terça-feira, 17 de setembro de 2013

"Chegará uma época em que não restarão seres humanos para recordar que alguém sequer existiu. Não sobrará ninguém nem para recordar Aristóteles ou Cleópatra, quanto mais a ti" - Resenha do livro: "A culpa é das estrelas" - John Green.

Como começar a resenha de um livro que fui capaz de ler em apenas 1 dia?

Tudo bem que ele têm apenas 283 páginas, mais é um livro com tantas citações fantásticas e uma viagem a uma realidade que eu, por exemplo, graças a Deus, desconheço. Explico o porque...

A história é narrada por Hazel, ela tem apenas 16 anos e é uma paciente terminal de câncer. Ela vive carregando um cilindro de oxigênio preso ao seu nariz e sua cabeça para baixo e para cima, pois só assim consegue respirar. Na verdade, ela vive muito bem, obrigada, a não ser pela culpa que carrega em relação aos seus pais, sempre muito preocupados e que vivem a vida a disposição das necessidades da filha. Ela pensa o tempo todo como será quando ela partir, porque de fato, ela sabe que irá partir.

Tudo muda quando ela conhece o tal do Augustus, que por incrível que pareça, é um príncipe encantado todo errado, daqueles que toda mulher sonha em conhecer um dia. O bad boy falastrão, com um sorriso torto e sexy na cara, um jeito brincalhão sem deixar de emanar inteligência. Ele tem apenas 17 anos e também tem sua cota de sofrimento, já que perdeu uma das pernas por conta de um câncer nos ossos.

Até ai, você que está lendo, já imaginou a ocorrência da história. Sim, eles se apaixonam perdidamente e enlouquecidamente. Aqueles romances típicos "água com açúcar", ainda mais se tratando de dois adolescentes. Mais é aqui, que a graça reside. Apesar de serem adolescentes, na flor da idade, onde a paixão predomina a razão e onde os sonhos fazem parte da realidade, é que encontramos dois adultos, muito mais cientes das perdas e ganhos da vida, o porque do sofrimento existir e ter que fazer parte do nosso dia a dia, e como encara-los para conseguir respirar o verdadeiro ar, o de querer viver, dar valor a pequenas coisas, como um piquenique sentado na grama cheio de formigas.

Eis uma das citações deste livro que vem do próprio Augustus: "Aparentemente, o mundo não é uma fábrica de realização de desejos." E não é mesmo, meu caro e amado Augustus.

Neste romance, fica claro para mim, que nem tudo que desejamos e almejamos acontece, mais a dor está lá para ser sentida. De que adiantaria existir o amor, se a gente não for capaz de senti-lo? E a dor? Não seria na mesma proporção? E sem a dor, poderíamos reconhecer o prazer?

A grande lição que tiro desta obra é: o amor leva a dor e a dor leva ao amor. Então, nesse pensamento, Hazel e Augustus sentem juntos o que é um e o que é o outro, o que é ganhar e perder. Eles sentem isso tão juntos e tão intensamente, que qualquer leitor, adolescente, adulto ou na flor da idade da velhice, vai sentir também. Você é transportado para o universo do conhecer aquilo que já deveríamos nascer sabendo. A dor faz parte da vida!

O bacana é que eles sentem isso através de algo que me identifiquei muito. Adivinhem? Um livro! Sim, isso mesmo. Hazel lê muito e é aficionada por uma obra chamada "Uma aflição imperial" (obra fictícia criada para a história). Ela sonha em conhecer o autor do livro e fazer perguntas ao mesmo, já que  o livro não tem um final. E como na vida de Hazel, ela possui a necessidade de saber o desfecho de sua história Tudo na vida é mesmo uma metáfora. Os dois embarcam em uma jornada atrás do autor da obra misteriosa e aprendem juntos que nem tudo necessita de uma resposta.

O final surpreende, pois você passa as páginas imaginando um desfecho e ele é completamente diferente do que vocês agora devem estar pensando. Ele começa um livro que tem tudo para ser clichê e torna-se a poucos minutos de acabar em uma verdadeira lição de vida.

Os personagens que acompanham essa jornada dos dois são fortes e imprescindíveis para a história ser tão bonita como é. A mãe de Hazel é uma verdadeira guerreira, daquelas que você pensa ao ler "Se um dia eu for mãe, quero ser assim" e o melhor amigo de Augustus mostra o quão é importante amar: - "Mas eu acredito em amor verdadeiro, sabe? Não acho que todo mundo possa continuar tendo dois olhos nem que possa evitar ficar doente, e tal, mas todo mundo deveria ter um amor verdadeiro, que deveria durar pelo menos até o fim da vida da pessoa."

Para nossa alegria, o livro vai virar filme. Com autores desconhecidos do mercado cinéfilo (até prefiro assim, para dar mais veracidade ao drama), deve estar nas telas apenas em 2014, mais até lá, aconselho a todos ler esta pequena obra, que encanta conforme as páginas são viradas.

Pra mim foi mais um livro que me fez ter a certeza de que a dor existe e sempre vai existir, mais somos nós que vamos escolher se ferir ou não neste mundo e que é possível sim, escolher quem vai nos ferir. Aceitar as escolhas, esta é a grande lição deste livro!


Minha Nota: 9,5

3 comentários:

  1. Minha próxima leitura... certamente!!!

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    1. Minha querida! Que coisa boa ver uma mensagem sua aqui! Fico muito feliz em saber que tem visitado e que as resenhas estão te instigando a ler. A ideia do blog é justamente essa! Na minha humilde opiniao, ler é tudo de bom! rs. Depois que você ler o livro, deixe aqui sua visão a respeito, seria muito bacana criar uma parte de discussões, ver opinioes diferentes e etc. Este livro tocou meu coração e acredito que vai tocar o seu também. Espero que continue sempre visitando! Estou na fase de ler muito pra postar muita coisa boa por aqui! Um mega bjo e volte sempre! ;)

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  2. Amei o livro, o filme e a resenha.
    Chorei litros e litros, hahahaha

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