melhor. A esperança é o combustível da vida. Ninguém vive se não espera por algo bom, que seja bem melhor do que o que já conhece, já possui ou já experimentou. </div>
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<br style="color: #333333; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px;" />Verdade seja dita, nenhum de nós sabe como será o dia de amanhã, mas talvez aí esteja afinal a beleza da vida. Em se sonhar com o desconhecido e dar o melhor de nós para tal. Essa é a lição que Jojo nos passa de uma forma belíssima através de quatro mulheres fortes e presas a esperança de dias melhores. </div>
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Que não nos falte esperanças, e força suficiente para encarar o desconhecido, e desta forma tornar os nossos sonhos em realidade. </div>
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Minha nota: 8,5</div>
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<iframe width="320" height="266" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/eC7-P-3rKDo/0.jpg" src="https://www.youtube.com/embed/eC7-P-3rKDo?feature=player_embedded" frameborder="0" allowfullscreen></iframe></div>
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Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/10693598089182906965noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2009378716349059276.post-31999414433084873032017-05-05T12:37:00.002-07:002017-05-19T06:24:16.950-07:00"Pode-se enganar a todos por algum tempo; pode-se enganar alguns por todo o tempo; mas não se pode enganar a todos todo o tempo." - Resenha do livro "O segredo do meu marido" - Liane Moriarty<div class="MsoNormal" style="margin: 0px; padding: 0px; text-indent: 35.4pt;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="text-indent: 35.4pt;">"...Ela virou o envelope. Estava lacrado com um pedaço de fita adesiva amarelada. Quando a carta tinha sido escrita? Parecia velha, como se tivesse sido anos antes, mas não havia como saber ao certo. Imagina que seu marido tenha lhe escrito uma carta que deve ser aberta apenas quando ele morrer. Imagine também que essa carta revela seu pior e mais profundo segredo - algo com o potencial de destruir não apenas a vida que vocês construíram juntos, mas também a de outras pessoas. Imagine, então, que você encontra essa carta enquanto seu marido ainda está bem vivo..."</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0px; padding: 0px; text-indent: 35.4pt;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="text-indent: 35.4pt;"><br /></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0px; padding: 0px; text-indent: 35.4pt;">
<div style="text-align: justify;">
Comecei a ler "O segredo do meu marido" pensando que, apesar de se afastar um pouco dos meus romances habituais, seria uma outra história banal sobre mentiras, e nada muito surpreendente. Não poderia estar mais enganada. A obra de Liane Moriarty se mostrou ser um verdadeiro suspense, revelando a cada capítulo um nova trama perturbadora, tecendo um final um tanto quanto chocante e inesperado.<br />
<br />
A história começa nos apresentando Cecilia e seus dramas familiares. A principio o leitor fica um pouco aturdido com a quantidade de informações aparentemente irrelevantes que a autora joga na narrativa, mas tudo faz completo sentido conforme a história vai revelando seu verdadeiro pano de fundo. Liane descreve quase de maneira exata como funciona nossa cabeça naqueles momentos em que nem estamos muito preocupados em pensar. Parece que tudo faz parte de seu plano de mostrar que as personagens do livro são de fato banais. Mães de família, esposas dedicadas, mulheres comuns vivendo vidas extremamente monótonas e "sem sal".<br />
<br />
Cecilia sempre deu tudo de si para suas três filhas e seu marido. É uma mulher dedicada ao seu trabalho como vendedora de Tupperware, e ganha muito bem trabalhando com isso, obrigada. É super ativa nas questões da sociedade e completamente apaixonada pelo seu marido. Cecilia vive uma vida de propaganda de margarina.<br />
<br />
Após conhecer Cecilia e sua vida exemplar, nos deparamos com Tess, uma mulher que nunca pensou que havia nada de errado em seu casamento, e jurava que era super feliz com seu marido Will e seu filho Liam, convivendo pessoalmente e profissionalmente com sua prima e melhor amiga Felicity, uma ex obesa que deu uma guinada na vida emagrecendo tanto que ficou parecida com uma modelo de passarela. Um belo dia, Tess descobre que sua prima e seu marido se apaixonaram, e estão pensando seriamente em seguir uma vida a dois sem Tess e Liam presentes para atrapalha-los.<br />
<br />
Quando estamos começando a entender a dinâmica da vida de Tess, e seu derradeiro acontecimento de traição dupla, somos apresentados a Rachel, uma mulher de meia idade, que vive sozinha e trabalha alguns dias da semana em uma escola católica na Austrália. Rachel acaba de descobrir que seu filho e sua esposa Lauren irão se mudar para Nova York, e levar seu pequeno e amado neto na bagagem, deixando Rachel literalmente abandonada, visto que ela tenta superar a mais de 20 anos o falecimento precoce de sua filha Janie, que foi morta ainda quando adolescente, e a polícia local nunca conseguiu descobrir a identidade de seu assassino.<br />
<br />
A história muda quando Cecilia sem querer, encontra a carta escrita por seu marido, que promete entrelaçar de uma maneira tensa e irreversível a história destas três mulheres.<br />
<br />
O segredo de meu marido é como uma árvore. No topo você se depara com várias informações sendo apresentadas sem muita conexão - muitos nomes, personagens, histórias e eventos cotidianos. Ao longo da história essas informações vão se juntando até enraizar de vez uma narrativa que entrega um final justo e fantástico. Um livro que tem tudo para ser clichê, mas que se torna uma agradável surpresa ao final.<br />
<br />
O livro te faz refletir sobre valores, ética e moral. Até que ponto uma mentira pode definir a vida de outras pessoas, e como devemos agir quando essas mentiras são colocadas em prova, e podem novamente mudar a vida de muitas pessoas?<br />
<br />
Aos santos do pau oco, aos abnegados de todas as religiões, aos probos e moralistas de plantão, principalmente os que se vestem de puros e éticos, em codinomes criativos nos conflitos inúteis nas redes e nos fóruns de discussão virtual, tenho uma má noticia para compartilhar com vocês: Enganar, fraudar e mentir são uma forma evolutiva de sobrevivência. Porém quando cultivamos, cometemos e escondemos uma mentira, isso traz um efeito devastador sobre nossas vidas.<br />
<br />
O pecado vira um segredo, que como consequência vira uma mentira, e este conjunto de substantivos passam a trabalhar o tempo todo contra nós, e nos fazem absurdamente mal. Muitos se fecham em copa, e não falam com absolutamente ninguém sobre seus segredos, e esta, acreditem, é a solução encontrada por muitos para tentar em vão colocar uma pedra em cima de seus pecados, mas sabemos que quanto mais tentamos escondê-los, mas complicada fica a situação para nós. É como se a vida fosse nos colocando obstáculos, para que nosso segredo não se mantenha tão em segredo assim.<br />
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Não sou muito fã da Bíblia, mas existe uma passagem que diz "Aquele que tenta esconder seus pecados jamais prospera, mas aquele que confessa, alcança a misericórdia."<br />
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Os segredos podem destruir um casamento, uma carreira profissional promissora, ou mesmo uma vida inteira. Fora a destruição, junto vem a culpa de saber que o segredo poderia ter ajudado ou prejudicado outras pessoas, e você é o único que tem o poder de mudar vidas ao seu redor, simplesmente porque escolheu sozinho e de forma egoísta não assumir seus próprios erros.<br />
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Para mim, o livro fala justamente sobre por que é tão difícil assumir os próprios erros. Essa afirmação, além de intrigante, é também muito reveladora. Quando somos criticados ou quando alguém aponta alguma falha nossa, buscamos nos esconder atrás das muralhas da nossa própria mente. Tendemos a erguer o escudo e nos defender dos ataques alheios, mesmo sabendo que falhamos e agimos de forma errada. Nossa mente se fecha, ativa mecanismos neuro - defensores como se fosse uma verdadeira aranha armadeira, encurralada pelo seu pior inimigo, e pronta para dar o bote. Afinal a frase de que somos nossos próprios inimigos, é mesmo verdadeira, concordam?<br />
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Assumir os próprios erros soa, aos ouvidos alheios e para nós mesmos como fracasso. O fracasso fere nosso ego, e nos diminui perante uma sociedade que vive debaixo da máscara da mentira. Aqui volto para o inicio da reflexão, onde menciono que mentir é uma ferramenta de sobrevivência. Vivemos em um mundo mascarado de mentiras, onde ouvir certas verdades chega a ser um insulto ao nosso próprio orgulho. Somos muito apegados aos elogios, e nos esquecemos de que são as criticas que na verdade nos fortalecem e nos edificam. É preferível mil vezes ouvir uma verdade que doí, a uma mentira que literalmente mata. </div>
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Assumir nossos próprios erros é abdicar da autossuficiência que nos prende. Sentir-se dono da verdade ou mesmo achar que sabe tudo é a pior ignorância que um homem pode ter. Quem nunca errou, também nunca descobriu algo.</div>
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Por que é tão difícil para um pai ou para uma mãe assumir seus erros diante de seus filhos? Por que é tão difícil assumirmos nossos erros perante nossas esposas e maridos? Por que será que o feedback assusta tanto as pessoas? Vergonha? Medo? Culpa?</div>
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Posso afirmar que neste livro você vai se deparar com muitos dilemas que envolvem os sentimentos de vergonha, medo e culpa, mas no final a lição que fica é que os fortes transformam seus erros em insumos para suas vitórias e aprendizados, e os fracos vivem sob os escombros dos seus próprios erros.</div>
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"Consciência é como uma pedra de três pontas, se agimos mal, a pedra rola, e a consciência doí. Mas se continuarmos agindo errado, a pedra esmerilha e já não há mais dor."</div>
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Minha nota: 9,0</div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgr_7Mo67QeXIDajXrVoQcWpglCBaeBXpPEbUF0S3aEIv7SeQVojOCH6ukFdDkHMCNIE6krCF8Yh2OwS-vvr5C2hYJUPVj8Ob4BLeb-KQvuPpnq2HTKj8zQuedFJsmVseXHQSCyBxawnybD/s1600/download+%25281%2529.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgr_7Mo67QeXIDajXrVoQcWpglCBaeBXpPEbUF0S3aEIv7SeQVojOCH6ukFdDkHMCNIE6krCF8Yh2OwS-vvr5C2hYJUPVj8Ob4BLeb-KQvuPpnq2HTKj8zQuedFJsmVseXHQSCyBxawnybD/s400/download+%25281%2529.png" width="276" /></a></div>
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Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/10693598089182906965noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2009378716349059276.post-3306803687658904642017-03-16T12:35:00.003-07:002017-03-16T12:44:13.203-07:00"Enquanto o ser humano der mais valor ao materialismo do que aos aspectos morais, o verdadeiro amor pouco há de existir." - Resenha do livro "O Som do Amor" - Jojo Moyes<div style="text-align: justify;">
Toda vez que começo a ler um livro da Jojo Moyes, me pego esperando uma narrativa emocionante e reflexiva. A autora sempre consegue através de seus personagens nos fazer pensar na nossa própria vida, e como nossas escolhas trazem consequências enormes e algumas lições muito valiosas. </div>
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O Som do Amor nos faz refletir sobre união familiar, o valor de uma segunda chance, mas principalmente sobre materialismo e aquele tipo de ganância que corrói a alma. Invés de um romance arrebatador, encontramos nesta obra uma história de pessoas machucadas por um tipo de amor simbiótico e cruel, que mente, traí e subjuga. Eu diria que ao final deste livro, aprendemos um pouco mais sobre recomeços, que todos nós, maltratados ou não pela vida, merecemos. </div>
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A história gira em torno da Casa Espanhola, uma construção antiga e maravilhosa situada no interior da Inglaterra, mas que por falta de cuidados está literalmente caindo aos pedaços. O velho proprietário da mansão, um senhor ranzinza e solitário, há anos recebe atenção e cuidados de sua jovem vizinha, Laura. Mesmo que para alguns, Laura e seu marido Matt pareçam caridosos e amorosos, no fundo o casal possui grandes planos para herdar a Casa Espanhola para si próprios. </div>
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Todos os sonhos deste ambicioso casal acabam indo por água abaixo, quando chega à cidade, Isabel, uma jovem viúva e mãe de dois filhos, que acaba de herdar a Casa Espanhola após o falecimento repentino de seu antigo dono. </div>
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Isabel se encontra em ruínas, e sem condições de manter o padrão de vida que sua família levava em Londres. Primeiro violino na Orquestra Sinfônica Municipal, Isabel tinha uma vida tranquila com seus dois filhos, Kitty e Thierry, mas tudo virou de cabeça para baixo quando seu marido Laurent morre em um acidente de carro, e deixa uma grande dívida para a sua família. Ao receber a notícia que herdou uma casa no interior, Isabel resolve colocar sua atual casa a venda, e se mudar com os filhos para a Casa Espanhola, que está em condições extremamente precárias, porém ela não sabe que Matt vai tentar a qualquer custo impedir que Isabel finque suas raízes na casa que ele acredita que lhe pertence. </div>
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Ao longo do livro conhecemos muitas histórias e muitos personagens, todas eles sempre interligados pela Casa Espanhola, o verdadeiro objeto material responsável por todas as reviravoltas que nos deparamos capítulo a capítulo. Laura e Matt passam seus dias planejando projetos arquitetônicos e roteiros para grandes festas na Casa, porém possuem um casamento fracassado e vivem praticamente de aparências. Conhecemos também os típicos moradores simpáticos de uma cidade do interior, e como todos são afetados pela chegada de Isabel e seus filhos, além de nos aprofundarmos na história da própria jovem viúva e sua luta contra a depressão, seus filhos que carregam grandes traumas pela morte do pai, e personagens que ganham formas e nomes ao longo das páginas, todos almejando a Casa Espanhola por causa apenas de poder e dinheiro. </div>
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Jojo Moyes consegue retratar o conceito de posse, mostrando ao leitor quanto um bem material pode corromper a alma humana. É incrível observar o que todos esses personagens estavam dispostos a fazer para possuir a Casa, e ao mesmo tempo é doloroso perceber o quanto a mente humana é suscetível ao erro por tão pouco. </div>
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A grande protagonista desta história é Isabel. Acompanhamos sua insegurança e medo a cada página lida. Isabel é uma mulher que se encontra completamente perdida, não sabe fazer praticamente nada sozinha, pois passou a vida se dedicando apenas a música, e se vê em uma situação fatidicamente ruim, onde não tem controle nem sobre seus próprios filhos. Sozinha e desamparada em uma casa que está prestes a cair esfarelada no chão, Isabel tem que lidar com a falta de dinheiro, o desemprego, o fato de não conhecer seus filhos o quanto deveria, e milhões de responsabilidades. O ponto é que Isabel erra o tempo inteiro, se prioriza em muitos momentos, e literalmente foge da situação tocando seu violino para esquecer o que precisa ser alterado e realizado. Isabel nada mais é do que uma humana, repleta de erros e decisões mal tomadas, mas mesmo totalmente fragilizada e quebrada por dentro e por fora, nossa protagonista aos poucos vai descobrindo o real significado da vida, e passa a demonstrar pequenas forças dignas de algumas boas lágrimas. </div>
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Quem somos nós para julgar Isabel e suas impensadas ações? Quantas vezes não fugimos de nossos problemas e colocamos todos eles como pó embaixo de um tapete, para depois resolver fazer uma faxina em nossas vidas?</div>
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É por causa da Casa Espanhola que Isabel amadurece, cria forças para superar o luto e passa aos poucos a conhecer os filhos de verdade, e principalmente a ouvir o próprio coração e entender seus sonhos aquém de sua música e seu violino. </div>
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Claro que não vou entregar o final desta história e nem mencionar todos os personagens e como suas histórias se entrelaçam, o melhor do Som do Amor é ser surpreendido pelo seu desfecho digno, justo e bonito. </div>
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Mas o que posso levar dessa obra é uma reflexão sobre valores. Durante nossa vida, aprendemos a valorizar coisas que não são fundamentais. Materialismo, poder, status e coisas deste tipo são o que infelizmente importam na nossa sociedade. O Som do Amor nos convida para uma verdadeira revolução de alma. </div>
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É nesta revolução que eu pude tirar algumas boas lições: É preciso investir na alma, resgatar não só a natureza, mas o que é natural. Não filtrar as emoções, enriquecer a inveja, mas sim contabilizar as boas relações. Reciclar as relações ruins e preservar as boas e velhas amizades. Equipar o prazer, trabalhar com perseverança e vencer constantemente o cansaço da vida. Fazer a diferença sem precisar fazer propaganda disso. Resolver o que precisa ser resolvido sem alarde, usar o marketing da sinceridade e cobrar profissionalismo de todos. Maximizar energia, preservar recursos, renovar os estoques de sorrisos, canalizar sempre os bons pensamentos, abraçar e demostrar amor. Dizer não ao racismo, a intolerância, a discriminação, ser saudável fisicamente e mentalmente. Dar bons exemplos. Dizer sempre a verdade, principalmente para as crianças, para que elas cresçam sabendo o que é acreditar. E agradecer, sempre, por cada percalço, por cada conquista, por cada dia que vamos acordar e enfrentar a beleza que é viver. </div>
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Casa Espanhola, você foi abrigo para muitas mudanças interiores dos personagens desta bela obra, afinal de contas a melhor reforma é a reforma da vida, aquela que temos constantemente a oportunidade de alterar, limpar e renovar.</div>
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Minha nota: 7,5<br />
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Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/10693598089182906965noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2009378716349059276.post-68433179773462118622017-01-23T08:22:00.002-08:002017-01-23T08:27:30.449-08:00"Às vezes surge um cão que verdadeiramente toca a sua vida, e você jamais consegue esquecê-lo." - Resenha do livro "4 Vidas de um Cachorro" - Bruce Cameron<div style="text-align: justify;">
4 Vidas de um Cachorro conta a história de um cãozinho que busca o sentido de sua existência, ou melhor, de suas várias existências. </div>
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Inicialmente nascido como um vira-lata, ele experimenta ao lado de uma mãe e dois irmãos, diversas aventuras e dificuldades de um cão de rua, que constantemente precisa lutar por alimento e fugir dos perigos conhecidos como humanos. Mas esta primeira experiência não é lá muito longa, e logo ele se vê como filhote novamente, com uma nova mãe e novos e muitos irmãos. </div>
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<br /></div>
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Em sua segunda vida, nosso protagonista é um Golden Retriever, que acaba no lar do menino Ethan. Chamado de Bailey Bailey Bailey, o cãozinho tem nessa vida um dos seus maiores aprendizados: amor, companheirismo, proteção e fidelidade. </div>
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<br /></div>
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Bailey literalmente cresce ao lado de Ethan, compartilhando com ele vários momentos importantes na vida de uma criança. A primeira briga de mão, o primeiro amor, o divorcio de seus pais e o dilema da escolha da faculdade. Depois de longos anos ao lado de seu melhor amigo, ou como Bailey gosta de chama-lo, "o seu menino", nosso super cão acaba morrendo bem velhinho, feliz por ter terminado sua jornada podendo vivenciar o mais puro sentimento de amor e carinho. </div>
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<br /></div>
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Sem entender muito bem o porque, Bailey volta como um filhote de pastor alemão, desta vez para ser mais exata, como uma cachorra fêmea. Chamada de Ellie, nossa nova protagonista vai desempenhar um importante papel como cão de resgate na policia civil. Ellie é treinada desde filhote, e possui um faro extremamente aguçado, e ao lado de seu primeiro dono, o policial Jakob, e posteriormente a policial Maya, Ellie salva muitas vidas em diversas situações de perigo. </div>
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<br /></div>
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O grande dilema que nosso cão enfrenta como Ellie é qual seria o propósito de sua vida canina em voltar tantas e repetidas vezes como cães totalmente diferentes em circunstâncias totalmente diferentes? Claro que nosso amoroso e afetivo cão lembra de absolutamente cada detalhe de todas as suas vidas passadas, e sofre por não ter podido voltar como o fiel escudeiro de Ethan. Mesmo sentindo imensas saudades do seu menino, nosso cãozinho permanece fiel ao seu novo objetivo de vida, pois consegue enxergar em Ellie um sentido para viver, ele agora é um cão que salva vidas, e é extremamente grato por isso. </div>
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<br /></div>
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Novamente Ellie morre, desta vez também bastante idosa, porém tendo desempenhado uma vida muito plena e satisfatória. Para sua surpresa, quando abre os olhos, nosso cão é novamente um filhote, desta vez vivendo em um canil que vende cachorros a preços bem exorbitantes. Acontece que desta vez, nosso cão parece deprimido e não enxerga o porquê retornou novamente a vida, vivendo prostrado em um canto, sem querer socializar nem com seus irmãos e nem com nenhum humano. </div>
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<br /></div>
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Para despachar rapidamente o único cão que não foi vendido na ninhada, o dono do canil praticamente o dá de graça para um rapaz esquisito, que resolve presentar a namorada com um cachorro. Acontece que essa namorada não é lá uma pessoa muito organizada, e deixa nosso cão a ver navios, e acaba multada por ter trazido um cão de grande porte para morar em um pequeno apartamento no subúrbio. Sem poder fazer nada a não ser passar seus dias sentindo que sua vida não tem propósito nenhum, o cão que desta vez não tem nem nome, acaba nas mãos de uma família pior ainda que sua primeira e desleixada dona, que decide depois de muito maltrata-lo, abandona-lo em um matagal bem longe do cenário urbano. </div>
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<br /></div>
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Para sua surpresa, ele acaba exatamente na fazendo onde o Avô e a Avó de Ethan moravam. Quais as chances de finalmente nosso cão entender o seu propósito de vida?</div>
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<br /></div>
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Posso adiantar que o encontro com Ethan acontece de uma maneira muito emocional, e desta vez nosso querido cão ganha pelo seu menino o nome de Amigão, e é nesta vida que ele finalmente entende o porque de ter retornado exatas quatro vezes, e a forma como aprendemos sobre propósito de vida com Bailey, Ellie ou Amigão é sutil, porém muito bonita e extremamente reflexiva. </div>
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<br /></div>
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Ler 4 Vidas de um Cachorro é rir e chorar o tempo todo. A narrativa é toda feita do ponto de vista do cão. Para quem tem cachorro, por várias vezes já imaginou o que ele poderia estar pensando em determinados momentos chaves de nossa relação com eles. Acompanhar as descobertas do filhote e suas boas intenções ao fazer o que os humanos interpretam como travessuras é muito divertido e rende ótimos momentos ao leitor. </div>
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<br /></div>
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Tirando de lado todos os aspectos dramáticos que compõe esta linda história, este inocente porém muito esperto cãozinho nos ensina algo que poucos humanos ainda conseguiram compreender: o que é propósito de vida? Porque vivemos? </div>
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<br /></div>
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Imagine um martelo. Ele foi desenhado para bater pregos, certo? Agora imagine que o martelo nunca é usado, fica simplesmente jogado e esquecido dentro da caixa de ferramentas. Pense que o martelo possui uma alma, uma consciência própria, e passam-se dias e mais dias e ele continua dentro da caixa de ferramentas sem algum propósito de existir. Ele se sente meio estranho, mas não sabe exatamente o porquê. Alguma coisa definitivamente está faltando para ele, mas o que seria?</div>
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Então um dia, alguém o retira de dentro da caixa e o usa para quebrar alguns galhos para pôr na lareira. O martelo fica cheio de alegria. Ser segurado, utilizado para algum fim é bastante satisfatório. No final do dia entanto ele se sente insatisfeito. Bater nos galhos foi divertido, mas não o bastante. </div>
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No decorrer dos dias, ele foi utilizado frequentemente. Desamassou uma calota, despedaçou algumas pedras, colocou o pé de uma mesa no lugar. Mesmo assim, ele continua infeliz. Ele anseia por mais. Ele quer ser usado o máximo que puder para bater nas coisas ao seu redor, para quebrar, despedaçar e amassar. Ele descobre que ainda não experimentou o bastante desses eventos para se sentir completo.</div>
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<br /></div>
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Chega o dia em que alguém usa o martelo num prego. De repente, uma luz invade a alma do martelo. Ele agora consegue entender para que verdadeiramente foi projetado. Foi feito para bater pregos. Agora ele sabia o que sua alma de martelo estava buscando por tanto tempo.</div>
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<br /></div>
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Assim como o martelo ou o nosso cãozinho, todos temos um propósito na vida. E por mais que as vezes não conseguimos enxergar isto, existe um propósito para que tenhamos vindo a este planeta neste determinado momento da história. </div>
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<br /></div>
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Engana-se quem entende que propósito precisa necessariamente ser algo grandioso e espetacular. Propósito é nada mais nada menos que cumprir com dignidade a trajetória que escolhemos realizar nessa nossa passagem pela Terra. </div>
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Ocorre que muitas pessoas, apesarem de terem uma vida tranquila, sem grandes problemas de natureza material, sentem um vazio, como se lhes faltasse algo importante, que elas não conseguem definir o que seria.<br />
<br />
De um modo geral, quando isso acontece, é porque elas não estão vivendo em consonância com os anseios de sua alma, e sim seguindo padrões estabelecidos pela sociedade. E porque não voltar várias e várias vezes até conseguirmos acertar o caminho certo? Tirando de lado as crenças religiosas, a vida nos dá diversas chances, concordam?<br />
<br />
Para que possamos viver realmente em sintonia com o nosso propósito de vida, devemos antes descobrir do que precisamos para nos sentir verdadeiramente felizes. Que tipo de atividades realizamos, a espécie de relacionamentos que estabelecemos e a postura que temos diante da vida. Estes foram alguns parâmetros que Bailey no final de algumas tentativas indo e voltando a vida determinou para ter a sua resposta final. E é exatamente o que todos deveríamos fazer invés de procurar apenas pela felicidade.<br />
<br />
A grande lição que fica ao final desta prazerosa leitura é que é preciso se renovar constantemente, possuir a determinação de viver uma vida plena dentro daquilo que nos propusemos a realizar, pois assim o sentimento de vazio com certeza não existirá e será altamente substituído por uma sensação de equilíbrio, harmonia e paz interior.<br />
<br />
Independente desta lição vir no formato de um cachorro, que nem sempre consegue ter um grau de compreensão tão grande como um ser humano, o bacana de refletir sobre a conclusão desta obra, é que por justamente não ser complexo como um ser humano, é que este fantástico cão usou apenas de um sentimento puro, o amor, para descobrir o seu propósito de vida.<br />
<br />
Talvez o que afinal falta para nós humanos para chegar a conclusão que o Bailey chegou, é a falta de usar o sentimento mais nobre do mundo em nossas ações.<br />
<br />
Bailey, Bailey, Bailey, você tocou tão profundamente a minha vida, que eu realmente não vou conseguir esquecê-lo.<br />
<br />
Para homenagear estes seres absurdamente puros e quem tem muito a nos ensinar, deixo para vocês a foto da minha Bailey, aquela que através de suas travessuras, lambidas e amor incondicional, me ensina diariamente a buscar por aquilo que eu amo.<br />
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Minha nota: 10<br />
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</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/10693598089182906965noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2009378716349059276.post-12797871611956216172017-01-09T05:23:00.002-08:002017-01-10T04:10:24.659-08:00"Tudo tem começo e meio. O fim só existe para quem não percebe o recomeço." - Resenha do livro "Uma Curva no Tempo" - Dani Atkins<div style="text-align: center;">
"Algumas amizades resistem a qualquer distância, separação ou negligência."</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
É falando sobre amizade que começo a resenha do único livro escrito por Dani Atkins. Tudo se inicia quando nossa protagonista Rachel, está prestes a se separar dos seus amigos depois do fim do ensino médio. Ao todo, seus amigos formam um grande grupo que se conhece a muito tempo, e assim compartilham muitos momentos juntos. </div>
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<br /></div>
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Rachel e Jimmy além de vizinhos, são melhores amigos desde pequenos, o que fez com que sempre se sentissem muito a vontade um com o outro. Além de Jimmy, Rachel namora Matt, que também faz parte do grupo de inseparáveis amigos, mas é em Sarah que Rachel têm sua melhor amiga. Cathy, a amiga do grupo que mais se parece uma modelo de passarela de tão linda, se junta a Phil e Trevor para fechar este grupo tão seleto de amigos. </div>
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Perto de se separarem para encarar a vida universitária, este grupo de amigos marcam de jantar juntos em um restaurante no centro da pequena cidade de Great Bishopsford. Em algum momento entre uma garrafa e outra de vinho, Jimmy convida Rachel para ir depois para a sua casa, dizendo que precisa conversar com ela e lhe contar algo muito importante. Todavia, no que seria supostamente a última noite em que todos estariam juntos, um grave acidente acontece. </div>
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Rachel, que estava sentada na mesa em um lugar muito próximo a janela do restaurante, ouve Matt gritando que um carro a 100 km por hora estava vindo em direção a eles de forma descontrolada. O choque é tão grande que em meio a confusão de todos correndo para salvar suas vidas, Rachel se percebe presa entre as cadeiras que caíram no chão. Neste momento é Jimmy quem volta até a mesa para puxar Rachel e salva-la. Numa inversão de papeis, Rachel consegue se desvencilhar das cadeiras, enquanto Jimmy acaba sem vida, tornando este o começo de uma vida traumática para todos os presentes naquele jantar. </div>
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Passam-se 5 anos e Rachel agora está com 23 anos de idade. Como consequência do fatídico dia do acidente, ela carrega uma grande cicatriz no rosto e dores de cabeça constantes. Sua vida em nada foi como esperado e sonhado em sua adolescência. A perda de seu melhor amigo Jimmy fez uma enorme cicatriz também em seu coração, e por sentir-se extremamente culpada, ela acabou terminando seu relacionamento com Matt na época do acidente, nunca mais voltou a sua cidade natal e também não cursou a faculdade de jornalismo que tanto queria. Seu pai está com câncer e Rachel mora e trabalha em Londres como secretária em um escritório de advocacia. </div>
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A única razão que a leva a voltar a Great Bishopsford é o casamento de Sarah, e nesta visita à cidade, Rachel decide visitar o tumulo de Jimmy certa noite, sozinha. No cemitério ela começa a se sentir mal, sentindo as dores de cabeça de forma muito intensa. Sem sinal no celular para pedir ajuda a alguém, Rachel cai e apaga completamente. </div>
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Quando ela acorda, está em um quarto de hospital com seu pai ao lado de sua cama. Ao abrir os olhos, Rachel percebe que seu pai está completamente bem. Quando nossa protagonista em completo desespero começa a questionar como que o pai se curou do câncer, o mesmo ri e diz que ele nunca ficou doente. Confusa com os acontecimentos derradeiros, a primeira pessoa a visitar Rachel no hospital é seu amigo Jimmy, que agora é um policial na cidade natal. Não chocante o suficiente, Rachel descobre que está noiva de Matt e leva uma vida extremamente bem sucedida como jornalista em uma renomada revista em Londres. Rachel, confusa e diagnosticada com amnésia, passa os capítulos restantes do livro tentando provar a todo custo que aquela vida apesar de maravilhosa, não é a sua verdadeira vida. </div>
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Com Jimmy tentando acreditar na versão de sua melhor amiga, ambos iniciam uma grande aventura para alcançar a verdade, e aquele tão importante assunto que eles tinham a conversar depois do jantar de despedida, acontece, e o livro finaliza de uma maneira completamente inesperada, porém com a mensagem de que o tempo é mesmo o nosso melhor amigo, afinal de contas. </div>
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Por ser o primeiro e único livro da autora, Uma Curva no Tempo tem um bom desfecho, um tanto quanto surpreendente e nada clichê, mas ao final esta obra nos deixa uma bela reflexão sobre escolhas, sobre como optamos por viver perante os acontecimentos da vida, e o que fazemos quando a mesma nos dá uma nova chance de mudar. </div>
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Existe algo com que mais convivemos em nossas vidas do que escolhas mal feitas? Todos nós, desde cedo, aprendemos a conviver com os erros que cometemos e com as consequências que os mesmos nos trazem. É através deles que aprendemos a distinguir o que é certo e errado para nós, o que podemos ou devemos fazer. É através deste eterno aprendizado, entre erros e acertos, que moldamos principalmente o nosso caráter, que aprendemos a viver uma vida plena. </div>
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Todo acerto nos eleva, como todo erro nos ensina. Independente de como, a verdade é que todos merecemos uma segunda chance. </div>
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Não importa onde paramos. Em que momento da vida nos cansamos. O que importa é que sempre é possível e necessário recomeçar. Recomeçar é dar uma nova chance a si mesmo, é renovar as esperanças na vida, e o mais importante, acreditar em si próprio de novo. Sofrer é aprendizado. Chorar é limpeza de alma. Sentir raiva do outro é para que um dia possamos perdoa-lo e nos sentir leve novamente. Sentir-se só é quando fechamos todas as portas para as possibilidades. Acreditar que tudo esta perdido é uma chance de iniciar uma melhora para a nossa vida. A hora de iniciar é sempre agora, de encontrar prazer nas coisas simples.</div>
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O tempo pode nos trazer uma pequena curva em nossa história que nos faz pausar e ir mais alto, sonhar mais alto, querer o melhor independente de como a vida até então nos levou a viver. </div>
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O protagonista desta história não é Rachel e seu grupo de amigos, mas sim o tempo, a curvatura que ele usou e usa sempre para nos dar uma única lição: Nós somos seres apaixonáveis, sempre capazes de amar muitas e muitas vezes. Afinal de contas, nós somos o amor. E quando temos amor, podemos sempre recomeçar. </div>
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Que tal todos pararmos de olhar apenas a linha reta que está sendo a nossa vida até então, e nos permitir fazer uma curva para a direita ou para a esquerda, e enxergar de um outro angulo como podemos fazer novas escolhas?</div>
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O fim da estrada só existe para quem não percebe o recomeço constante dela. </div>
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Minha nota: 8,5<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhH_GHDgKSguq_PSZPNg8WRvwxj_gSqyKuXpFxNi0W3oE1oISKZV5N0OoD1hvb1wd0qseOoLPVAMAQ1zncSchbae9HneVoyHBhvFEhBsQSrE5xsABsStwbV0v53OrWkNHM8cU-6sSP6IO88/s1600/livro-Uma-Cur.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhH_GHDgKSguq_PSZPNg8WRvwxj_gSqyKuXpFxNi0W3oE1oISKZV5N0OoD1hvb1wd0qseOoLPVAMAQ1zncSchbae9HneVoyHBhvFEhBsQSrE5xsABsStwbV0v53OrWkNHM8cU-6sSP6IO88/s400/livro-Uma-Cur.jpg" width="276" /></a></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/10693598089182906965noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2009378716349059276.post-63268112238773955082016-12-14T06:08:00.003-08:002016-12-14T06:08:26.672-08:00"Mas de repente me dei conta, que ter alguém que nos entenda, que nos deseje, que nos veja como uma versão melhorada de nós mesmos é o presente mais incrível que podemos ganhar." - Resenha do Livro "Um mais Um" - Jojo Moyes<div style="text-align: justify;">
Que eu sou fã da Jojo Moyes todo mundo que lê meu blog já sabe, mas assumo que comecei a leitura do Um mais Um de forma despretensiosa, até porque o título e a capa não são lá um grande chamariz. Mas por se tratar de uma de minhas autoras preferidas, eu resolvi arriscar, e eis que me deparei com uma grata surpresa. </div>
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Um mais Um carrega um alto teor emocional, apesar de no inicio se mostrar leve e até superficial. Se prepare para rir, chorar, suspirar e no final aprender valiosas lições. </div>
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O ponto mais significativo deste livro é que a autora descreve um cenário comum a milhares de mulheres. Mulheres estas que precisam desempenhar o papel de mãe e pai, que batalham diariamente para pagar contas e colocar comida na mesa, e que constantemente são pisoteadas pelas dificuldades do dia a dia, mas mesmo assim mantêm a esperança de uma vida melhor e de um futuro brilhante para os seus filhos. Apesar do bom humor habitual dos livros de Jojo Moyes, o pano de fundo desta gostosa obra é a luta diária de uma família que carrega o peso de contas acumuladas, do preconceito social e do bullying em sua forma mais amedrontadora.</div>
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Há dez anos, Jess Thomas engravidou e largou absolutamente tudo para se casar com Marty. Depois de alguns anos em um desgastante casamento, Marty sai de casa com a desculpa de estar com depressão e nunca mais retorna, deixando Jess totalmente na mão. Fazendo faxinas de manhã e trabalhando como garçonete em um pub à noite, nossa heroica protagonista ganha o suficiente para sustentar a filha Tanzie e o enteado Nicky, que ela cria como seu há oito anos. </div>
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Nicky é um sensível adolescente gótico e mal humorado que vive apanhando dos colegas. Já Tanzie é um pequeno prodígio da matemática e recebe uma generosa bolsa de estudos para estudar em um escola particular extremamente renomada. É deste exato ponto que se inicia o desafio desta corajosa e esperançosa mãe: Como pagar a diferença do valor da renomada escola e ver sua filha ter a oportunidade de se tornar o gênio da matemática, e ao mesmo tempo ajudar seu problemático filho a lidar com sua própria personalidade?</div>
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A vida é extremamente cômica, e sem esperar nada em troca, ela nos mostra uma saída, como se nos perguntasse se estamos mesmo preparados para o desafio. Tanzie recebe um convite para participar de uma Olimpíada de Matemática que será disputada na Escócia, e o prêmio é um valor altíssimo em dinheiro que possibilitará Jess proporcionar a sua filha sua grande oportunidade de vida, além de lhe ajudar a pagar grande parte de suas dívidas. Mas como bem a palavra diz, desafio são desafios, e a grande aventura começa quando essa adorável família não tem condições de bancar uma viagem até a Escócia e por milésimos de segundos perde a esperança de ter uma solução grandiosa nas mãos. </div>
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Neste ínterim somos apresentados a Ed Nicholls, um gênio do empreendedorismo tecnológico, que por conta de um fracassado relacionamento, se enfia em uma denúncia de práticas ilegais envolvendo sua empresa. Refugiado em uma casa de veraneio e bebendo todos os dias no pub em que Jess trabalha, Ed e nossa protagonista iniciam o que eu posso classificar como ódio a primeira vista. </div>
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Lembram-se da vida e sua famigerada forma de nos desafiar constantemente? Já que o destino adora nos pregar boas peças, Ed resolve ficar extremamente bêbado, e Jess não tem outra opção a não ser deixa-lo em casa em segurança após um árduo dia de trabalho no pub. Em parte agradecido pelo gesto, mas principalmente para escapar da pressão dos advogados, da ex mulher e de sua própria família, Ed oferece uma carona a Jess, os filhos e o enorme cão da família até a cidade onde acontecerá o torneio. Se inicia então uma viagem repleta de desentendimentos, enjoos, comida ruim e engarrafamentos, mas a cima de tudo se inicia uma viagem repleta de esperança, para todos. </div>
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O romance, como já era de se imaginar, é bem previsível. Ed e Jess são de mundos completamente diferentes: ela vive no limite, administrando seu escasso dinheiro da melhor forma possível, enquanto ele está acostumado com o luxo que seu trabalho proporciona. Enquanto viajam juntos, Jess e Ed são apresentados a realidades econômicas cruelmente distintas, o que permite que ambos aprendam mais sobre si mesmos, como levam suas vidas e qual é o futuro que pretendem ter daqui para a frente. A relação dos dois é construída na base do companheirismo, no bom humor e principalmente na esperança de que as coisas irão sempre melhorar. O amor de ambos nasce do convívio diário, e de como Ed chega na vida de Jess para salvar a ela e seus filhos, sem perceber que no fundo é a família que Jess e seus filhos representam que verdadeiramente o salvam. O mágico é ver que Ed é na verdade o grande protagonista desta história, e não Jess. </div>
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O livro é ora narrado por Jess, ora por Ed e ora pelas crianças. Tudo nesta belíssima obra se resume a esperança, principalmente devido a construção do conceito de família. </div>
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A esperança, a utopia, os sonhos são essenciais para nós, é que nos impulsiona a lutar por um mundo mais justo e humano. Sabemos que nem sempre o real se aproxima do ideal desejado, no entanto acreditamos sempre que podemos ir além e chegar mais longe. </div>
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É claro que não é nada fácil e simples manter a esperança frente à dureza do cotidiano, mas é impossível pensarmos uma vida verdadeiramente humana sem esperança. A função da esperança é justamente a de não nos deixar acomodar e se conformar com a situação em que vivemos. Vivemos aqui o presente, sempre à espera do que virá no futuro, do que ainda não é, mas poderá ser. Somos um projeto infinito, seres da esperança. Vivemos o já realizado, sempre na espera do que ainda não realizamos, mas que poderá se realizar dentro da nossa história e principalmente, do nosso tempo disponível para tal. Sabemos que enquanto há vida, há esperança. A esperança é uma espécie de imperativo existencial em nossas vidas. </div>
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Há uma mistura de cansaço e indignação frente a realidades duras que todos vivemos. A verdadeira ameaça não são os problemas, e sim o cansaço existencial da humanidade, a velha mania de desistir e largar mão de tudo. Jess tinha esperanças e queria um mundo melhor para ela e os seus filhos, independente de como. Ela não jogou a toalha para o alto, ela literalmente se enrolou na toalha e a usou da melhor maneira que foi possível, errando sim, mas no final acertando sempre. </div>
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A grande lição de Jojo Moyes com Um mais Um foi ensinar que somar forçar pode resultar em dois, três, quatro e talvez um bilhão, mas um bilhão de esperanças de que no final tudo sempre dá certo. </div>
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Ironicamente a vida é mesmo uma constante matemática, onde passamos nossos dias somando, subtraindo, dividindo e multiplicando, tendo sempre a esperança como um marco zero, para recomeçar e resultar afinal na felicidade que todos merecemos alcançar, e quando somamos a toda essa equação pessoas que enxergam a melhor versão de nós mesmas, o resultado final é ainda melhor. É um verdadeiro presente da vida. </div>
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Jess, Tanzie, Nicky e Ed me deixaram uma valiosa lição: Enquanto existir esperança, dias melhores sempre virão. </div>
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Que a esperança e o amor façam parte sempre da equação de nossas vidas, que afinal é o essencial para se viver pleno e feliz. O resto, como a própria vida nos mostra, a gente constrói. </div>
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Minha nota: 8,5</div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHBWmg7Mh2J-GXJAtvcpohlhnDxnHJyDg3nAmpEsmSQdsDXtDzmeYczjfKe6zafFz9PhgXFWIn3HghwaTRuOVfEi8KBgbj7mlfvuUTveFRUixZ4FDMDiLFMGVAT9Jlksj_bFsDCMLmiuEL/s1600/CapaUmMaisUm_300dpi.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHBWmg7Mh2J-GXJAtvcpohlhnDxnHJyDg3nAmpEsmSQdsDXtDzmeYczjfKe6zafFz9PhgXFWIn3HghwaTRuOVfEi8KBgbj7mlfvuUTveFRUixZ4FDMDiLFMGVAT9Jlksj_bFsDCMLmiuEL/s400/CapaUmMaisUm_300dpi.jpg" width="276" /></a></div>
<div style="background-color: white; color: #505050; font-family: Georgia; font-size: 15px; margin: 0px; padding: 0px; text-align: justify;">
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Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/10693598089182906965noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2009378716349059276.post-66980817236092733472016-11-29T04:25:00.000-08:002016-11-29T04:25:35.931-08:00"Só existe um tipo de gente: gente." Resenha do livro "O Sol é para todos" - Harper Lee<div style="text-align: justify;">
Todos me perguntam qual é o meu livro preferido. Sempre me pego pensando e nunca acho uma resposta perfeitamente correta para esta pergunta. Como uma completa aficionada por livros, escolher um preferido é uma tarefa de alta complexidade, mas O Sol é para todos deixou uma marca em meu coração, que posso afirmar sem pensar demais que ele com certeza está na minha lista de livros marcantes. </div>
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O livro de Harper Lee conta a história de duas crianças no árido terreno sulista norte americano da Grande Depressão no início dos anos 1930. Jem e Scout Finch testemunham a ignorância e o preconceito em sua cidade, Maycomb - símbolo dos conservadores estados do sul dos EUA, empobrecidos pela crise econômica, agravante do clima de tensão social. </div>
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<br /></div>
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A esperta e sensível Scout, narradora desta belíssima obra, e Jem, seu irmão mais velho, são filhos do advogado Atticus Finch, encarregado de defender Tom Robinson, um homem negro acusado injustamente de estuprar uma jovem branca. Mas não é apenas desta acusação e deste julgamento que os irmãos Finch percebem o racismo no pequeno município do Alabama onde vivem. Nos três anos em que se passa a narrativa, ambos se deparam com diversas situações em que negros e brancos se confrontam. </div>
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<br /></div>
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Ao longo do livro, os dois irmãos e seu pequeno amigo de férias Dill, passam por tensas e divertidas aventuras, que desencadeiam em importantes descobertas e aprendizados. Nos capítulos vividos ao lado de personagens cativantes como Calpúrnia, Boo Radley e Dolphus Raymond, as crianças aprendem e ensinam sobre empatia, tolerância, respeito ao próximo e a necessidade de se estar sempre aberto a novas idéias e perspectivas. </div>
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<br /></div>
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O livro é dividido em duas partes, sendo a primeira destinada a traçar o perfil da sociedade de Maycomb, tudo sempre sob a ótica de uma criança de seis anos de idade. Durante suas férias, Scout, Jem e Dill tentam fazer com que o vizinho Arthur Radley, que tornou-se uma pessoa reclusa há anos (e portanto as crianças não o conhecem), saia de casa. Eles inventam histórias absurdas a respeito de Boo, como o apelidaram, as quais demonstram como são crianças de imaginação engenhosa. Envolto por mistérios, acabam criando um perfil assustador do vizinho. </div>
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<br /></div>
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Já na segunda parte, tudo muda na sossegada e imaginativa infância de Scout, pois é quando seu pai, Atticus, inicia a defesa de um negro no tribunal. A mudança do comportamento da sociedade de Maycomb muda drasticamente e acompanhamos esta transformação sobre o olhar de uma criança, a qual se torna alvo das mesmas discriminações voltadas a seu pai. </div>
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<br /></div>
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Apesar do complexo assunto da discriminação social, o Sol é para todos é um livro leve, engraçado e fácil de ler. Como é narrado por uma criança, sua inocência e doçura acabam afetando o leitor de uma maneira muito dura. Nunca o preconceito foi retratado desta forma, com a inocência infantil como pano de fundo, mas assumo que foram nas palavras da pequena Scout que eu me peguei refletindo porque o mundo parece querer que o Sol brilhe somente para uns e não para todos. Um assunto extremamente atual, que nos dá um verdadeiro soco no estomago sobre a intolerância racial, fazendo um paralelo também a julgamentos imaginativos errados que todos fazemos o tempo todo sobre tudo e todos. Assim como as crianças julgaram um ser humano recluso como inimigo, a sociedade de Maycomb julgou um homem erroneamente por sua cor de pele. O preconceito navega de forma muito sutil neste livro, mas nos mostra que no final o resultado é o mesmo, independente se estivermos falando sobre preconceito ou sobre julgamento. Há apenas um sol e o que nos falta aprender é a dividi-lo igualmente para todos. </div>
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<br /></div>
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Todos sabemos que no mundo há grandes diferenças entre pessoas, e que simplesmente por estupidez e ignorância cria-se o preconceito, que acaba por gerar conflitos e desentendimentos. E aí que me questiono: onde se encontra os Direitos Humanos que dizem que todos são iguais, se há tanta desigualdade do mundo?</div>
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<br /></div>
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Manchetes de jornais relatam constantemente: "Homem negro sofre racismo em lojas de departamento", "Mulheres recebem salários menores que os homens", "Rapaz homossexual é espancado até a morte", "Jovens de classe alta colocam fogo em morador de rua", "Hospitais públicos em condições precárias não conseguem atender pacientes", "Ônibus não param para idosos", "Escola em mau estado é interditada e alunos ficam sem aula". Seria isto um sinal de que nenhum de nós está fazendo sua parte para a igualdade social, ou vamos colocar a culpa no outro e dizer que "o governo não faz a sua parte", ou "pobre precisa mesmo sofrer" e por aí vai?</div>
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<br /></div>
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Infelizmente não se nasce preconceituoso, este tipo de coisa a gente aprende. Mas sabe o que ninguém nos ensina? Que só existe um tipo de gente: gente. </div>
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<br /></div>
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Até quando vamos suportar o peso de nos julgar tão diferentes um do outro? Branco, negro, alto, baixo, gordo, magro, rico, pobre, mulher ou homem, somos todos parte de um mesmo núcleo, e todos abrimos a janela e vislumbramos o mesmo sol. O que muda é como o encaramos no desafio de se viver em um mundo tão igualmente desigual. </div>
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<br /></div>
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Termino essa resenha concluindo que o preconceito racial e social em uma pessoa é inversamente proporcional à sua capacidade de corrigir os próprios erros. </div>
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<br /></div>
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"Temos de aprender a viver todos como irmãos, ou morreremos todos como loucos." Martin Luther King. </div>
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<br /></div>
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O Sol é para todos é o único livro de Harper Lee e se tornou best seller mundial. O livro recebeu muitos prêmios desde sua publicação, em 1960, entre eles o Pulitzer. Traduzido em 40 idiomas, vendeu mais de 30 milhões de exemplares em todo o mundo, e em 1962 foi levado as telas com Gregory Peck, ganhador do Oscar por sua interpretação de Atticus Finch. O Librarian Journal dos EUA deu sua maior honraria a história elegendo-a o melhor romance do século XX. Em 2006, uma pesquisa na Inglaterra colocou O Sol é para todos no primeiro lugar da lista de livros mais importantes seguido da Bíblia e de o Senhor dos Anéis de J.RR. Tokien. Também entrou para a lista da Time Magazine dos Cem Melhores Romances de todos os tempos. </div>
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<br /></div>
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Que seus 30 milhões de exemplares possam trazer conscientização para o maior número de pessoas possíveis. O mundo precisa de suas palavras Scout. Obrigada por tocar nossos corações e nos ensinar tanto com tão pouco. </div>
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<br /></div>
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Minha nota: 10 com louvor. </div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhS0v6t9o_5ermrtiD9nj04BdmzW6Yuu60DTDHflm4Nnq7vC_QyVx51jQ7gbrx4mLx-9wUf0_a4is6rFrV9E11i-Swtzt5v-ok8Ou1Qd3LHPO5mc6NPoMqOaxvfrHbLST58of8-bDfvdsXs/s1600/download.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhS0v6t9o_5ermrtiD9nj04BdmzW6Yuu60DTDHflm4Nnq7vC_QyVx51jQ7gbrx4mLx-9wUf0_a4is6rFrV9E11i-Swtzt5v-ok8Ou1Qd3LHPO5mc6NPoMqOaxvfrHbLST58of8-bDfvdsXs/s400/download.jpg" width="272" /></a></div>
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<br /></div>
<blockquote class="tr_bq" style="background: rgb(237, 240, 242); color: #333333; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 1.3em; margin: 1em 20px; padding: 10px; text-align: justify;">
<br /></blockquote>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/10693598089182906965noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2009378716349059276.post-89045790297256717592016-10-27T11:27:00.004-07:002016-10-27T11:36:05.246-07:00"Ser atirada para dentro de uma vida totalmente diferente — ou, pelo menos, jogada com tanta força na vida de outra pessoa a ponto de parecer bater com a cara na janela dela — obriga a repensar sua ideia a respeito de quem você é. Ou sobre como os outros o veem." Resenha do livro "Nada mais a perder" - Jojo Moyes<div style="text-align: justify;">
Como você se sentiria se inesperadamente alguém batesse na sua porta e entrasse na sua casa sem ser convidado? Você o receberia de braços abertos e lhe ofereceria um café? Ou você lhe daria as costas?</div>
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É exatamente sobre estes tipos de decisões que Jojo Moyes majestosamente retrata em "Nada mais a perder". </div>
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A primeira grande decisão a nos ser apresentada é em meados de 1950 através do olhar de Henri Lachapelle, um camponês francês que fora aceito no Le Cadre Noir, uma academia de extrema elite para cavalariços. Apesar de um talento nato para se comunicar com cavalos e executar acrobacias dignas de um filme, Henri resolve abandonar tudo para ficar com Florence, uma jovem inglesa que cruzou seu caminho sem mais nem menos. Desta relação, nasceu Simone, que mais para frente deu à luz a Sarah, a neta do casal, com quem passou a viver depois que a mãe resolveu se envolver no mundo das drogas. </div>
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Henri carregou dentro de si, secretamente, um grande arrependimento pela decisão que havia tomado, e não queria para a neta um destino como o dele. Desta forma ele toma conhecimento que o bem mais precioso que poderia dar a Sarah era o seu enorme conhecimento sobre cavalos, talvez desta forma lhe proporcionando um passe para uma vida distante do caos de Londres. E foi assim, que Henri começou a treinar sua neta Sarah e seu cavalo Boo. </div>
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<span style="color: #474747; font-family: "arial"; font-size: 14px;"><br /></span></div>
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Sarah cresceu passando mais tempo em meio ao estábulo do que fazendo qualquer outra coisa que uma pré adolescente faria. Suas tarefas diárias incluíam limpar a baia de Boo, levá-lo para esticar as patas e treinar movimentos precisos e muito difíceis para uma garota de sua idade. Ao completar 14 anos, Sarah ganha de seu avô um bilhete para uma viagem para a França, para assistirem ao vivo uma apresentação no Le Cadre Noir, escola que foi moradia para Henri durante muitos anos. </div>
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Lembram-se da batida na porta? É neste momento que repentinamente seu avô sofre um derrame, e sozinha no mundo, Sarah precisa tomar a difícil decisão de fazer tudo para proteger seu bem mais precioso, seu cavalo. </div>
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Neste ínterim, a segunda grande decisão do livro acontece com Natasha, uma advogada bem sucedida e com uma conta corrente extremamente poupuda. Natasha mora em uma casa dos sonhos, mas todos esses benesses não vieram sem um custo. Após quatro abortos espontâneos e uma carga de trabalho cada vez mais intensa, Mac, seu marido, desiste da relação, deixando Natasha sozinha e vivendo exclusivamente para seu trabalho, que envolve defender crianças abandonadas que buscam um lar ou um recomeço de vida. </div>
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Passado um ano, quando Natasha de alguma forma tentava colocar sua vida nos eixos, Mac reaparece sem ter onde morar, e propõe a ex esposa a venda da casa, já que ele também tem direito a metade dela. Completamente desestabilizada pela situação, Natasha vai até um mercado local comprar um pouco de álcool, até porque quem nunca precisou de um pouco dele para afundar as mágoas? É neste momento que ela se depara com uma jovem sendo acusada de furto. Ao tentar ajudá-la, descobre que a mesma era menor de idade e estava morando sozinha, pois seu avô estava internado no hospital devido a um derrame. E por grandíssima ironia do destino, ao acionar o serviço social, Natasha fica sabendo que não havia nenhum lar disponível para abrigar a garota, e desta forma, em meio ao caos, Natasha resolve abrir a porta e deixar a menina entrar em sua vida. </div>
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<br style="background-color: #eeeeee;" /></div>
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E é assim que as vidas de Sarah e Natasha se cruzam, criando uma enorme teia de motivações e decisões, permitindo que através de suas ações, nasça uma enorme lição de auto conhecimento.</div>
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Natasha decide abrigar Sarah por um tempo, até que seu avô se recupere, porém conhecendo crianças e adolescentes como ela conhece, Natasha percebe que Sarah está escondendo algo, e não consegue imaginar o tamanho da consequência deste segredo.</div>
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"As crianças não nos contam nada porque, na maioria das vezes, ninguém escuta mesmo."</div>
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O livro discorre sobre diversas óticas, sejam elas pertencentes a Sarah e Natasha, ou até mesmo Mac, onde acompanhamos como cada um lida com a convivência entre si, e com as decisões que ambos tomam conforme a história acontece. </div>
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Nada mais a perder vai muito além do romance, e traz a tona uma reflexão muito profunda sobre quem somos, como somos e porque somos, e como uma simples abertura de uma porta pode trazer enormes consequências. </div>
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Falar do que acontece com Sarah e qual seu grande mistério é entregar de bandeja toda a conclusão desta belíssima história, então vou deixar vocês com a reflexão do aprendizado que pude extrair deste livro:</div>
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A vida assim como o jogo, requer paciência e autenticidade em suas escolhas. Amor verdadeiro assim como o universo, é interminável e não cansa seu brilho prodigioso. A paixão assim como o fogo, aumenta a cada minuto, mas sempre há quem o apague. Família assim como estrelas, existem várias, mas só uma é capaz de reunir nossos sentimentos mais profundos. Amigos assim como bichinhos doentes, necessitam de cuidados especiais. </div>
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Os mistérios assim como os segredos, também não deveriam ser revelados. A felicidade assim como os sonhos, nós almejamos a cada dia e corremos atrás até alcançarmos. O mar, por sua vez, também são como as relações com as pessoas que amamos. Ora está calmo, ora entra em alvoroço constante. </div>
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Normalmente assim como a totalidade de poder, são poucas as pessoas que o possuem. Eu, assim como todo mundo, também sou gente, embora queira ser diferente, não me deixo levar por mudanças breves. </div>
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Saudade é como não saber. Perdoar não é esquecer, e lembrar é querer reviver. Chorar não quer dizer emoção, e sorrir não é estar feliz. Nosso passado é a história que construímos, o presente é a história que ainda estamos vivenciando, e o futuro, ah, o futuro é totalmente incerto. Tudo pode ser um nada a ser descoberto, e as pequenas coisas acabam se tornando tudo. </div>
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Possuir não quer dizer conquistar e amar não quer dizer ser amado. Tudo é relativo. Pensar não é entender, querer nem sempre é poder, e olhar nem sempre é enxergar. Ensinar pode ser repassar, mas repassar nem sempre assegura que o melhor irá acontecer. Sentir não quer dizer experimentar, afinal todo experimento tem sua consequência.</div>
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Sarah e Natasha não deixam de encarar todos esses desafios e aprendizados, porque percebem no final das contas que encarar é passar por cima dos próprios medos. E medos são sentimentos que não nos permitem viver. Medo da morte, medo da solidão, medo de confiar, medo de ser julgada, medo de pedir ajuda, medo de expor as fraquezas, medo de assumir um sentimento, medo de tentar, medo de mudar, medo de cair, simplesmente medo...</div>
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Volto a perguntar: se alguém bater na sua porta, você prefere atende-la e lhe oferecer um café, ou por medo irá deixa-la fechada sem saber quem e o que poderia estar do outro lado? As vezes, uma oportunidade pode bater uma única vez na sua porta, e nunca se sabe qual será a consequência na escolha de abri-la ou não. Então porque não começar a se permitir abrir mais portas, e não deixar que o medo as mantenha sempre fechadas?</div>
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Afinal, às vezes são necessárias apenas algumas palavras de incetivo para reacender uma fagulha de confiança de que o futuro poderá ser maravilhoso, em vez de uma série infindável de obstáculos e decepções. A vida vale sim, muito a pena. </div>
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Minha nota: 10</div>
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Obs.: Após o Epílogo, Jojo Moyes escreve sobre suas próprias motivações para escrever essa história, e eu peço encarecidamente que você leia, pois ela vale tanto a pena quanto o livro todo. </div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqt1t15Y4pzSGyWWmw_xEF5TxJK4aNmwQU6G1KjfkWEry74TfGwWo9KaUTmgVKlz6WaOlmDftenDv_wPA_AVZJkCgdPbLTkCbOh4cNlpwZ_5RrTnCrLBaqW7YvqlvroXa2r08wYGqrL3ZN/s1600/download.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqt1t15Y4pzSGyWWmw_xEF5TxJK4aNmwQU6G1KjfkWEry74TfGwWo9KaUTmgVKlz6WaOlmDftenDv_wPA_AVZJkCgdPbLTkCbOh4cNlpwZ_5RrTnCrLBaqW7YvqlvroXa2r08wYGqrL3ZN/s400/download.jpg" width="278" /></a></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/10693598089182906965noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2009378716349059276.post-23625238655240649372016-09-30T11:08:00.003-07:002016-09-30T11:08:53.584-07:00"Melhor enfrentar a loucura com um plano do que ficar parado e deixar que ela nos alcance aos poucos." - Resenha do livro "Caixa de Pássaros" - Josh Malerman<div style="text-align: justify;">
"Eles vão acabar nos alcançando, disse Don. Não há porque pensar de outra forma. É o fim dos tempos, pessoal. E, se o problema for uma criatura que nossos cérebros não são capazes de entender, merecemos isso. Sempre supus que o fim viria da nossa própria estupidez."</div>
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<br /></div>
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Algo aterrorizante começa timidamente a acontecer em pequenas cidades, e rapidamente toma conta de todo o mundo. Algo que não deve ser visto. Basta uma olhada, e a pessoa é levada a cometer atos de violência mortal. E ninguém sabe o que provoca isso, ou de onde veio tudo isso.</div>
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<br /></div>
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Os cenários que nos deparamos no livro de Josh Malerman são portas sempre trancadas. Cobertores tapam as janelas de todas as casas. A internet não funciona mais, muito menos os telefones e qualquer meio de comunicação. Os sobreviventes não sabem em quem confiar. Não se pode mais sair às ruas sem uma venda nos olhos. Definitivamente há algo do lado de fora. Algo que não pode ser visto, que enlouquece as pessoas e as leva a cometer atos violentos uns contra os outros, seguidos de suicídio. </div>
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<br /></div>
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Nossa protagonista, Malorie, ao mesmo tempo em que começa a entender as implicações do que está acontecendo no mundo, descobre que está grávida de algumas poucas semanas, e após assistir sua irmã mais nova enlouquecer e se suicidar sem mais nem menos, vê um anúncio no jornal de uma casa muito próxima a sua, que está servindo de abrigo a sobreviventes. </div>
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<br /></div>
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Malorie resolve se arriscar e ir até o local, e é a partir deste momento que nossa protagonista começa a fazer parte de um grupo liderado por Tom, que acaba por se tornar um grande amigo e aliado, e mais pessoas que não se conheciam antes do fim do mundo, mas se uniram para tentar resistir ao terror oculto, na tentativa de criar certa ordem a partir do caos. </div>
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<br /></div>
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Rotinas como buscar água potável em um poço de olhos vendados, comer comida enlatada de forma racionada, e viver diariamente presos em uma casa coberta por tabuas e edredons, Malorie e os demais componentes desta história pensam o tempo todo como criar formas de viver e combater o que eles acabam intitulando de "criaturas de outro planeta."</div>
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Há momentos de muita agonia durante a leitura, principalmente quando os suprimentos da casa começam a chegar perto da escassez, e os sobreviventes precisam começar a se arriscar do lado de fora da casa, e a confrontar principalmente a questão mais derradeira: em um mundo que praticamente enlouqueceu, em que se pode confiar? </div>
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<br /></div>
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Após ter um complicado parto, Malorie cria o Garoto e a Menina, duas crianças que ela prefere não nomear enquanto o mundo vive um verdadeiro apocalipse, e passam a viver abrigados na casa por exatos quatro anos. Logo Malorie aprende a realizar tarefas, e inclusive percorrer distâncias mais longas, sempre às cegas. </div>
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<br /></div>
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O surgimento de uma misteriosa neblina faz com que ela decida finalmente deixar a casa e embarcar com a família numa arriscada jornada, de olhos vendados, e confiando apenas em sua perspicácia e no ouvido altamente treinado dos filhos. </div>
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Assumo que este é um livro difícil de resenhar, pois qualquer detalhe pode diminuir as surpresas que garanto que os leitores vão encontrar. Apesar de Caixa de Pássaros não ser um thriller perfeito, é um livro fácil de ler. O enredo possui destalhes inconsistentes, acabam sendo mal formulados e pouco convincentes, porém a ideia do mundo pós apocalíptico, onde o sentido da visão pode ser o gatilho para a loucura e morte, me deixou intrigada para chegar ao final.</div>
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<br /></div>
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Pessoas enlouquecendo, matando e se suicidando porque viram algo, é por si só perturbador. Não tenha esperanças de descobrir o que causa tal efeito nas pessoas, pois já adianto que o final pode ser um pouco decepcionante, mas o que chama a atenção nesta obra, é que o leitor é colocado em uma posição onde se sente exatamente como os personagens: vendado. Como lutar contra uma força, criatura ou entidade que você não sabe o que é, nem de onde veio, e não pode abrir os olhos para enfrenta-la? Seriam seres alienígenas, alguma entidade maligna, uma força além de nossa compreensão, ou apenas um caso de histeria coletiva? Especular a causa do caos é inevitável e prepare-se para formular mil teorias do inicio ao fim. </div>
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<br /></div>
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Falando sobre histeria coletiva, entende-se tal nomenclatura como um distúrbio psicológico em que um grupo de pessoas passa a ter, ao mesmo tempo, um comportamento estranho ou adoecer sem uma causa aparente. Os surtos de histeria coletiva, também conhecida culturalmente como doença psicogênica de massa, são mais frequentes em grupos fechados, como alunos de uma mesma escola ou trabalhadores de uma empresa, embora também acometa uma população em geral. A doença faz com que todos fiquem mais ansiosos e percam o controle sobre atos e emoções, além de turbinar os sentidos, como tato, olfato, paladar e pasmem: visão. </div>
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Independente se o mundo está mesmo acabando, e criaturas malignas estão nos assombrando para acabar com a raça humana, o interessante do livro são os próprios humanos, e como estes seres tão providos de inteligencia sobrevivem e encaram o caos. Ou deveríamos mesmo chamar tudo isso de caos, e não simplesmente como dito acima, um caso de histeria coletiva?</div>
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Observando o mundo atual, e o livro retrata o mesmo período que vivemos atualmente, é quase impossível não ter a sensação de que vivemos realmente no caos. No entanto, o que poucos parecem perceber é o que exterior é simplesmente o reflexo, a expressão do estado interior do ser humano. </div>
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Infelizmente, a maioria dos seres humanos se debate tentando administrar o caos, sem conseguir enxergar esta simples verdade. A sociedade alimenta esta inconsciência, pois ela é bastante conveniente para a sua sobrevivência. </div>
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Paradoxalmente, os assim chamados despertos são considerados insanos pelos poderes constituídos. Mas ao contrário disso, são um farol na escuridão, uma fonte de água limpa e cristalina, que pode matar a sede daqueles que buscam a verdade. </div>
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Surge um momento em que a total incapacidade de se lidar com o caos, nos seus mais simples ou complexo aspecto, faz com que a angustia e a infelicidade atinjam um grau insuportável. Podem ocorrer, então, duas possibilidades: o mergulho total na insanidade ou um despertar interior, que nos mobiliza a ir em busca de respostas. </div>
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Malorie decide olhar para dentro de si, enfrentar porões escuros de sua própria interioridade, e esta atitude acaba sendo a única saída para a libertação do caos em que está inserida. </div>
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Ali encontramos a escuridão, mas também a luz, que durante muito tempo julgamos não existir. Não há saída possível sem esta disposição. A fronteira entre o caos e a harmonia, é uma linha tênue que só pode ser cruzada por aqueles que se dispuserem a realizar a caminhada com coragem, determinação, e acima de tudo, confiança. Confiança em acreditar em si próprio, e não na efetividade do caos. </div>
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Caixa de Pássaros é um livro intrigante e tenso. Um ótima pedida para quem se questiona sobre os motivos que levam seres inteligentes a acreditarem em mistérios impossíveis de se desvendar.</div>
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Definitivamente é melhor enfrentar a loucura e o caos, do que ficar parado e esperar que ela nos alcance aos poucos. Seja lá o que "ela" possa significar. </div>
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Minha nota: 8,0</div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhS6Vt6PemM7C1fF9iyUhAXBE23qvVLnN2aXPEFjNB-nfRbP6k3kxZLyYGSSwvlFuKx_CmkN8AE_TMGSGXPYfMmql441P_Hs-qGFun7wi3SiHLEFi52GTNaTYGPiZilK0n0mU8KKwxJLCGS/s1600/Caixa-de-Passaros+%25281%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhS6Vt6PemM7C1fF9iyUhAXBE23qvVLnN2aXPEFjNB-nfRbP6k3kxZLyYGSSwvlFuKx_CmkN8AE_TMGSGXPYfMmql441P_Hs-qGFun7wi3SiHLEFi52GTNaTYGPiZilK0n0mU8KKwxJLCGS/s400/Caixa-de-Passaros+%25281%2529.jpg" width="276" /></a></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/10693598089182906965noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2009378716349059276.post-12556502857494383232016-09-13T08:00:00.001-07:002016-09-13T09:06:54.806-07:00"Quem foi que disse que fazer o que manda o coração é uma coisa boa? É puro egocentrismo, um egoísmo de querer ter tudo e nunca ter nada." Resenha do livro "A Garota no Trem" - Paula Hawkins<div style="text-align: justify;">
"Um para tristeza, duas para alegria, três para menina. Três para menina. Fico empacada no três. Não consigo passar disso. Minha cabeça está repleta de sons, minha boca, repleta de sangue. Três para menina. Posso ouvir as aves, as pega-rabudas - estão rindo, debochando de mim, um crocitar estridente. Um bando. Mau agouro. Posso vê-las agora, negras contra o sol. Não as aves, outra coisa. Alguém está vindo. Alguém está falando comigo. Veja só. Veja só o que você me obrigou a fazer."<br />
<br />
Como todo bom thriller psicológico, A Garota no Trem vem com uma promessa de ser uma intensa leitura, onde tudo que parece e se fala realmente não é o que se parece e o que se fala.<br />
<br />
Tudo começa quando somos convidados a entrar na vida de Rachel, e ver o mundo através de seus olhos. Nossa primeira protagonista está com a sua vida literalmente pausada, e nada de novo acontece com e para ela, a não ser lembranças de um passado feliz que foi destruído por causa de uma traição.<br />
<br />
Sem emprego e viciada em álcool, seus dias são todos iguais. Ela acorda com ressaca, vai para Londres de trem numa tentativa de despistar sua companheira de apartamento, se senta na janela e observa as casas ao redor, inventando nomes para as pessoas cotidianas que ela vê nas varandas de suas casas, e imaginando suas lindas e plenas vidas, enquanto remoí os pensamentos do que o seu ex marido Tom estaria fazendo com sua nova esposa Anna e sua filhinha recém nascida.<br />
<br />
Imaginar ficções na cabeça talvez não seja o maior problema de Rachel, pois dependendo do nível de seu alcoolismo, e no livro acompanhamos muitos mais baixos do que altos de seu vicio, ela comete algumas loucuras como aparecer na sua antiga casa ou ligar para seu ex marido e sua nova esposa, implorando para que Tom lhe conceda um pouco de atenção. Somos literalmente levados a sentir pena deste personagem, a julgando como uma coitada que destruiu seu final feliz por causa de várias taças de vinho e tônicas com gim.<br />
<br />
Em uma de suas voltas de Londres por trem, Rachel olha para uma casa específica, um lugar que ela costumava amar olhar porque sentia que o casal que ali morava possuía um tipo de amor que ela tinha com seu ex marido antes dele troca-la por uma mulher menos problemática que ela. No entanto, ao invés de uma cena de amor como em um filme de romance, ela vê algo diferente, algo que pode explicar muito dos fatos que ocorreram depois que a mulher que morava naquela casa foi dada como desaparecida pelos jornais locais.<br />
<br />
Envolvida emocionalmente mais do que deveria, Rachel decide que precisa fazer alguma coisa para descobrir o que aconteceu com Megan, nossa segunda protagonista desta história, que ganha alguns bons capítulos, que também nos levam a julga-la como uma mulher totalmente confusa, perdida e com um passado extremamente nebuloso. <br />
<br />
Neste ínterim, somos levados a conhecer Ana, a mulher que foi amante de Tom enquanto o mesmo foi casado com Rachel, e a atual e aparentemente recatada esposa e recente mãe de uma adorável criança. O livro não se cansa de nos levar aos julgamentos, certo?<br />
<br />
A obra de Paula Hawkins se parece um quebra-cabeças cujas peças foram arrastadas pelo vento e que pouco a pouco vão conseguindo se reunir. A maneira que a autora optou para mostrar para os leitores a solução vai mudando o ponto de vista da narrativa entre as três protagonistas. A principio não entendemos muito bem o que a autora quer dizer reunindo os olhares destas mulheres tão diferentes, mas logo que as peças começam a se encaixar, tudo parece muito bem colocado. Destro destas alternâncias de narradores, há também uma divisão entre os turnos de cada dia que podem fazer parte tanto do presente quanto do passado. Parece confuso de inicio, mas realmente é uma combinação peculiar e que no final dá muito certo.<br />
<br />
Mais o que afinal trata este livro? A Garota no Trem fala sobre Manipulação e Egoísmo. Explico melhor abaixo.<br />
<br />
A chantagem emocional é uma forma de controle que recorre basicamente à culpa, obrigação e ao medo para conseguir que outra pessoa haja de acordo com os interesses de quem chantageia. Uma maneira de manipular a vontade alheia é provocar sentimentos negativos, dos quais a pessoa chantageada parece não poder sair, a menos que faça aquilo que o chantagista quer. É como uma porta, que desejamos entrar, mas depois não conseguimos mais sair.<br />
<br />
Geralmente associamos a manipulação com pessoas maquiavélicas, retorcidas e egoístas. Entretanto, na prática, todos nós recorremos alguma vez a algum tipo de chantagem emocional. Uma pessoa exerce o papel de manipuladora sempre e quando tenta controlar o que a outra pessoa diz ou faz, exige algo e não fornece alternativa de escolha ou detona a autoestima alheia. O objetivo da chantagem emocional costuma ser ganhar o poder em uma relação.<br />
<br />
E é exatamente através da manipulação que nossas três protagonistas formam um vínculo pessoal entre elas. Independente do que as leva a serem deixadas enganar pela manipulação, a conclusão que se chega é que só nos permitimos entrar em uma porta quando decidimos por vontade própria abri-la, e a porta muita vezes é aberta porque queremos mais do que podemos ter.<br />
<br />
Rachel, Megan e Ana abrem portas por desespero, por almejarem demais, e simplesmente por cobiça. E quando elas o fazem, encontram do outro lado a consequência destes atos. Você já deve imaginar que o que ambas encontraram do outro lado da porta é a manipulação, pronta para devora-las, porque vamos dizer a verdade, se não temos a chave para abrir determinadas portas, porque vamos contra o que podemos, e abrimos mesmo assim, sem sermos chamadas? A manipulação só toma conta de quem não está preparado, e ela pode vir de terceiros, ou pior, de dentro de nós mesmos.<br />
<br />
Assim como as três protagonistas, nós nos julgamos ímpar e somos pares. Preferimos o controle, a manipulação do jogo, do jogo que joga sozinho com cada um de nós, a vida.<br />
<br />
Em suma, é um livro que trata de ilusões sendo destruídas, de verdades ocultas, bem como, do quanto as pessoas a nossa volta, ou nós mesmas, exercem poder quando de alguma forma brincamos com nossas fraquezas.<br />
<br />
É o tipo de história que deve ser lida sem expectativas prévias, para que assim possa se surpreender e repensar como realmente cada ação gera uma reação, e que nem todo mundo é realmente o que diz ser. E aqui estou falando de nós próprios. Perceba que quando falei que o livro nos leva a julgar os personagens, me peguei pensando no final, se na verdade não seria eu me deixando levar pela manipulação da própria autora. E se eu me permiti ser manipulada, preciso me preocupar que estou abrindo portas desnecessárias na minha vida? A se pensar.<br />
<br />
Obs.: O livro virou um filme, e deixo abaixo o trailer do mesmo para que possam conhecer um pouco sobre a história. Posso entregar apenas que este livro não tem um final feliz, mas tem uma belíssima reflexão sobre o que projetamos de nós próprios no mundo, e do quanto nossas escolhas precisam ser precisas para que nenhuma porta seja aberta de forma errada e a manipulação tome conta de nossas vidas.<br />
<br />
Tudo começa sempre dentro de nós mesmos, certo?<br />
<br />
https://www.youtube.com/watch?v=kmQ1WcX425E<br />
<br />
E você? Se acha preparado para encarar a sua própria manipulação?<br />
<br />
Minha nota: 7,0</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/10693598089182906965noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2009378716349059276.post-39099583159397625152016-08-26T07:18:00.001-07:002016-08-26T07:34:52.384-07:00"Certa vez uma pessoa sábia me disse que escrever é perigoso pois nem sempre podemos garantir que nossas palavras serão lidas no espírito em que foram escritas..." Resenha do livro "A Última Carta de Amor" - Jojo Moyes<div style="text-align: justify;">
Palavras cantam. Eu as amo, tenho vontade de abraça-las, as persigo, as mordo, as derreto. Amo tanto as palavras, principalmente as inesperadas. As que se amontoam, se espreitam, até que de súbito caem. São tantos os vocábulos amados. Palavras brilham como pedras de cores, saltam como irisados peixes, são espuma, fio, metal e orvalho. Eu persigo algumas palavras, de tão belas quero coloca-las em poemas. Agarro-as em voo, quando andam soltas, e caço-as, as limpo, as descasco, preparando -as diante do prato. Sinto-as cristalinas, vibrantes, ebúrneas, vegetais, oleosas, como frutas, como algas, como ágatas, como azeitonas. E então eu as agito, bebo, trago, trituro e as liberto. Deixo-as como estalactites em poemas, como pedacinhos de madeira polida, como carvão, como restos de naufrágio, presentes nas ondas e no mar. Tudo está na palavra. Um ideia inteira altera-se porque uma palavra mudou de lugar, ou porque outra se sentou como um rei dentro de uma frase que não a esperava, mas que lhe obedeceu. Elas têm sombra, transparência, peso, penas, pelos, têm de tudo quando se lhes foi agregando de tanto rolar pelo rio, de tanto transmigrar de pátria, de tanto serem apenas raízes. São ao mesmo tempo antigas e recentes. Vivem no escondido e na flor que despontam. Desaparecem, mas não adormecem. Renascem para trazer a tona seu real e precioso significado. </div>
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E foram justamente as palavras as responsáveis por este belíssimo romance de Jojo Moyes. </div>
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O livro começa no belo cenário de Londres nos anos 1960. Ao acordar em um hospital após um acidente de carro, Jennifer Stirling não consegue se lembrar de absolutamente nada. Novamente em casa, com o marido, ela tenta sem sucesso recuperar a memória de sua antiga vida. Por mais que todos a sua volta pareçam atenciosos e amáveis, Jennifer sente que alguma coisa está errada. É então que ela descobre uma série de cartas de amor escondidas, endereçadas a ela e assinadas apenas por "B". Nossa protagonista percebe que não só tinha um romance fora do casamento, como também parecia disposta a arriscar tudo para ficar com o seu amante. </div>
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Enquanto acompanhamos toda a história de Jennifer antes de seu acidente de carro, somos convidados a fazer uma viagem para quatro décadas depois, e nos anos 2000 conhecemos a jornalista Ellie Haworth, nossa outra protagonista desta intrigante história. Ellie encontra uma dessas cartas endereçadas a Jennifer durante uma pesquisa nos arquivos do jornal em que trabalha. Coincidência ou não, pois ela também vive um romance complicado com um homem casado, Ellie fica obcecada pelo amor proibido de Jennifer e "B", e começa uma insana e investigativa procura por quem são estas pessoas, e o que de fato aconteceu com elas, para que este romance não tenha tido um final feliz. </div>
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Com personagens realísticos, complexos e uma trama bem elaborada, A Última Carta de Amor entrelaça as histórias de paixão, adultério e perdas de Ellie e Jennifer. Falar mais sobre este livro é entregar todas as surpresas do desenrolar de uma obra comovente e irremediavelmente romântica. Desta forma, vou falar sobre o que A Última Carta de Amor significou para mim. Ao terminar o livro com um pingo de lágrimas nos olhos, e uma boa reflexão sobre o sentido de nossas atitudes, afinal toda ação possui uma reação, e no caso de nossas duas protagonistas não seria diferente, a não ser por dois excelentes artifícios chamados tempo e destino. </div>
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A vida é feita de surpresas, e nossa simples missão dentro deste contexto é viver. Alguns momentos podem durar tão pouco e ficar na nossa memória por muito tempo. Algumas pessoas podem fazer muito pouco parte de nossas vidas, e ser considerada para sempre dentro de nossos corações. </div>
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De uma coisa podemos ter certeza, de nada adianta querer apressar as coisas, pois tudo vem ao seu tempo, dentro do prazo que lhe foi previsto, mas o fato é que a natureza humana não é muito paciente. Temos pressa em tudo, e então acontecem os atropelos do destino, aquela situação em que você mesmo provoca por pura ansiedade de não aguardar o tempo certo. </div>
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Quando alguma coisa coisa está para acontecer, ou chegar até sua vida, pequenas manifestações do cotidiano enviarão sinais indicando o caminho certo, que vem através da palavra de um amigo ou conhecido, de um texto ou de uma observação, mas com certeza o sincronismo se encarregará de colocar as coisas certas em seus devidos lugares, na hora certa e no momento certo. Afinal, nada acontece por acaso, certo? </div>
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Por vezes o destino é como uma pequena tempestade de areia que não para de mudar de direção. Você pode mudar o rumo, mas a tempestade de areia vai sempre atrás de você. Você pode voltar a mudar de direção, mas a tempestade a persegue e te segue no teu encalço. Isto acontece uma vez e outra e outra, como uma espécie de dança maldita com a morte ao amanhecer. Porquê? Porque esta tempestade não é uma coisa que tenha surgido do nada, sem nada a ver com você. Esta tempestade é você. Algo que está dentro de você e precisa ser resolvido. Por isso, apenas te resta se deixar levar, mergulhar na tempestade, fechar os olhos e tapar os ouvidos para não deixar entrar a areia, e passo a passo, atravessa-la de uma ponta a outra. Aqui não há lugar para o sol e nem para a lua, a orientação e a noção de tempo são coisas que não fazem sentido. Existe apenas areia branca e fina, como ossos pulverizados, a rodopiar em direção ao céu. </div>
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Não há maneira de escapar da violência da tempestade, a essa tempestade metafisica simbólica. Não se iluda caro leitor, por mais metafisica e simbólica que seja, o destino é real, porque você fez uma escolha. E quando a tempestade tiver passado, você mal se lembrará de ter conseguido atravessa la, de ter conseguido sobreviver. Nem sequer terá a certeza de a tormenta ter realmente chegado ao fim. Mas uma coisa é certa, quando a tempestade chegar ao fim, você já não será mais a mesma pessoa. Somente desta forma, é que o destino fará sentido quando ele contemplar sua tenra tarefa de te ensinar uma preciosa lição. E então quem sabe, em um dia chuvoso, depois que a tempestade maior passar, dois amantes depois de 40 anos de distância, terão a oportunidade de renovar suas escolhas, porque já que a vida é feita de surpresas, basta a nós vive-la da melhor forma possível. </div>
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Imagino o dia em que todas as pessoas terão o direito de ser feliz, mesmo que seja só por um momento, para ter a oportunidade de sentir o que realmente desejam e acreditam, afinal os sonhos não deveriam ser meras bobagens. </div>
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Jennifer e Ellie, obrigada por me fazerem enxergar que sonhar nunca foi um erro. Somos mesmo crianças aprendendo constantemente a viver. </div>
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Espero que minhas palavras cheguem até vocês no espírito que as mesmas foram escritas, pois para mim esta não é uma última e única mensagem de amor, mas sim o inicio de um belo aprendizado que eu espero que seja passado a todos que simplesmente amam sonhar. </div>
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Minha nota: 10</div>
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Obs: Ao longo de cada inicio de capitulo, Jojo Moyes reuniu últimas cartas, últimos emails e últimas mensagens de amor de diversas pessoas em diversos seculos de vida. Pessoais reais, que aceitaram ter suas histórias de amor divididas conosco. Felizes ou não, suas histórias sempre acabam por nos passar uma única mensagem: Vale sempre a pena. </div>
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Já dizia William Shakespeare: "Não, Tempo, não zombarás de minhas mudanças! As pirâmides que novamente construíste não me parecem novas, nem estranhas. Apenas as mesmas com novas vestimentas."</div>
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Ao longo de toda a nossa vida, somos confrontados com momentos de mudança que criam quase sempre insegurança e até em alguns casos, o medo. Contudo, esta atitude pode não ser a mais favorável, pois a mudança pode nos levar a experienciar novas e interessantes situações, que de alguma forma, devemos tentar encarar de forma positiva. </div>
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<br /></div>
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E são com algumas mudanças drásticas e inesperadas, e muitas vezes com uma pitada de ação cármica que a protagonista desta história Stella Sweeney, nos leva a refletir sobre como nós agimos e reagimos perante as incertezas da vida. </div>
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<br /></div>
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O livro começa com Stella andando de carro em meio ao pesado tráfego de Dublin. Dedicada mãe e esposa, nossa protagonista resolve fazer uma boa ação no meio de um pequeno acidente de carro. O resultado deste ato é um homem um pouco esquisito e metido que lhe pede o número do seu celular para o seguro, plantando uma semente de que algo levará Stella a muitos quilômetros para longe da sua pacata e monótoma rotina. </div>
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<br /></div>
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Stella é casada com Ryan, uma egocêntrica pessoa que se enxerga como um promissor homem da arte, quando na verdade ele apenas cria design de banheiros de luxo. Juntos, eles têm dois filhos, Betsey, uma doce e adorável menina que vive de forma tão simplista, que para ela, casar com um homem que lhe transforme em uma boneca seria o ideal de uma vida toda. Já Jeffrey, seu filho mais novo, vive tropeçando nas atitudes da mãe, e possui um relacionamento familiar que varia entre preocupação e irritação extrema. Stella, por viver pautada nos sonhos do marido de ser tornar um grande artista renascentista, é apenas uma mulher que trabalha em uma clínica de estética depilando mulheres e homens, e manipulando máquinas de bronzeamento artificial junto de sua sócia, sua irmã mais nova, Karen. </div>
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<br /></div>
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Como todo bom livro de Marian Keyes, somos surpreendidos quando Stella acorda doente e incapaz de se comunicar. Nossa protagonista possui um doença rara, chamada Síndrome de Guillain - Barré, uma doença auto imune que ocorre quando o sistema imunológico do corpo ataca parte do próprio sistema nervoso por engano. A consequência desta doença é uma inflamação dos nervos que provoca fraqueza muscular e impossibilita o portador desta rara síndrome de se mexer, falar e ter controle sobre sua função neuro vital. </div>
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<br /></div>
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Stella fica muitos e muitos meses no hospital e só consegue se comunicar por meio de piscadas, uma de cada vez, um método inventado por ser neurologista, Mannix Taylor, um homem um tanto quanto esquisito e metido. Stella consegue no meio de uma situação extremamente complexa e sem controle algum, conversar com Mannix e criar provérbios de auto ajuda, que no final entendemos que ela cria para ela própria como um meio de se sustentar em meio a uma incerteza de que um dia ela voltaria a ter controle sobre o seu próprio corpo. </div>
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<br /></div>
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Peca quem acha que o livro gira em torno da doença de Stella, pois é a partir dela que se inicia a grande história de nossa protagonista. Depois de uma recuperação árdua, seu neurologista encantado com a força de vontade de Stella, reuni todos os excelentes provérbios descritos através de suas piscadas e publica um livro, que acaba caindo em mãos "erradas". Lembram-se do tal do carma? </div>
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<br /></div>
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Da noite para o dia nossa protagonista vira uma escritora famosa, que passa seus dias viajando o mundo divulgando o seu best seller. Se já não bastasse não conseguir mais se mexer e falar, Stella passa de uma simples esteticista, depiladora e manipuladora de máquinas de bronzeamento artificial, a uma escritora famosa, que divulga um best seller sobre sua motivação em superar uma rara doença. </div>
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<br /></div>
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Enfrentar o ódio de seu marido que gostaria de estar no seu lugar, e sua família que não entende as diretrizes que a vida de Stella toma, nossa protagonista se vê obrigada a se mudar da pacata Dublin e passa a morar em Nova York, rodeada por diversas pessoas que lhe dizem o que vestir, como falar, como se comportar, e lhe cobram constantemente um padrão estético que não condiz com a sua realidade. Tirando o fato de ter que viajar para 5 cidades em apenas uma semana, Stella ainda precisa lidar com os problemáticos filhos lhe dizendo que todas as mudanças em sua vida são culpa de sua doença. </div>
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<br /></div>
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Enquanto acompanhamos estas drásticas mudanças na vida de Stella, e como ela lida com elas, fazendo com que muitas vezes durante a leitura sintamos raiva e decepção pela forma como ela se comporta, também nós pegamos pensando, e nós? Como nós lidaríamos com tantas mudanças? Vamos refletir, por quantas experiências nós seres humanos passamos ao longo da nossa trajetória neste complexo jogo que chamamos de vida?</div>
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<br /></div>
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A rapidez que caracteriza a sociedade atual, dominada pela mudança contínua, cria em nós sentimentos de insegurança, uma vez que somos obrigados a adaptarmo-nos continuamente a novas regras, novos hábitos, novos modos de estar e de trabalhar. Todas estas situações são, normalmente, precedidas de sentimentos antagônicos: receio, mas simultaneamente curiosidade, vontade de não mudar, mas ao menos tempo, vontade de experimentar. </div>
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<br /></div>
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É esta atitude de abertura face a mudança que deve caracterizar a nossa vida, pois tudo se torna mais fácil, quer quando se trata da mudança de emprego, quer da necessidade de deixarmos a casa ou a localidade onde sempre vivemos, e até de mudarmos de parceiros, porque percebemos que aquele que estamos já não fazem jus a sua denominação. </div>
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<br /></div>
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Que cada fim leva a um começo, não podemos discutir. Terminar algo nem sempre cabe a nós, porém nos leva a um único caminho: um inicio. Quando a bateria da câmera termina, é hora de carregar para que ela possa estar cheia novamente. Quando um ano acaba, é hora de outro iniciar. Quando você termina um relacionamento, inicia uma fase sem aquele relacionamento presente. Há uma linha tênue entre um fim e um começo. Essa linha é a tal da mudança. </div>
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<br /></div>
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Passamos por mudanças durante a nossa vida inteira sem ao menos perceber. Sabe quando você olha para trás e percebe o quanto as coisas eram diferentes? E sabe quando você olha para o futuro e percebe o quanto as coisas serão diferentes a partir de hoje?</div>
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<br /></div>
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Como Stella, e assim como nós, chega uma determinada hora que precisamos ser adultos. E ser adulto significa que as coisas já não irão mais se resolver sozinhas, e lamentar deixa de ser uma opção, é preciso aprender a lidar. E lidar não é só encarar a mudança de frente, é aceitar que nossas decisões muitas vezes não são as melhores. Antes da Síndrome, e antes de virar uma famosa escritora de provérbios motivacionais, Stella apenas vivia, e agora ela se adapta. E adaptações são feitas de términos, despedidas e talvez algumas saudades. As mudanças, ou se quiserem chamar de metamorfoses, são ajustes que devemos e fazemos para levar as mudanças da melhor forma possível. O novo sempre continuará a aparecer, e tudo começara de novo e de novo. É como um ciclo de aprendizados que no final se tornam memórias. </div>
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<br /></div>
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Acompanhar a história de Stella é como acompanhar nossa própria história. Fato é, que quando algo desconhecido nos acontece, todos somos inexperientes. Somos como pequenas crianças aprendendo a caminhar e falar. Começamos de forma lenta, rastejando e totalmente inseguros. Mas sabemos que precisamos tentar, e ninguém caminhará por nós. E quando finalmente podemos seguir em frente, quando tudo parece tranquilo, algo inesperado novamente acontece, e precisamos novamente caminhar por uma árdua estrada, e desta forma eu acredito que é feita a vida, de mudanças constantes externas e internas. </div>
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<br /></div>
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Eu particularmente tenho me sentindo diferente depois de tantos mudanças em minha trajetória. Talvez seja o tempo que não me sobra mais, a saudade que eu já não sinto, o sentimento que eu já não preciso mais guardar. Talvez tenha sido aquela chuva que não parava de cair, ou o sol que agora insiste em me fazer companhia. Talvez simplesmente, seja eu mesma.</div>
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<br /></div>
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Crescemos mesmo tendo o desejo árduo de continuar a ser uma criança de pés descalços e coração intacto. Mudamos mesmo teimando em continuar parado no mesmo lugar. Mudamos por temer ser a mesma pessoa pelo resto de nossas vidas. A vida nos molda e nós moldamos a nossa vida, e será sempre assim. Mesmo que não consigamos fazer o molde perfeito, mesmo que ele saia meio torto ou com a textura diferente do esperado, a gente se molda. </div>
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<br /></div>
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A gente se muda. A gente muda. </div>
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<br /></div>
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Minha nota: 7,5</div>
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<br /></div>
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Quanto tempo é preciso para que possamos encontrar o nosso verdadeiro lugar no mundo?</div>
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<br /></div>
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Eu começo essa resenha respondendo a essa pergunta: Nenhum... Nenhum tempo. </div>
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<br /></div>
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Você pode ir embora e nunca mais ser a mesma pessoa. Ou você pode voltar para casa e nada mais ser como era antes. Você pode até ficar onde estava, para que nada mude, mas aí é você que não vai se conformar com isso. </div>
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<br /></div>
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Você pode sofrer por perder alguém. Você pode até lembrar com carinho ou orgulho de algum momento importante na sua vida: formatura, casamento, aprovação no vestibular ou a festa mais linda que você já tenha ido, mas o que vai te fazer falta mesmo, o que vai doer de forma profunda, é a saudade dos momentos feitos de simplicidade: Sua mãe te chamando para acordar e ir para a escola, do seu pai te levantando no ar e brincando como se você pudesse voar e alcançar o céu, dos desenhos animados que você assistia com o seu irmão, da diversão natural em estar ao lado dos amigos, do cheiro que você sentia naquele abraço especial, da hora exata em que ele, o amor da sua vida, aparecia para te ver, de como ele te olhava com aquela cara de coitado só para te deixar mais apaixonada e da forma como ele pegava em sua mão quando você sentia medo. </div>
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<br /></div>
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Depois de seis meses sendo cuidadora de Will, Louise Clark passou os últimos dois anos tentando responder a pergunta acima, mas invés de nos depararmos com um final feliz e de superação para a nossa grande protagonista, percebemos que na realidade ela não fez nada que a deixasse em paz consigo mesma, ela não tomou o cuidado suficiente em como estava colocando a sua dor para fora, ela não contou até três antes de tomar uma decisão, ela não pensou que seria melhor estar só do que mal acompanhada, ou não esperou o tempo certo das coisas com medo da inércia e assim se tornar uma pessoa desinteressante. Ela teve medo de renunciar do passado por medo de dizer que não o amava mais, ela não soube abrir mão porque teve medo de dizer o que não queria. Basicamente para Louise, o tempo ensinou muita coisa, mas não a curou da forma que ela esperava. </div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Will, ao decidir colocar fim em sua vida, deixa a Louise uma valiosa lição, e pede que incansavelmente ela apenas viva sua vida sem se lembrar muito dele, e para isso lhe dispõe de uma quantia de dinheiro razoavelmente grande, que permite que Louise viaje pela Europa por um tempo, conheça algumas pessoas e lugares interessantes, e compre um pequeno apartamento em Londres, já que para ela é impossível voltar ao lar, onde tudo começou e acabou de forma um tanto quanto trágica. Em Londres, Louise trabalha como garçonete em um bar estilo irlandês que fica dentro do principal aeroporto da cidade, e lá ela observa todos os dias milhares de pessoas embarcando, se despedindo, voltando para casa, reencontrando entes queridos, indo trabalhar ou mesmo tirando férias de verão. Definitivamente, não era assim que Will imaginava a vida de Louise depois de sua breve passagem em sua vida. </div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #333333; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; line-height: 20.8px;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas a vida sempre se encarrega de nos dar oportunidades. Se não for pelo curso natural das coisas ou por nossas próprias escolhas, elas acabam acontecendo de uma forma ou de outra. E é exatamente assim, que a vida de Louise vira de ponta cabeça quando ela despenca acidentalmente do seu terraço, e com uma bacia quebrada e muitas lesões corporais, Louise se vê forçada a retornar para a sua casa, e encarar uma grande temporada com a loucura que é a sua família. </div>
<br />
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<br /></div>
<div style="text-align: center;">
"Nunca se sabe o que vai acontecer quando se cai de uma grande altura".</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E é por causa desta queda, que Louise conhece Sam Fielding, o paramédico que a salva no dia do acidente, e Lily, a problemática e perturbada personagem, que lembra muito tudo o que Will representou na vida de Louise. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Para os amantes do primeiro livro, como eu, preparem-se para se reencontrar com todos os personagens queridos e não tão queridos do primeiro volume. É delicioso, depois de tanto tempo de espera, entender o que a decisão de Will causou na vida de todos. Uma vez ouvi, que era preciso gerar o caos dentro de outro caos, para que todas as peças voltassem a se equilibrar no tabuleiro que chamamos de vida. Falar mais sobre o livro seria entregar todo o caos para vocês, e minha intenção não é falar sobre isso, mas sim deixar claro o que uma história tão triste pode resultar dentro de cada ser humano. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A dinâmica do primeiro livro perdura. É egoísta Will ter se matado e deixado apenas uma carta para Louise seguir em frente? É egoísta Louise querer Will vivo, porém sem poder ser ele próprio para desfrutar da vida ao seu lado? É egoísta uma mulher querer se libertar das amarras da sociedade, e fazer o que bem entender sem ser julgada por todos? É egoísta uma mãe solteira, querer viver sua vida enquanto o filho pequeno pede por cuidados constantes? É egoísta uma filha não conhecer o pai e agir feito uma louca só para ter a atenção que nunca teve na vida? É egoísta seguir adiante e abrir o coração para amar outra pessoa? É egoísta voltar a vestir roupas coloridas sendo que o amor da sua vida morreu? É egoísta meus caros leitores, viver depois uma brusca queda? No caso de Louise, ironicamente e literalmente falando, duas quedas?</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
É preciso abrir todas as portas que fecham o nosso coração. Quebrar barreiras construídas ao longo do tempo, por amores do passado que foram em vão. É preciso muita renúncia em ser a mudança no pensar. É preciso não esquecer que ninguém vem perfeito até nós. É preciso ver o outro com os olhos da alma e se deixar cativar. É preciso renunciar ao que não agrada a você próprio. Para que se moldem um ao outro como se molda uma escultura, aparando as arestas que podem machucar, é como lapidar um diamante bruto, para faze-lo brilhar. E quando decidir que chegou a hora de amar, lembre-se que é preciso haver identificação de almas. De gostos, de gestos, de pele. No modo de sentir e de pensar, é preciso ver a luz iluminar a aura, dando uma chance para que o amor te encontre novamente. Na suavidade morna de uma noite calma, é preciso se entregar de corpo e alma. É preciso ter dentro do coração um sonho, que se acalenta no desejo de amar e ser amada. É preciso conhecer no outro o ser tão procurado dentro de nós. É preciso conquistar e se deixar seduzir, entrar no jogo e deixar fluir. Amar com emoção para se saber sentir. A sensação do momento em que o amor te devora, e quando você estiver vivendo no clímax desse sentimento, sentir que essa foi a melhor das suas escolhas. Que foi o seu grande desafio, e o passo mais acertado de todos os caminhos da vida até tão trilhados. Mas se assim não for, que nunca se arrependa do amor dado. Faz parte se arriscar por um sonho, porque se não fosse assim, nunca teríamos sonhado. Mas antes de tudo, que saibamos ter ao nosso lado o maior aliado de todos: O Tempo. </div>
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<br /></div>
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Termino essa resenha fazendo um outro questionamento: Será que estamos falando que Louise se permitiu amar novamente, ou ela fez exatamente o que Will pediu a ela desde o inicio? Amar a si própria?</div>
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<br /></div>
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Desta vez eu não vou responder, mas vou deixar em suas mãos a leitura desta belíssima continuidade, que nos deixa pensar que nenhum tempo quantitativo pode mensurar aquilo que na verdade sempre habitou dentro de nós. </div>
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"Ok Will, pensei. Se essa foi sua ideia de me jogar em uma nova vida, com certeza acertou em cheio."</div>
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<br /></div>
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Louise Clark, como sempre você conseguiu me surpreender. </div>
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Desejo que possamos todas ser um pouco de Louise e de Will, que se faz tão presente neste livro quanto no primeiro. Porque quando há amor, há sempre uma saída. </div>
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<br /></div>
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Minha nota: 10</div>
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<span style="background-color: #f9f9f9; color: #5a5a5a; font-family: "roboto" , sans-serif; font-size: 16px; font-style: italic; line-height: 25px;">Não pense muito em mim. Não quero que você fique toda sentimental. Apenas viva bem. Apenas viva…</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="background-color: #f9f9f9; color: #5a5a5a; font-family: "roboto" , sans-serif; font-size: 16px; font-style: italic; line-height: 25px;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjgH3rVizXg1dt6LVgqRigCRTZzHPsdwaMl6G5ndT7mit17ehqU4CuQ4U-IWYzMNDNrxxUBY25qPzv3TX9aLOlkQyUU33I5gD1W8Rog440ZyaugIvM-dH3ImbmouFwbW-thO5KOEVva9gUy/s1600/DepoisDeVoce_300dpi.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjgH3rVizXg1dt6LVgqRigCRTZzHPsdwaMl6G5ndT7mit17ehqU4CuQ4U-IWYzMNDNrxxUBY25qPzv3TX9aLOlkQyUU33I5gD1W8Rog440ZyaugIvM-dH3ImbmouFwbW-thO5KOEVva9gUy/s400/DepoisDeVoce_300dpi.jpg" width="277" /></a></div>
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Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/10693598089182906965noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2009378716349059276.post-40335397585698015772016-05-18T10:06:00.003-07:002016-05-18T10:28:28.051-07:00"Algumas pessoas esperam a vida inteira por uma relação assim, mas as histórias chegam ao fim. A gente perde as pessoas que ama e tem que encontrar uma maneira de seguir adiante..." - Resenha do livro "Por toda a Eternidade." - Kristin Hannah<div style="text-align: justify;">
Como definir o luto?</div>
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Costumo comparar este sentimento a uma época bem remota da minha vida. Desde que tomei consciência sobre o andar e o falar, eu andava para baixo e para cima com um paninho que já não era mais branco fazia muito tempo. Este paninho, eu o auto intitulava de "fraldinha", e eu me lembro que eu só conseguia dormir se ele estivesse enrolado próximo a minha bochecha. Onde eu ia a fraldinha ia junto comigo, ela definitivamente me completava, era a minha melhor amiga. Ela tinha meu cheiro, e se moldava perfeitamente em mim, e eu me sentia totalmente segura quando eu a tinha nas minhas mãos. A fraldinha deixou de fazer parte da minha vida, quando eu completei 5 anos de idade e meus pais fizeram um trato o tanto quanto maduro comigo: "Você já é uma mocinha, e mocinhas não andam penduradas a um pano. Se você largar a fraldinha, o Papai Noel vai te dar de presente um fogãozinho<i><b> </b></i>de brinquedo." Ingenuamente, eu aceitei a barganha, e eu nunca mais vi a minha fraldinha.</div>
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Era estranho começar a viver sem a minha companheira. Eu me lembro de demorar para pegar no sono, porque sempre "algo estava faltando". Eu chorei algumas vezes, e mesmo sem ninguém ter me dito o quanto seria difícil, eu aprendi a moldar a minha vida sem a minha melhor amiga. E cá estou eu, com 31 anos de idade e dormindo bem, eu acho. As vezes, talvez eu me pegue abraçando o meu travesseiro, ele me lembra como era gostoso dormir encostada na minha fraldinha.</div>
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<br /></div>
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É exatamente sobre isso que o livro de Kristin Hannah trata, como lidar com os buracos que são criados dentro de nós por sentirmos falta de algo ou alguém, que de alguma forma nos completava. </div>
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Tully Hart é uma mulher ambiciosa e aparentemente muito segura de si. Criou sozinha um talk show muito popular, e usou de sua trágica história para formar uma das personagens mais amadas e admiradas no show bizz. Ela sempre acreditou que poderia superar qualquer adversidade da vida se conseguisse esconder bem fundo os seus sentimentos de rejeição sofridos desde sua infância. Até que sua melhor amiga, Kate Ryan, morre devido ao tão temido câncer. Tully se vê escorregando profundamente em um precipício cheio de memórias melancólicas e remédios para dormir. </div>
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<br /></div>
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Dorothy Hart, ou Cloud, como era conhecida nos anos 1970, está no centro do trágico passado de Tully. Ela abandonou sua filha inúmeras e repetidas vezes na infância, sempre drogada e rodeada de homens que a espancavam e abusavam de seu corpo.</div>
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Marah Ryan, filha de Kate e afilhada de Tully, têm apenas dezesseis anos quando sua mãe morre. Como qualquer filha ou filho, ela fica devastada com a notícia, e embora seu pai John e seus dois irmãos gêmeos se esforcem para manter a família unida, Marah transforma-se em uma adolescente rebelde e inacessível em sua dor. Aparentemente se cortar com objetos pontiagudos é o melhor remédio que Marah encontra para superar a perda de sua mãe. Tully tenta de qualquer forma se aproximar de Marah, mas a sua grande incapacidade de lidar com os sentimentos da afilhada e os seus próprios, acaba empurrando a menina para um relacionamento infeliz ao lado de um rapaz extremamente problemático. </div>
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<br /></div>
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O livro é exatamente sobre estas mulheres, e o quanto suas vidas estão intimamente ligadas, e fala sobre a maneira que cada uma delas vão rever seus erros e acertos, e aprender a viver uma vida sem um peça no jogo deste tabuleiro que chamamos de família. Até porque, onde há perdão, há amor, e Por toda a Eternidade, fala sobre o único remédio capaz de curar o luto: o amor. </div>
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<span style="color: red;"><span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><span style="color: black;"></span></span></span></span></div>
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Como todo bom romance, a obra culmina em um momento de extremo impasse, onde as soluções se apresentam de forma muito clara e até óbvia, mas a resenha não têm como objetivo entregar o desenrolar e o final da história, e nem como estas personagens encontram uma forma de viver as suas vidas, por isso vou falar sobre o que para mim Por toda a Eternidade significou. </div>
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<br /></div>
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É difícil de acreditar, mas julgar os outros é algo muito comum, principalmente em um momento delicado, como o luto. Algo que é contraditório quando muitas vezes solicitamos que, por favor, deixem de julgar os nossos atos, pois julgamos e somos julgados constantemente, sem que algo possa evitar que isso aconteça. </div>
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Porém, o dano que o julgamento provoca é algo que merece a nossa reflexão. É preciso olhar o seu interior, olhar a si mesmo e deixar de investir tanto tempo em ver o que o resto das pessoas fazem, como fazem e porque fazem. Já dizia Giacomo Leopardi "A alma sempre tende a julgar os outros segundo o que pensa de si mesma." Será que por isso Tully julgou tanto o atos de sua mãe, para depois repeti-los exatamente da mesma maneira com a sua afilhada? Será que também por isso Marah julgou a sua madrinha para depois cometer os mesmos erros que ela com a sua própria mãe? Estas mulheres não estão ligadas somente por um laço de amor, mas principalmente por um grande laço de falsos julgamentos. Ao longo desta belíssima história, os atos destas mulheres recaem sobre justificativas que nem o próprio leitor imaginaria, pois acreditem, vocês também irão julga-las. Irônico, não?</div>
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Quantas vezes você já se sentiu julgado de forma equivocada? Aposto que milhares. Em muitas situações, não praticamos a empatia com outros seres humanos. A nossa visão é a única válida e isto nos impede de ver mais além, e compreender outras perspectivas diferentes. Quando julgamos os outros, não nos permitimos conhecer a sua história completa, o que há por trás daquela pessoa. </div>
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<br /></div>
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Aprendi em meu próprio luto que quando você julga alguém, você está definindo a si mesmo. Você pode querer dar uma opinião, mas criticas e falsos entendimentos não ajudam. Quando existe um falso julgamento, a sua verdadeira intenção é fazer com que os outros vejam o mundo através de seus olhos. Mas cada pessoa é um mundo. Mundos estes, que muitas vezes não estamos preparados para visita-los. </div>
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Gosto de citar Dalai Lama quando me pego praticando falsos julgamentos: "As pessoas tomam caminhos diferentes na busca pela felicidade e a sua realização. O fato de não caminharem pelo seu mesmo caminho não significa que se tenham perdido."</div>
<div class="left-content">
<div id="content">
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Assim como Tully, Marah, Doroty e Kate, tudo o que nos acontece muda a nossa forma de ver as coisas. E o luto não seria o luto, se não nos moldasse de formas totalmente diferentes as habituais.<br />
<br />
E se eu ainda tivesse a minha fraldinha? E se eu nunca tivesse perdido meu pai? E se eu tivesse mantido amizade com todas as pessoas que conheci ao longo da minha vida? E se eu tivesse feito escolhas diferentes na minha vida?<br />
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<br />
<article class="post-11650 post type-post status-publish format-standard has-post-thumbnail hentry category-psicologia" id="post-11650"><div id="single-large-socials">
<div class="social-container" style="display: block;">
<div class="article">
<div class="text-content" style="text-align: justify;">
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Como nós seriamos se tudo tivesse acontecido de forma diferente?</div>
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A morte é realmente o fim? Não, a morte não é o fim. <br />
<br />
A história destas mulheres, me fez pensar que talvez sim, exista uma razão para que um elo seja quebrado. Talvez exista uma razão para que nossos julgamentos nos tragam as melhores consequências depois.<br />
<br />
Respirar nos traz consequências pelo simples fato de que estamos vivendo, e o melhor, escolhendo viver. O importante não é encontrar respostas do porque nos acontecem rupturas, mas sim o que nós fazemos com elas. Como nós escolhemos viver depois delas. </div>
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<br /></div>
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Termino esta resenha perguntando a você caro leitor, qual é o mundo que você julga através de seus olhos, porém ainda não foi visita-lo para enxerga-lo de fato? Como você escolhe viver a sua vida com tantos buracos ao longo do caminho? Você escolheria que fosse diferente, ou simplesmente escolheria viver com aquilo que te aconteceu?</div>
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Minha resposta depois de ler esta obra é: Eu escolho viver. Porque sim, existem caminhos, basta pararmos de enxerga-los com um olho só. </div>
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"Nunca podemos julgar a vida dos outros, porque cada um sabe da sua própria dor e da sua própria renúncia. Uma coisa é você achar que está no caminho certo, outra é achar que o seu caminho é o único."</div>
<br />
Minha nota: 10. </div>
<div class="text-content" style="text-align: justify;">
<br />
<div class="centered">
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<div id="div-gpt-ad-1460481506084-0">
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</div>
</div>
<div class="text-content" style="text-align: justify;">
Dedico esta resenha a minha mãe, Celene Matiello Pacheco. Em nosso luto, eu julguei você, e você me julgou, mas aprendemos que caminhar é a melhor solução para seguirmos adiante..apenas respirando. Juntas. </div>
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<br /></div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWcMmgU4uFkfIpNM87H96if7n4xAMMOco2eY_y9fvDbGwHwivi3Wbt2AsNZMajxBlD88VGOzp_sdLNxYkL2rox5X0OknGWLvl1d7zSmCffdTl1bscJhDzoPFoG5HNp8ni_Ph_EM_SHSkGw/s1600/por-toda-a-eternidade-capa.jpg.1000x1353_q85_crop.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWcMmgU4uFkfIpNM87H96if7n4xAMMOco2eY_y9fvDbGwHwivi3Wbt2AsNZMajxBlD88VGOzp_sdLNxYkL2rox5X0OknGWLvl1d7zSmCffdTl1bscJhDzoPFoG5HNp8ni_Ph_EM_SHSkGw/s320/por-toda-a-eternidade-capa.jpg.1000x1353_q85_crop.jpg" width="220" /></a></div>
</div>
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</article></div>
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Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/10693598089182906965noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2009378716349059276.post-63997853857171299852016-04-27T09:31:00.002-07:002016-04-27T09:31:32.763-07:00"Abram os olhos e vejam tudo o que conseguirem ver antes que se fechem para sempre." Resenha do livro "Toda Luz Que Não Podemos Ver" - Anthony Doerr <div style="text-align: justify;">
O que a guerra é capaz de fazer aos sonhadores?</div>
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<br /></div>
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Colocando a Segunda Guerra Mundial de lado, pano de fundo desta história, já que muito do progresso é resultado direto da necessidade imposta por situações de conflito, o que, de fato, fez a guerra aos sonhadores, aos engenhosos, aos inventivos e aos visionários? Talvez no final desta resenha, tenhamos essa resposta. Ou não. </div>
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<br /></div>
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O livro é dividido em treze partes com diversos capítulos curtos em cada um deles, alternando entre dois personagens: Marie- Laurie e Werner, dois jovens, entre tantos outros que viriam a ser apanhados neste triste período em que a História se tornou um pesadelo, que se viram privados da oportunidade de vir a ser tudo o que o seu potencial lhes permitisse ou o coração sentenciasse. Milhares de pessoas encurraladas em papéis que nunca escolheriam representar, os seus cursos de vida completamente alterados, os seus futuros lamentavelmente sabotados. </div>
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Marie- Laurie é uma garota que fica cega aos seis anos de idade. Alta e sardenta, ela mora com seu pai em Paris. Seu pai é o chaveiro do Museu de História Natural da capital francesa, e ela sempre o acompanha no trabalho, onde faz alguns importantes amigos, como um cientista que adora conchas e moluscos. Seu pai se preocupa a todo momento com a segurança e independência de Marie- Laurie, e constrói para ela uma maquete da cidade para que ela aprenda a ler com as próprias mãos, e conhecer cada local para que ela possa depois se locomover sozinha. Todo aniversário, Marie ganha algo especial, sempre feito pelo seu pai, e sempre acompanhado de um livro de histórias surpreendentes. </div>
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<br /></div>
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Werner Pfennig mora em Zollverein, uma cidade perto de um complexo de mineração, na Alemanha. Órfão, ele mora com a irmã Jutta em um orfanato com outras crianças e com Frau Elena, uma francesa que lhes faz mais do que simplesmente cuida-los. Ela se torna sua família. Curioso por natureza, um belo dia Werner encontra um rádio quebrado e começa a desmontá-lo. Todas as noites, ele e sua irmã escutam um programa de rádio para crianças que sempre termina com uma mesma canção: Clair de Lune, Debussy. </div>
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<br /></div>
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Maurie -Laurie e Werner crescem, enquanto a guerra começa a dar os seus primeiros indícios. </div>
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<br /></div>
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Werner neste meio tempo, desenvolve uma habilidade incrível em consertar rádios e muitas pessoas já traziam seus próprios para que ele consertasse. Como ele estava próximo a completar 15 anos, seu destino seria trabalhar na mina, onde seu pai morreu devido a um desabamento de pedras. Ironia do destino ou não, Werner recebe a visita de um homem importante que, ao ter seu rádio consertado pelo menino, decide que irá inscreve-lo para que possa estudar e servir ao Governo, ou melhor, ao glorioso e imponente Reich. Werner começa então a adentrar um universo que nenhuma pedra sobre sua cabeça poderia ser mais desestimulante. </div>
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<br /></div>
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Enquanto isso, Marie- Laurie e seu pai começam a ver os bombardeios em Paris se transformarem em algo frequente, e decidem que não irão continuar ali e colocarem suas próprias vidas em perigo. Desta forma, eles partem para Saint-Malo, uma cidadezinha da França repleta de ostras e moluscos. Um ponto importante e talvez a chave para o desfecho desta belíssima história, é que neste exato momento, o pai de Marie -Laurie recebe uma importante tarefa. O diretor do museu lhe confia guardar uma pedra preciosa, que carrega consigo uma história muito misteriosa e cobiçada por muitos. Fiquem tranquilos, voltaremos para a pedra assim que tudo começar a fazer sentido. </div>
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<br /></div>
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A narrativa segue e acompanhamos as dificuldades de Marie-Laurie e seu pai até chegarem em Saint-Malo e adaptar-se a nova cidade junto com o tio avô de Marie, Ettiéne, um homem que tendo presenciado de perto os horrores da Primeira Guerra, apresenta comportamentos excêntricos e agorafóbicos. Ettiéne abrigará a garota e seu pai em sua casa, que é repleta de rádios e histórias para crianças curiosas, enquanto Werner se destaca e cada vez mais coloca seus conhecimentos físicos e matemáticos a prova na escola do Reich. </div>
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<br /></div>
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A guerra avança e Werner é recrutado como soldado raso, combatendo uma guerra mais limpa e mecânica devido a sua aptidão natural para operar rádios. O destino de ambos acaba por se cruzar, como se assim estivesse destinado, pois é em Saint -Malo que Werner escuta um pedido de socorro pelo rádio, através de uma canção já tão conhecida por ele e sua irmã Jutta. </div>
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<br /></div>
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No meio do destino traçado para que este encontro acontecesse, está entre eles um valiosíssimo e amaldiçoado item. Um diamante de 133 quilates, conhecido como Mar de Chamas, azul como o mar, como uma cintilação vermelha no seu núcleo. O Mar de Chamas carrega consigo uma lenda que o portador da mesma viveria para sempre, porém muitas desgraças aconteceriam ao seu redor e com as pessoas que ama. Lenda ou não, entendemos no final que o portador do seu próprio destino somos nós próprios. </div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Desde cedo, tanto Marie-Laurie como Werner demonstraram inteligência e perspicácia acima da média, bem como uma extrema curiosidade sobre o que os rodeia, procurando o conhecimento de forma constante. A paixão de Marie-Laurie por aprender, tateando cuidadosamente um objeto e saciando a sua curiosidade com perguntas é notável ("tocar verdadeiramente em algo é ama-lo"), e Werner com as suas infinitas dúvidas sobre o funcionamento das coisas e habilidade para reparar aparelhos, chega a ser presenteado com a oportunidade de evoluir nos estudos.</div>
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<br /></div>
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A Segunda Guerra Mundial tem vindo a ser romanceada um cem número de vezes, sob milhares de perspectivas, recorrendo aos mais diversos personagens e imensos pontos de interesses. Ainda assim, Toda Luz Que Não Podemos Ver está muito longe de ser apenas mais um romance. Ganhador do Pulitzer de Ficção em 2015, este livro traz uma visão simples do que significa cada ser humano em um contexto altamente desafiador, e quais as consequências que cada um terá a partir do momento que se foi definido um destino através de simples e práticas escolhas. </div>
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<br /></div>
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Destino e lendas fazem sim parte desta história, mas o principal não é se apegar a estes dois temas, e sim que mesmo existindo um destino e uma lenda, Marie e Werner fizeram escolhas, e estas escolhas definiram o seus destinos (trágicos ou não), e o destino de todos os outros personagens que compõe de forma muito bela o desfecho de uma história de uma vida inteira de dois brilhantes e curiosos seres humanos. </div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Gostaria de compartilhar uma pequena história, e encerrar através deste reflexão o que significa escolhas perante a talvez uma vida já pré traçada para acontecer:</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
"Certa vez um homem caminhava pela praia numa noite de lua cheia. Pensava desta forma:</div>
<div style="text-align: justify;">
Se tivesse um carro novo, eu seria feliz;</div>
<div style="text-align: justify;">
Se tivesse uma casa grande, eu seria feliz;</div>
<div style="text-align: justify;">
Se tivesse um excelente trabalho, eu seria feliz;</div>
<div style="text-align: justify;">
Se tivesse uma parceira perfeita, eu seria feliz. </div>
<div style="text-align: justify;">
Neste momento ele tropeçou em uma sacola cheia de pedras. Ele começou a jogar as pedras uma a uma no mar cada vez que dizia:"Seria feliz se tivesse". </div>
<div style="text-align: justify;">
Assim o fez até que somente ficou com uma pedra na sacola, que decidiu guardá-la. Ao chegar em casa percebeu que aquela pedra tratava-se de um diamante muito valioso. Você imagina quantos diamantes ele jogou no mar sem parar para pensar?"</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Assim são as pessoas que jogam fora seus preciosos tesouros por estarem esperando o que acreditam ser perfeito ou sonhado e desejando o que não têm, sem dar valor ao que têm perto delas. </div>
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<br /></div>
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Se olhassem ao redor, parando para observar, perceberiam o quão afortunadas são. </div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Cada pedra deve ser observada, pois pode ser um diamante valioso. Cada um de nossos dias pode ser considerado um diamante precioso, valioso e insubstituível. Depende de cada um aproveitá-lo ou lançá-lo ao mar do esquecimento para nunca mais recupera-lo. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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Por isso que Toda Luz Que Não Podemos Ver é exatamente sobre ter o poder de escolher quais são as pedras preciosas que devemos guardar, dispensar, ignorar, receber ou doar. Marie-Laurie e Werner tiveram seus destinos traçados com o único objetivo de saber exatamente qual luz os guiaria em suas escolhas. Aquelas que eles não puderam ver, mas apenas sentir. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E você, como anda jogando suas pedras?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Minha nota: 9.0</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhddg11_wfFIVEWrIt66ooix6ROahpGCHy_wB3ztOtLB1AX2a3MWWdspDeRm63Ru_WRNeafZnln5IJShBL1YCydGeM4C92dpYck98ISTegMSkBifBRzxL-k9Vf0sHXCfGxEp-Yj35sMWXQ/s1600/download.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhddg11_wfFIVEWrIt66ooix6ROahpGCHy_wB3ztOtLB1AX2a3MWWdspDeRm63Ru_WRNeafZnln5IJShBL1YCydGeM4C92dpYck98ISTegMSkBifBRzxL-k9Vf0sHXCfGxEp-Yj35sMWXQ/s400/download.jpg" width="277" /></a></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/10693598089182906965noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2009378716349059276.post-12427853680156649272016-01-20T08:16:00.004-08:002016-02-25T12:36:10.934-08:00"Na vida há coisas muito mais importantes do que vencer". Resenha do livro "A garota que você deixou para trás" - Jojo Moyes<div style="text-align: justify;">
"Cheguei mais perto e examinei meu rosto: As sombras embaixo dos olhos, os leves vincos entre as sobrancelhas. Estremeci, mas não de frio. Pensei na garota que Édouard deixara para trás havia dois anos. Pensei no toque das mãos dele na minha cintura, seus lábios macios no meu pescoço. E fechei os olhos."</div>
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<br /></div>
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Durante a Primeira Guerra Mundial, o jovem pintor francês Édouard Lefévre é obrigado a se separar de sua esposa, Sophie, para lutar no front. Vivendo com os irmãos e os sobrinhos em sua pequena cidade natal, agora ocupada pelos soldados alemães, Sophie apega-se as lembranças do marido admirando um retrato seu pintado por Édouard. Quando o quadro chama a atenção do novo comandante alemão, Sophie arrisca sua reputação e a própria vida na esperança de rever seu marido, agora prisioneiro de guerra. Após esta pequena introdução, assim como Sophie, eu também fechei meus olhos para mergulhar em uma profunda história de aceitação, desencontros e encontros extraordinariamente íntimos.</div>
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<br /></div>
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A primeira parte da história se passa na França em 1916, Primeira Guerra Mundial, mas precisamente no Le Coq Rouge, um hotel comandado pelas irmãs Sophie e Heléne. O restaurante do hotel da família de Sophie é designado a fornecer refeições aos alemães, deixando os franceses a mercê da inanição e desgraça. Mas como tudo na vida, uma oportunidade sempre nos bate a porta quando achamos que não há mais saída para nossa não afortunada vida. O título do livro nada mais é do que o nome do quadro que Édouard pinta de Sophie, o grande catalizador da decisão mais difícil da vida de nossa protagonista. Mas então nos questionamos, porquê Sophie foi deixada para trás? Ou melhor, porquê o quadro foi deixado para trás?</div>
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<br /></div>
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Quase um século depois, na Londres dos anos 2000, a segunda parte do livro conta a história da viúva Liv Halston, que mora sozinha em uma moderna casa com paredes de vidro. Ocupando lugar de destaque em seu quarto, há um retrato de uma belíssima jovem, quadro este que foi presente do seu marido pouco antes de sua prematura morte. É através desta mulher retratada neste quadro, que Liv mantém a chama do passado acesa, ou ao menos, é isso que ela acha que pode manter. Quando Liv finalmente parece disposta a voltar a vida, um encontro inesperado vai revelar o verdadeiro valor daquela pintura, e sua tumultuada trajetória. </div>
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<br /></div>
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Liv conhece Paul, um advogado divorciado, mas o destino resolve brincar com os dois, quando coloca Paul para defender uma ação de restituição do quadro "A garota que você deixou para trás" à família de Édouard Lefévre. </div>
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<br /></div>
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Os mistérios desta primorosa obra, giram em torno de alguns questionamentos que só serão respondidos nas últimas páginas que tecem este maravilhoso romance: O que acontece a Sophie quando ela decide literalmente vender sua alma ao diabo? Sophie consegue ter seu merecido reencontro com o marido em meio ao cenário de guerra? Como o quadro de Lefévre viaja por cem anos até chegar as mãos de David, falecido marido de Liv? Liv Halston reencontra a possibilidade de amar em Paul? Ela consegue manter A Garota que você deixou para trás em sua posse?</div>
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<br /></div>
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Caros leitores, chegar as últimas páginas para descobrir as respostas destes questionamentos não chega nem perto do que realmente essa obra quer nos ensinar. Até porque, vamos nos questionar algo que aposto que todos nós já paramos para pensar quando uma oportunidade aparece em nossas vidas: Vencer é o mais importante?</div>
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<br /></div>
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Todo mundo sempre nos diz o que é preciso fazer, mas a verdade é que ninguém será capaz de fazer melhor do que nós mesmos. Criticas, dedos apontados em nossos rostos, feições de desaprovação, medos incalculáveis que nos permeiam antes de tomarmos coragem de seguir aquilo que acreditamos ser apenas uma tentativa. Quem somos afinal sem os milhares de obstáculos que a vida nos proporciona?</div>
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<br /></div>
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Despedir-se de um amor é despedir-se de si mesmo. É o arremate de uma história que terminou, externamente, sem nossa concordância, mas que precisa também sair de dentro da gente. </div>
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<br /></div>
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Os encontros mais importantes já foram combinados pelas almas antes mesmo que os corpos se vejam. E são geralmente estes encontros que acontecem quando chegamos a um limite, quando precisamos morrer e renascer emocionalmente. Os encontros nos esperam, mas a maior parte das vezes evitamos que eles aconteçam. Entretanto, se estamos desesperados, se já não temos mais nada a perder, ou se estamos muito entusiasmados com a vida, então o desconhecido se manisfesta, e nosso universo muda de rumo. </div>
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<br /></div>
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Todos sabem amar, pois já nasceram com este dom. Algumas pessoas já o praticam naturalmente bem, mas a maioria tem que reaprender, relembrar como se ama, e todos, sem exceção, precisam queimar na fogueira de suas emoções passadas, reviver algumas alegrias e dores, quedas e subidas, até conseguir o fio condutor que existe por detrás de cada novo encontro. </div>
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<br /></div>
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E este livro nada mais é do que deixar para trás antigas dores, antigos amores, antigos sofrimentos, antigas decisões, antigos medos, antigas desaprovações, antigas desilusões, antigos julgamentos, para somente assim estarmos preparados para nos deixarmos para trás, e viver a mágica da redescoberta do que nossas próprias decisões podem nos proporcionar. </div>
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<br /></div>
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Sophie e Liv, Cem anos não pôde separar o que deixar para trás significou em suas vidas, e nas vidas daqueles que terminam de ler suas histórias. Para renascer é preciso deixar morrer, e para deixar morrer, é preciso vencer o medo do próprio medo de tentar. </div>
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<br /></div>
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Encerro dizendo que as perguntas muitas vezes não precisam de todas as respostas. </div>
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<br /></div>
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Precisamos apenas acreditar que as perguntas podem ter apenas algumas respostas, que nada mais é do que deixar para trás aquilo que um dia possa nos ter feito reviver aquilo que sempre sonhamos em alcançar. </div>
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<br /></div>
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Que nossas despedidas sejam um eterno reencontro. </div>
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<br /></div>
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Minha nota: 10</div>
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<br /></div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgVk8V3HHItOKATEfNaxuoxlMJRgP7AoJ5Ffw4gSx2VuTc8MQp4MO41QgPjokQov8Uya5tBqNLo5aETkgj4E87P85ZaEq68m_ml-clLvlty0jpy6r_9HZ_pEznpbUJxG-JARPeRI4M6TVml/s1600/download.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgVk8V3HHItOKATEfNaxuoxlMJRgP7AoJ5Ffw4gSx2VuTc8MQp4MO41QgPjokQov8Uya5tBqNLo5aETkgj4E87P85ZaEq68m_ml-clLvlty0jpy6r_9HZ_pEznpbUJxG-JARPeRI4M6TVml/s320/download.jpg" width="223" /></a></div>
<h5 style="background-color: white; border: 0px; clear: both; color: #404040; font-family: 'Source Sans Pro', Arial, sans-serif; font-size: 1.4rem; font-weight: 400; letter-spacing: 2px; line-height: 1.7143; margin: 0px 0px 1.7143em; outline: 0px; padding: 0px; text-transform: uppercase; vertical-align: baseline;">
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Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/10693598089182906965noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2009378716349059276.post-11453661965895679232015-12-29T05:36:00.000-08:002016-02-26T09:17:29.549-08:00"Comece fazendo o que é necessário, depois o que é possível, e de repente você estará fazendo o impossível." Resenha do livro "De Repente" - Barbara Delinsky<div style="text-align: justify;">
De repente, esquecemos e lembramos do futuro venturoso, e de como é bom apenas viver. </div>
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<br /></div>
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Desta forma vou começar falando de um irresistível romance, que fala sobre perda, amor e principalmente sobre escolhas. </div>
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<br /></div>
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Na pequena e idílica cidade de Tucker, no estado de Vermont, a vida flui em um ritmo muito tranquilo para a pediatra Paige Pfeiffer. Quando Mara O´Neil, a sua melhor amiga e sócia em uma clinica pediátrica, inexplicavelmente comete suicídio, o confortável mundo de Paige, de repente, desmorona. </div>
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<br /></div>
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Cuidando temporariamente de Sami, a criança que Mara havia adotado, Paige luta contra a dor da perda da amiga, enquanto se agarra a esperança de que sua vida voltará a ser organizada como antes. Porém, a morte é de certa maneira uma impossibilidade, que de repente se torna a mais pura realidade de nossas vidas. </div>
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<br /></div>
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Paige foi criada por sua avó, Nonny, mas não porque não tinha um pai e uma mãe, mas simplesmente porque seus pais são seres movidos por um espírito tão livre, que a mesmice de uma rotina sólida não agrada para eles como se agrada a assistir a um comercial de margarina Doriana. Muito mais prazeroso viver a vida rodando o mundo, ao invés de encarar a responsabilidade da paternidade. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Seus amigos e também sócios da clinica, Peter e Angie, possuem vidas distintas, onde enquanto um vive amedrontado pelo passado inseguro e hoje se auto afirma como um homem bem sucedido, solteirão convicto e responsável por suspiros apaixonados pela parte feminina da pequena cidade de Tucker, outra assume um verdadeiro papel de perfeição, porém de certa forma, como um contrato deve ser, as letras pequenas ficam guardadas para o momento oportuno de uma acusação de insatisfação.<br />
<br />
Nesse ínterim, para não dizer de repente, Noah entra para a história, um homem que assume o cargo de diretor da escola Mount Court, e mexe com o coração de Paige, a ponto de bagunçar ainda mais sua cabeça em processo de adaptação a grandes e significativas mudanças.<br />
<br />
Personagens a parte, e suas ligações interpessoais, eu diria que o livro se resume a apenas um aspecto. O significado da palavra ressignificação.<br />
<br />
Existe um verbo muito bonito e comumente utilizado pelos profissionais da Psicologia, chamado "ressignificar". O mais comum de se pensar em relação a esse verbo é: <i>"Dar um novo significado a algo"</i>, o que na teoria, está de certa forma, correto. Ao ressignificar uma experiência, você está retirando o peso que ela têm sobre você, deixando que ela não te afete mais de forma negativa.<br />
<br />
Apesar de ser muito fácil definir o significado de uma palavra, pratica-la, como se pode acompanhar nesta obra através do olhar e das experiencias dos personagens, não é algo tão fácil. Ressignificar não significa esquecer algo, e para ressignificar é preciso deixar de lado o sentimento que possui a capacidade de levar qualquer ser humano para o fundo do poço: a culpa.<br />
<br />
"Eu deveria ter dito mais vezes que o/a amava."<br />
"Eu deveria ter feito seu prato preferido em um jantar romântico."<br />
"Eu deveria ter sido mais complacente, e discutido menos por assuntos banais."<br />
"Eu deveria ter aproveitado mais nossos minutos juntos."<br />
"Eu deveria...Eu deveria."<br />
<br />
Todos nós deveríamos tirar pelo menos quinze minutos do nosso dia para fazer um simples exercício de auto conhecimento. Por quais razões vocês acreditam que estão aqui hoje, nesse exato momento, por exemplo, lendo esta resenha? Como você gostaria que fosse seu dia hoje?<br />
<br />
Tudo ou quase tudo que nos cerca, que nos faz sentir, e que nos influencia para tomar decisões e ter atitudes, se resume basicamente a nossa visão de vida. Não passar em uma entrevista de emprego dos sonhos pode significar que você está desempregado, e que sua vida profissional está acabada, como também pode significar que você possui uma grande oportunidade de procurar algo que se identifique mais, e que te faça trabalhar por um proposito, e não simplesmente para seguir um padrão pré determinado por suas experiencias de vida. Terminar um relacionamento pode ser uma das piores experiencias da sua vida, o chão pode desabar aos seus pés e você pode se sentir abandonado e sem rumo para seguir, ou você pode simplesmente fazer disso um aprendizado e aproveitar a oportunidade para se descobrir e se amar completamente, sem depender de ninguém para isso.<br />
<br />
O significado de todo acontecimento depende do filtro pelo qual o vemos. A visão que temos a respeito do que nos acontece e dos nossos problemas, sejam eles grandes ou rotineiros, é o que define a nossa capacidade para buscarmos a felicidade, ou como eu comecei esta resenha, de nos lembrarmos constantemente de apenas...viver.<br />
<br />
Os personagens desta obra possuem um pouco de cada um de nós. Todos sofrem a experiencia do luto, a maioria deles são médicos pediatras e sofrem ao ver as mazelas de saúde dos seres humanos. Paige, Peter, Angie e Noah carregam dentro de si decepções amorosas, fracassos profissionais, problemas familiares, medos e culpas. Mas se existe uma lição para todos esses problemas, que adoramos classifica-los como "De repente tudo mudou", é a oportunidade de ressignificar nossas ações, mas o principal é não esquecer que os únicos responsáveis pelo rumo que damos a nossa vida e as nossas escolhas somos nós mesmos.<br />
<br />
Eu não posso afirmar quais são as escolhas de cada personagem deste livro, e muito menos quais foram as consequências dessas escolhas, mas posso dizer que todos fizeram o que era possível ser feito. Eles escolheram, se questionaram, e não viveram seus dias se perguntando porque o de repente aconteceu, mas aprendendo que fazendo o necessário, depois realizando o possível, se pode alcançar o impossível, que neste caso se resume apenas a dar um novo propósito e significado ao de repente.<br />
<br />
Teóricos afirmam que nossa felicidade depende 5% daquilo que nos acontece, e 95% do que fazemos com isso, ou seja, como reagimos e qual sentido atribuímos. Deixo aqui a mensagem que este livro me proporcionou: Sejamos capazes de nos permitir sofrer, chorar e se arrepender, mas que o processo de lamentação seja mais curto do que estamos acostumados a ser, uma vez que possamos entender que ele é inteiramente desnecessário. Que possamos praticar a maior arte que podemos aprender e buscar, e afinal é o que todos queremos, independente de crença, cor ou religião: a felicidade, todos os dias. Mesmo que de repente tudo dê errado.<br />
<br />
Dedico esta resenha a Cristiane Unti, que me presenteou com este livro, que não poderia vir em melhor hora, onde através do meu de repente, eu estou tendo a grande oportunidade de ressignificar a minha vida. Cristiane, para você eu deixo esta mensagem, que foi exatamente a mensagem que este livro me deixou:<br />
<br />
"A crise nos oferece a oportunidade de mudar conscientemente. E para melhor. Sempre."<br />
<br />
E você caro leitor, já se perguntou como você gostaria que fosse seu dia hoje? Qual o de repente que sua vida vai te proporcionar para que essa resposta não dependa de muito tempo para ser respondida?<br />
<br />
Minha nota: 10<br />
<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgaP-xJF_E0F5hR1pYGTq3OJi3vrkDm_XJ8UEgFPNpD2qY_VsrEix-RS2BPIQmX9MS3QvVqTzRUBWNL7_5nKd3pFOf4ZzduE192dGK5vS63chtB4Z-MuqExM_iFD6OtI_Mb14FL07O-lM1M/s1600/de+repente.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgaP-xJF_E0F5hR1pYGTq3OJi3vrkDm_XJ8UEgFPNpD2qY_VsrEix-RS2BPIQmX9MS3QvVqTzRUBWNL7_5nKd3pFOf4ZzduE192dGK5vS63chtB4Z-MuqExM_iFD6OtI_Mb14FL07O-lM1M/s1600/de+repente.jpg" /></a></div>
</div>
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O quanto você conhece sobre o sentimento mais comum ao ser humano, a curiosidade? O que faz de nós pessoas curiosas, e o quanto deste ato pode nos levar aos degraus mais inimagináveis da vida?</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
É sobre isto que fala o livro de Stephen P. Kiernan. O grande ato em se tornar, ou apenas ser curioso. </div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A cientista Kate Philo e sua equipe começam o livro em um projeto revolucionário de criogenia, e fazem uma descoberta impressionante em pleno Ártico: o corpo de um homem enterrado no gelo. O ambicioso chefe do projeto, ordena que o homem seja levado para um laboratório em Boston, e seja reanimado, o que pasmem, é realizado com sucesso. A medida que o homem começa a recuperar sua memória, a equipe descobre que ele foi, ou melhor, é Jeremiah Rice, um juiz que viveu plenamente em 1906, até sua queda no Oceano Ártico. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
"Eu gostaria de ser mais do que uma curiosidade. Esta segunda vida me trouxe uma oportunidade, e talvez um imperativo, de servir a um propósito maior." Começo esta resenha, com as próprias palavras do juiz Jeremiah Rice. Qual seria o real propósito de um ser humano se ele tivesse a oportunidade de viver uma segunda vez?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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Quando falamos sobre curiosidade, e especificamente sobre esta obra em questão, descobrimos que uma pessoa curiosa pode se tornar um fanático, um excelente juiz de questões morais, ou até mesmo um apoiador de causa. O livro é narrado por diversos personagens, desmistificando o que a palavra curiosidade realmente pode significar. </div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Para começar, conhecemos o chefe do projeto, Erastus Carthage, que enxerga Jeremiah como ele próprio o chama, de Sujeito Um, um objeto pelo qual ele alcançara a plenitude na ciência, e entrará para o hall do prêmio Nobel por ter se tornado o primeiro homem a trazer de volta a vida um ser humano que passou mais de 100 anos coberto de sal e gelo. Ao mesmo tempo, conhecemos os funcionários do projeto, que sem acreditar no que os próprios olhos veem, embarcam em uma jornada de descobrimentos científicos e tecnológicos que vão além de suas capacidades de compreensão. Mas convenhamos, quem não gostaria de participar de um projeto deste porte? Estamos afinal, falando de curiosidade, não é mesmo?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Saindo do laboratório do projeto, nos deparamos com jornalistas cobrindo matérias, perseguindo o ser humano reanimado e olhando para ele como o próximo premio Pulitzer de jornalismo. Acompanhamos também a jornada exaustiva de manifestantes, aqueles que acreditam que o ato de reanimação de Jeremiah é um ato contra Deus. Com que direito um ser humano brinca de dono do mundo, e traz a vida um outro ser humano? Somos apresentados também aos "aproveitadores", que se dizem parentes distantes do juiz reanimado, apenas para ter 15 minutos de fama e tirar uma <i>selfie</i> com o "morto vivo". </div>
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<br /></div>
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Porém, o personagem mais interessante desta obra, é a doutora cientista Kate Philo, que de alguma maneira, enxerga verdadeiramente Jeremiah Rice. Podem chamar de ciência, milagre ou até mesmo de ato divino, mas o que vale de verdade não é a essência de um ser humano? E daí que este mesmo ser humano viveu congelado por mais de 100 anos? Ele continua sendo um ser humano, e não um objeto curioso. Certo? Agora chegamos a raiz da verdadeira lição deste livro. </div>
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<br /></div>
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Kate acaba se tornando uma amiga para Jeremiah nesta nova vida que impuseram a ele. Ela mostra a ele que tudo o que ele chamava e conhecia como vida, de certa forma, mudou, e muito. As pessoas usam roupas curtas, se comportam de uma maneira estranha, se isolam em aparelhos tecnológicos que basta você toca-los e eles te mostram o mundo em uma pequena tela, elas pintam seus cabelos de cores vibrantes, falam palavrão, se divorciam, abandonam seus filhos, não ficam tão doentes, os alimentos são expostos em prateleiras dentro de um ambiente que eles chamam de supermercado, as pessoas simplesmente não se cumprimentam na rua, elas comem comidas esquisitas que chamam de <i>junk food, </i>elas dormem poucas horas por dia, moram em cubículos e não cultivam plantas, usam acessórios esquisitos no nariz, os homens não respeitam as mulheres, fazem sexo e não amor. Os livros não saem das prateleiras e acabaram se tornando apenas objetos de decoração, ninguém conhece Shakespeare ou Nietzsche. As músicas são altas e não fazem sentido, mas definitivamente usar tênis é muito mais confortável do que botas. </div>
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<br /></div>
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O livro se desenrola em dois cenários distintos, acompanhamos toda a saga de Jeremiah Rice em sua adaptação a nova vida, e o nascimento de um sentimento maior entre ele e a doutora Kate Philo, assim como a sociedade em seus diversos papéis aceitando ou criticando a realidade da reanimação. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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Chega a um determinado momento que eu gostaria de chamar de clímax da obra, onde todos os outros sentimentos que caminham lado a lado com a curiosidade se colocam a prova: ganância, coragem, ambição, compaixão e empatia. Para todo grande ato curioso, existe sempre a grande dúvida: Isto é realmente real? Seria curioso se não duvidássemos de sua existência?</div>
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<br /></div>
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A palavra curiosidade tem sua origem latina, e significa desejo de saber, de desvendar, de ver. Aristóteles dizia que "todo homem tem o desejo de conhecer". Mas ele próprio dúvida do que conhece. Ambíguo ou apenas a realidade? Porque duvidamos tanto do que conhecemos? Seria a verdade aquela que nos é apresentada, ou podemos ir além, sendo para o resto da vida meros curiosos?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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Erastus Carthage e seus funcionários iniciaram este projeto pela simples curiosidade em saber se realmente seria possível ir contra a ciência, e trazer de volta a vida uma pessoa encontrada congelada no Oceano Ártico. Os manifestantes foram contra a reanimação pela própria curiosidade que este ato deferia em suas crenças religiosas e éticas. Os aproveitadores queriam chegar perto do Sujeito Um pela curiosidade de um dia poder falar que conheceram o impensável. Jeremiah Rice quis conhecer o mundo pela curiosidade em viver uma nova era, em tocar o intocável, em sentir o impalatável, em aproveitar dias de uma vida imposta, assim como o inverso também aconteceu, ao participar de uma expedição de cientistas e poder descobrir tecnologias inalcançáveis, a curiosidade o levou a cair em pleno Oceano Ártico e ser congelado. Kate Philo se apaixonou pelo homem que ela chamou de homem da sua vida pela curiosidade em sentir o maior sentimento que rege o mundo, o amor. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A curiosidade é um campo de ida e vinda, ela precisa acontecer para que você aceite um trabalho, para que você faça parte de um projeto, para que você faça uma amizade, para que você viaje pelo mundo, para que você compre um carro ou uma casa, para que você leia um livro, para que você se apaixone, para que você tenha filhos, para que você mude a cor do seu cabelo, para que você consiga sentir todos os sentimentos do mundo. A curiosidade move seus dias, suas horas, seus minutos. Ela basicamente movimenta o mundo. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E eu posso afirmar que a existência de Jeremiah Rice foi maior do que sua própria existência, afinal de contas, ele foi apenas um juiz, como eu sou publicitária e você é um administrador de empresas. A existência de Jeremiah cumpriu seu proposito maior. Ele movimentou o mundo, deixando uma nítida lição: Sejam curiosos, e os dias, as horas, os minutos, os segundos de sua vida não irão congelar. Até porque o que se congela, pode se quebrar e continuar movimentando aquilo que chamamos simplesmente de vida. E ela continua meus caros leitores, mesmo depois de descobertas incrivelmente curiosas. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Deixo para cada um ser curioso o bastante para entender o final desta obra. Sim, este livro não tem um final bem formatado, a grande maestria dele é deixar sua curiosidade te levar para aquilo que seria ou não um fim para os personagens. </div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Jeremiah, o objeto da curiosidade é uma mão de via dupla, assim como suas duas vidas me mostraram que não podemos parar de seguir em frente. O que importa afinal é deixar nossos feitos serem nossos embaixadores e viver com toda a sinceridade que existe dentro de nossos corações, esperando que aqueles que duvidam, enxerguem a verdade. Porque quando somos curiosos, descobrimos a nossa exclusiva verdade. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Do mar ele veio e para o mar ele retornou. É desta forma que finalizo esta resenha: Nunca deixarei de ser curiosa. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Minha nota: 9,0</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
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